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Memória em Movimento - UFPE - Universidade Federal de ...

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M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong><br />

Revista <strong>de</strong> Comunicaçao, Política e Direitos Humanos ano 1 n o 0 2 o s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2007<br />

distintos: um, oficial; o outro, proibido, secreto, sonhador. Fernando Collor<br />

<strong>de</strong> Melo, do pequeno PRN, foi eleito presi<strong>de</strong>nte, no segundo turno,<br />

vencendo o socialista Luiz Inácio Lula da Silva <strong>em</strong> um pleito que contara<br />

com mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z candidatos.<br />

Lula era o representante da macronarrativa marxista, ligado aos<br />

movimentos sociais silenciados pelo regime ao longo <strong>de</strong> um t<strong>em</strong>po muito<br />

mais que cronológico. Collor era um <strong>de</strong>sconhecido ex-governador <strong>de</strong><br />

Alagoas, auto-apresentado midiaticamente como “o Caçador <strong>de</strong> Marajás”.<br />

Com o final da Segunda Guerra Mundial, observaríamos fenômenos<br />

interessantes. Mesmo concentrada na Europa, a guerra tinha ganhado<br />

proporções mundiais por, pelo menos, duas razões: envolvia Estados-Nação<br />

<strong>de</strong> quase todos os continentes do globo – visto que batalhas se travaram<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os gelados campos soviéticos até os escaldantes <strong>de</strong>sertos africanos,<br />

passando pela Ásia japonesa e a América (no Havaí) –; e, além disso, era<br />

um conflito instantâneo, ou seja, uma guerra disputada <strong>em</strong> diversos lugares<br />

do globo, e lida, entendida, <strong>em</strong> sua totalida<strong>de</strong>, ao mesmo t<strong>em</strong>po.<br />

Ainda que, somente <strong>em</strong> 1991 – na Guerra do Golfo – as gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> televisão tenham transmitido, ao vivo, as batalhas no Oriente Médio, a<br />

Segunda Guerra Mundial, <strong>em</strong> proporções b<strong>em</strong> maiores que a Primeira, foi<br />

uma guerra midiatizada. As mortes fotografadas e a <strong>de</strong>tonação das bombas<br />

atômicas <strong>em</strong> território japonês – mesmo após a Al<strong>em</strong>anha e a Itália ter<strong>em</strong><br />

sido completamente liquidadas pelos exércitos aliados –, transmitidas por<br />

uma televisão ainda pouco <strong>de</strong>senvolvida, transformaram um mundo inteiro<br />

<strong>em</strong> uma re<strong>de</strong> conectada pelo medo <strong>de</strong> uma nova guerra, <strong>de</strong>sta vez, nuclear.<br />

Os anos que seguiram àquele agosto <strong>de</strong> 1945 marcam o surgimento <strong>de</strong><br />

um novo tipo <strong>de</strong> conflito: a chamada Guerra Fria – uma disputa s<strong>em</strong> front<br />

entre dois mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> funcionamento para o mundo, o capitalista dos EUA e<br />

o socialista da então URSS. Sustentada pelo receio <strong>de</strong> um conflito com<br />

armas capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir o mundo inteiro <strong>em</strong> pouco t<strong>em</strong>po, a Guerra Fria<br />

ativou ainda mais a idéia do medo, reforçado por um ambiente midiatizado.<br />

Soviéticos e americanos iniciaram uma corrida pela conquista do espaço,<br />

narrando para o mundo inteiro, através das imagens já coloridas <strong>de</strong><br />

televisões <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s, formas e cores <strong>de</strong> um planeta até então só<br />

visto <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro.<br />

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