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Memória em Movimento - UFPE - Universidade Federal de ...

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M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong><br />

Revista <strong>de</strong> Comunicaçao, Política e Direitos Humanos ano 1 n o 0 2 o s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2007<br />

o que estamos chamando <strong>de</strong> violência. No entanto, as páginas do jornal<br />

Folha <strong>de</strong> Pernambuco são <strong>de</strong> particular importância, pelo fenômeno editorial<br />

que caracterizaram nos últimos anos da imprensa brasileira.<br />

Estudos do instituto <strong>de</strong> pesquisa Marplan, realizados no primeiro<br />

trimestre <strong>de</strong> 2001, <strong>em</strong> todo mercado do gran<strong>de</strong> Recife, apontaram o jornal<br />

Folha <strong>de</strong> Pernambuco como o periódico diário mais lido da região. De um<br />

total <strong>de</strong> 1.049 leitores, 60% lê<strong>em</strong> a Folha <strong>de</strong> Pernambuco, segundo o<br />

instituto. A mesma enquete afirma que 60% são leitores exclusivos. Embora<br />

não seja o jornal <strong>de</strong> maior tirag<strong>em</strong> no Estado, a Folha caracteriza fenômeno<br />

editorial porque <strong>de</strong> três a seis pessoas chegam a ler um único ex<strong>em</strong>plar.<br />

Os dados da Marplan a respeito da classe social dos leitores da Folha<br />

fundamentam nossa hipótese <strong>de</strong> que a classe C representa a maior fatia <strong>de</strong><br />

leitores, seguida das classes D e B respectivamente. Erra-se ao pensar que<br />

esse tipo <strong>de</strong> periódico policial interessa somente às classes baixas,<br />

enquanto pod<strong>em</strong>os ressaltar que as fatias representadas pelas classes A e E<br />

coincid<strong>em</strong> <strong>em</strong> número.<br />

Conclusão<br />

O que tentamos elucidar a todo o t<strong>em</strong>po diz respeito aos seguintes<br />

pontos cristalizados na cultura brasileira. Em primeiro lugar, o amálgama <strong>de</strong><br />

significados que caracteriza uma socieda<strong>de</strong> sintética, que inclui, jamais<br />

exclui, e, assim, agrega valores às lacunas existentes entre a ausência <strong>de</strong><br />

rigi<strong>de</strong>z formal na aplicação da justiça e o po<strong>de</strong>r autoritário do indivíduo que<br />

ten<strong>de</strong> a resgatar a moralida<strong>de</strong> íntima. Em segundo lugar, as duas<br />

dimensões que pod<strong>em</strong>os <strong>de</strong>stacar do que tentamos chamar “violência<br />

simbólica”.<br />

De um lado, o <strong>de</strong>lito que representa lacunas expostas com facilida<strong>de</strong>,<br />

incluindo o aproveitamento estético e industrial, à justiça do indivíduo-rei,<br />

como nosso ex<strong>em</strong>plo do caso juiz Nicolau, ou formas clássicas já bastante<br />

estudadas do banditismo rural nos mitos <strong>de</strong> Antônio Conselheiro ou<br />

Lampião. De outro, a mornidão s<strong>em</strong> epopéia dos crimes banalizados ou<br />

consi<strong>de</strong>rados esteticamente normais, praticados por <strong>de</strong>linqüentes <strong>de</strong> classes<br />

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