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Memória em Movimento - UFPE - Universidade Federal de ...

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M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong><br />

Revista <strong>de</strong> Comunicaçao, Política e Direitos Humanos ano 1 n o 0 2 o s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2007<br />

manifestações particulares ocorridas no País não pod<strong>em</strong> ser compreendidas<br />

s<strong>em</strong> levar <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração um movimento mais geral, internacionalmente<br />

situado.<br />

3.1. Crise mundial: a busca por saídas<br />

Queda nos lucros, aumento da ociosida<strong>de</strong> produtiva, endividamento<br />

internacional, <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego e inflação. Essas são algumas das expressões<br />

do esgotamento do mo<strong>de</strong>lo fordista-keynesiano <strong>de</strong> crescimento,<br />

responsável pelas taxas <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong> econômica nos países centrais e<br />

<strong>em</strong> alguns periféricos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Segunda Gran<strong>de</strong> Guerra. Compondo esse<br />

cenário pouco animador, o questionamento da heg<strong>em</strong>onia da potência<br />

econômico-militar que havia li<strong>de</strong>rado internacionalmente tal padrão <strong>de</strong><br />

acumulação, pois seus esforços para recuperá-la diminuíram as chances dos<br />

países periféricos, <strong>em</strong> especial os da América Latina, <strong>de</strong> se integrar<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

maneira favorável na ord<strong>em</strong> econômica mundial que se reestruturava.<br />

Os primeiros mecanismos adotados pelos países capitalistas para<br />

contornar a crise econômica - apesar <strong>de</strong> tímidos, se levarmos <strong>em</strong><br />

consi<strong>de</strong>ração o seu caráter estrutural - <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo produziram<br />

transformações no modo <strong>de</strong> produção vigente. Pensando tratar-se <strong>de</strong><br />

probl<strong>em</strong>as conjunturais, as políticas monetárias <strong>de</strong>senvolvidas visavam o<br />

combate à inflação e o equilíbrio do balanço <strong>de</strong> pagamentos com taxas <strong>de</strong><br />

câmbio flutuante. Muito cedo se percebeu que tais ajustes <strong>de</strong> curto prazo<br />

não seriam eficazes (TAVARES, p. 25-31).<br />

De fato, a amplitu<strong>de</strong> da crise exigiria reorganização e sincronização<br />

entre produção e circulação <strong>em</strong> escala mundial. Em outras palavras, apenas<br />

para citar algumas condições, a reestruturação do processo <strong>de</strong> trabalho e o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico aplicados na produção e na circulação, a fim<br />

<strong>de</strong> comprimir a relação espaço/t<strong>em</strong>po, garantindo e esten<strong>de</strong>ndo a<br />

rentabilida<strong>de</strong> do capital. Assim, além <strong>de</strong> ajustes macroeconômicos<br />

interligados entre os países, tratava-se <strong>de</strong> alargar a internacionalização do<br />

capital, <strong>de</strong>rrubando os entraves que dificultass<strong>em</strong> seu livre fluxo.<br />

Nos inícios da crise, no entanto, a política monetária mostrava-se<br />

como o principal instrumento <strong>de</strong> resposta flexível para os probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong><br />

superacumulação que o mo<strong>de</strong>lo fordista-keynesiano já não era capaz <strong>de</strong> dar<br />

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