Memória em Movimento - UFPE - Universidade Federal de ...
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M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong><br />
Revista <strong>de</strong> Comunicaçao, Política e Direitos Humanos ano 1 n o 0 2 o s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2007<br />
Estado nas obras sociais. Planejou fazer parte do grupo <strong>de</strong> países <strong>de</strong> um<br />
mundo <strong>de</strong>senvolvido, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado as reformas <strong>de</strong> base, como uma<br />
melhor distribuição da renda, por ex<strong>em</strong>plo, ou o combate à pobreza.<br />
Os veículos <strong>de</strong> mídia não ficaram fora<br />
<strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> reconstrução, <strong>em</strong> um<br />
primeiro momento, do Estado brasileiro e, <strong>em</strong><br />
um segundo, da nacionalida<strong>de</strong> - objetivo mais<br />
ousado do governo duplo <strong>de</strong> FHC que se<br />
iniciara a 1º <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1995,<br />
permanecendo até o último dia <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro<br />
<strong>de</strong> 2002. O mundo <strong>de</strong> uma ord<strong>em</strong> só não<br />
po<strong>de</strong>ria mais ter na mídia um espaço <strong>de</strong><br />
disputas dos antigos blocos socialista e<br />
capitalista. O discurso da neutralida<strong>de</strong>, já<br />
freqüente nas ciências sociais ao longo dos<br />
séculos XIX e XX, se transforma no gran<strong>de</strong><br />
escudo dos jornais, revistas, <strong>em</strong>issoras <strong>de</strong><br />
rádio e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> televisão.<br />
Figura 1 - Jornal do Commercio (25/07/1995)<br />
O simulacro da neutralida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> nosso<br />
t<strong>em</strong>po, exime boa parte das gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s,<br />
das gran<strong>de</strong>s fábricas <strong>de</strong> notícias, indústrias <strong>de</strong><br />
real, da autoria e parcialida<strong>de</strong> com tudo aquilo<br />
que faz<strong>em</strong> público, tornam visto, perceptível,<br />
realida<strong>de</strong>. Nomes e datas que surg<strong>em</strong> e<br />
<strong>de</strong>saparec<strong>em</strong> como as imagens <strong>de</strong> nosso<br />
t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser vinculados aos contextos<br />
das socieda<strong>de</strong>s às quais são apresentadas,<br />
s<strong>em</strong>, portanto, retirar das mesmas a<br />
competência <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> conhecimento<br />
sobre o que é reportado.<br />
Apoiados na ausência operacional <strong>de</strong> autores, a cobertura jornalística<br />
ganha aspectos <strong>de</strong> um supersujeito, capaz <strong>de</strong> narrar com precisão uma<br />
suposta verda<strong>de</strong> dos fatos. Estes seriam observados com cautela pelo olhar<br />
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