Memória em Movimento - UFPE - Universidade Federal de ...
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M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong><br />
Revista <strong>de</strong> Comunicaçao, Política e Direitos Humanos ano 1 n o 0 2 o s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2007<br />
Washington, a pressão para a <strong>de</strong>sregulação e abertura comercial e<br />
financeira não será <strong>de</strong> pequena monta. Mais contun<strong>de</strong>nte ficou, à medida<br />
<strong>em</strong> que, notadamente nos anos 80, o ciclo econômico recessivo<br />
internacional se afirmou e a resistência política e social paulatinamente foi<br />
minada.<br />
Se na década <strong>de</strong> 60 os movimentos <strong>de</strong> resistência alimentaram a<br />
idéia <strong>de</strong> que o capitalismo não era o único horizonte e mo<strong>de</strong>lo social, tanto<br />
que se po<strong>de</strong> dizer que mudanças mais profundas não tiveram espaço<br />
quando dos primeiros indícios da crise econômica, nos anos 80 tal<br />
referencial tendia a se esfumaçar nas consciências, fortalecendo, ao mesmo<br />
t<strong>em</strong>po, os ataques às bases <strong>de</strong> sustentação do Estado <strong>de</strong> B<strong>em</strong> Estar Social.<br />
Apesar dos ajustes globais das economias centrais ter<strong>em</strong> modificado<br />
amplamente a ord<strong>em</strong> econômica mundial, lastreados na reestruturação<br />
industrial e na intermediação financeira, não se po<strong>de</strong> dizer, a não ser que se<br />
queira camuflar as mediações e articulações entre o global e o nacional, que<br />
a crise vivenciada pelos países da América Latina, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 70,<br />
seria o resultado mais ou menos direto <strong>de</strong> tal reformulação. É certo que<br />
para esses países será mais difícil encontrar mecanismos para se proteger,<br />
já que <strong>de</strong>pend<strong>em</strong>, <strong>de</strong>ntre outras variantes, do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
econômico vigente até então, como também do estado das forças sociais.<br />
Não se po<strong>de</strong> negar, assim, o peso da influência da conjuntura interna no<br />
ingresso na nova divisão internacional do trabalho. Com o Brasil não<br />
po<strong>de</strong>ria ser diferente.<br />
3.2. Os <strong>de</strong>safios do consenso nacional<br />
Uma das formas utilizadas nos anos <strong>de</strong> 1970 para contornar a crise<br />
<strong>de</strong> superprodução nos países centrais, e especialmente <strong>em</strong> razão da disputa<br />
entre Japão, Al<strong>em</strong>anha e Estados Unidos pela heg<strong>em</strong>onia mundial, foi a<br />
ampliação do crédito internacional. O curto período <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong>ssas<br />
economias foi <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte sustentado pela integração funcional <strong>de</strong><br />
países periféricos na economia mundial. No entanto, a superficialida<strong>de</strong> da<br />
retomada do crescimento não tardou <strong>em</strong> se manifestar e já <strong>em</strong> fins <strong>de</strong>ssa<br />
década a via da expansão do crédito tornou-se inviável.<br />
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