Memória em Movimento - UFPE - Universidade Federal de ...
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M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong><br />
Revista <strong>de</strong> Comunicaçao, Política e Direitos Humanos ano 1 n o 0 2 o s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2007<br />
além da mídia tradicional, fomentando a efetivação <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />
comunicação, a partir <strong>de</strong> uma perspectiva dialética <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />
Na verda<strong>de</strong>, não existe consenso n<strong>em</strong> estão encerrados os<br />
<strong>de</strong>bates quanto à questão da participação popular na<br />
comunicação. Alguns argumentam que ela é inviável <strong>de</strong>vido<br />
às características dos próprios meios, sendo difícil, por<br />
ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong>penhar todo um grupo social na produção <strong>de</strong> um<br />
jornal. Para nós, é evi<strong>de</strong>nte que isso seria improdutivo!<br />
Contudo, não se po<strong>de</strong> prescindir <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />
representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metodologias apropriadas para sua<br />
efetivação. [...] achamos certo que nenhuma socieda<strong>de</strong><br />
sobrevive e se organiza s<strong>em</strong> estruturas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. A questão<br />
não é acabar com ele, mas, pela participação, d<strong>em</strong>ocratizálo.(PERUZZO,<br />
1998, p. 147)<br />
5. Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />
O importante <strong>de</strong>ste trabalho foi evi<strong>de</strong>nciar que a experiência dos<br />
agentes <strong>de</strong> comunicação é uma fissura narrativa e a real possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
caminho à efetivação do direito humano à comunicação, portanto, <strong>de</strong><br />
d<strong>em</strong>ocratização do po<strong>de</strong>r, nas suas mais amplas inserções: social,<br />
econômica, política, cultural e i<strong>de</strong>ológica. De igual maneira, foi relevante<br />
dialogar sobre a forma mais construtiva <strong>de</strong> analisar o po<strong>de</strong>r, questionando,<br />
portanto, a idéia <strong>de</strong> que as mudanças sociais só acontec<strong>em</strong> <strong>de</strong> forma<br />
totalizadora, a partir das macro revoluções.<br />
A dinâmica das relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, por si só um fazer histórico, nãolinear,<br />
com imbricações entre o local e global, <strong>de</strong>termina e condiciona uma<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> t<strong>em</strong>pos e espaços. Embora s<strong>em</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar os inúmeros<br />
pontos <strong>de</strong> confluência, as d<strong>em</strong>andas <strong>de</strong> informação e comunicação<br />
assum<strong>em</strong> distintas matizes no âmbito internacional, entre os países, e<br />
nacional, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>les. Daí também ser rechaçado o discurso totalizador <strong>de</strong><br />
um só mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> globalização: o neoliberal. Justamente pela insurreição da<br />
exaustão da diferença, por meio das fissuras narrativas. A universalida<strong>de</strong><br />
dos discursos avança até o limite da alterida<strong>de</strong>, quando o outro passa a ter<br />
voz.<br />
É fato que não é possível fazer uma avaliação simplista da força e<br />
po<strong>de</strong>r das indústrias das mídias, dos oligopólios <strong>de</strong> comunicação, dos<br />
gran<strong>de</strong>s conglomerados econômicos. Por outro lado, é importante chamar a<br />
atenção para as mudanças <strong>em</strong> curso na socieda<strong>de</strong>, buscando garantir a<br />
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