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Memória em Movimento - UFPE - Universidade Federal de ...

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M<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> <strong>Movimento</strong><br />

Revista <strong>de</strong> Comunicaçao, Política e Direitos Humanos ano 1 n o 0 2 o s<strong>em</strong>estre <strong>de</strong> 2007<br />

previsível contextualizar a mídia tradicional – os veículos <strong>de</strong> comunicação –<br />

como um representante <strong>de</strong>sse bojo <strong>de</strong> processos que incid<strong>em</strong> <strong>de</strong> cima para<br />

baixo, dos países ricos para os países pobres, dos governos para as<br />

socieda<strong>de</strong>s, dos opressores para os oprimidos, dos patrões para os<br />

<strong>em</strong>pregados, dos po<strong>de</strong>rosos para os subalternos. A mídia são os oligopólios<br />

na esfera da comunicação.<br />

Entr<strong>em</strong>entes, é salutar a compreensão <strong>de</strong> Foucault (1999, p.34-35)<br />

quando chama atenção para o fato <strong>de</strong> o po<strong>de</strong>r não ser algo que po<strong>de</strong> ser<br />

passado, <strong>de</strong>positado, transferido. Ao contrário, o po<strong>de</strong>r envolve, circula,<br />

movimenta-se, <strong>em</strong>bora possa continuar <strong>de</strong>sigual. As fissuras representam,<br />

aqui, justamente, os micropo<strong>de</strong>res, as tentativas contra-heg<strong>em</strong>ônicas, as<br />

janelas abertas por on<strong>de</strong> pod<strong>em</strong> atravessar outras novas formas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

O po<strong>de</strong>r, acho eu, <strong>de</strong>ve ser analisado como uma coisa que<br />

circula, ou melhor, como uma coisa que só funciona <strong>em</strong><br />

ca<strong>de</strong>ia. Jamais ele está localizado aqui ou ali, jamais está<br />

entre as mãos <strong>de</strong> alguns, jamais é apossado como uma<br />

riqueza ou um b<strong>em</strong>. O po<strong>de</strong>r funciona. O po<strong>de</strong>r se exerce <strong>em</strong><br />

re<strong>de</strong> e, nessa re<strong>de</strong>, não só os indivíduos circulam, mas estão<br />

s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> posição <strong>de</strong> ser submetidos a esse po<strong>de</strong>r e<br />

também <strong>de</strong> exercê-lo. Jamais eles são o alvo inerte ou<br />

consentidor do po<strong>de</strong>r, são s<strong>em</strong>pre seus intermadiários. Em<br />

outras palavras, o po<strong>de</strong>r transita pelos indivíduos, não se<br />

aplica a eles. (FOUCAULT, 1999, p.35)<br />

4. A Experiência dos Agentes <strong>de</strong> Comunicação <strong>em</strong> Pernambuco<br />

Vários autores já pesquisaram e divulgaram experiências <strong>de</strong> fissuras<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s que vivenciam a comunicação globalizada. A utilização<br />

da internet pelo movimento Zapatista, no México; a importância das rádios<br />

comunitárias nas periferias dos centros urbanos do Brasil; assim como a<br />

ampla difusão das estratégias <strong>de</strong> ação do <strong>Movimento</strong> dos Trabalhadores<br />

S<strong>em</strong>-Terra; além <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plos da atuação <strong>de</strong> articulações políticas como a<br />

que impulsionou a campanha Qu<strong>em</strong> Financia a Baixaria é Contra a<br />

Cidadania, entre outros. “Se esta crença nos falha, abandonamos a idéia,<br />

ou não a t<strong>em</strong>os, do diálogo, da reflexão, da comunicação e caímos nos<br />

slogans, nos comunicados, nos <strong>de</strong>pósitos, no dirigismo.”(FREIRE, 1987, p.<br />

53, grifo do autor)<br />

Aqui procura-se relatar uma crença (mais do que uma experiência)<br />

na comunicação como práxis, como direito humano. “Precisamente por isto,<br />

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