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40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

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<strong>da</strong>s empresas operava com instalações e equipamentos<br />

defasa<strong>do</strong>s e tec<strong>no</strong>logias deficientes em termos<br />

de processos e produtos. O baixo investimento em<br />

ativi<strong>da</strong>des de pesquisa dificultava ain<strong>da</strong> mais a inserção<br />

destas <strong>no</strong> processo de modernização. Vencen<strong>do</strong><br />

os obstáculos, poucas empresas conseguiam desenvolver<br />

uma capaci<strong>da</strong>de tec<strong>no</strong>lógica própria e operar<br />

com padrões de quali<strong>da</strong>de e produtivi<strong>da</strong>de compatíveis<br />

com as exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Além de aprofun<strong>da</strong>r a eficiência <strong>do</strong>s processos, as<br />

mu<strong>da</strong>nças implicavam redução <strong>do</strong> tempo entre as<br />

descontinui<strong>da</strong>des tec<strong>no</strong>lógicas, progressiva diminuição<br />

<strong>do</strong> ciclo de vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s produtos, assim como a sua<br />

diversificação. Com isso, se antes era possível crescer<br />

sem contar com um sistema de geração e incorporação<br />

de tec<strong>no</strong>logia, por meio de contratos de k<strong>no</strong>whow<br />

e licença de patentes, agora a situação havia<br />

mu<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

E, como a simples transferência de tec<strong>no</strong>logia<br />

entre países concorrentes tor<strong>na</strong>va-se ca<strong>da</strong> vez mais<br />

difícil, era mister desenvolver uma capacitação tec<strong>no</strong>lógica<br />

endóge<strong>na</strong>, que assegurasse o desenvolvimento<br />

sustentável e a inserção <strong>do</strong> país <strong>no</strong> <strong>no</strong>vo<br />

cenário mundial. Outro fator que contribuiu para diferenciar<br />

a <strong>no</strong>va conjuntura econômica <strong>da</strong>s anteriores<br />

foi o advento <strong>da</strong> automação, que se refletia, <strong>no</strong>s<br />

países desenvolvi<strong>do</strong>s, <strong>na</strong>s taxas de emprego.<br />

A educação despontava então como fator primordial<br />

para o desenvolvimento econômico. O conhecimento<br />

passava a ser visto como instância complexa,<br />

cujos elementos, implícitos <strong>na</strong>s práticas de pesquisa<br />

e produção, e enraiza<strong>do</strong>s em pessoas, organizações e<br />

locais específicos, não eram facilmente transferíveis.<br />

Portanto, as possibili<strong>da</strong>des de a<strong>da</strong>ptação às mu<strong>da</strong>nças<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia tor<strong>na</strong>vam-se função<br />

direta <strong>da</strong> detenção <strong>do</strong>s saberes.<br />

Esse modelo de desenvolvimento, com ênfase <strong>na</strong><br />

i<strong>no</strong>vação, implicava a produção de um <strong>no</strong>vo tipo de<br />

conhecimento – o “conhecimento útil” –, que conduzisse<br />

a resulta<strong>do</strong>s concretos e que, uma vez aplica<strong>do</strong><br />

aos setores produtivos, gerasse riquezas para o país.<br />

Com isso, em vez de privilegiar a auto<strong>no</strong>mia, que até<br />

então lhe havia permiti<strong>do</strong> uma produção mais direcio<strong>na</strong><strong>da</strong><br />

para o seu próprio consumo, a universi<strong>da</strong>de,<br />

numa demonstração explícita de contribuição para a<br />

socie<strong>da</strong>de, deveria assumir um vínculo estreito com<br />

a indústria. Essa <strong>no</strong>va condição impunha grandes desafios<br />

para a articulação entre o saber e o fazer, ou<br />

entre a academia e a indústria.<br />

Na esfera estatal, a falta de instrumentos adequa<strong>do</strong>s<br />

e de estrutura organizacio<strong>na</strong>l, agrava<strong>da</strong> pelas<br />

conseqüências <strong>da</strong> recessão e <strong>da</strong> instabili<strong>da</strong>de econômica,<br />

fazia com que as políticas <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> se mostrassem<br />

pouco efetivas <strong>na</strong>s áreas de capacitação tec<strong>no</strong>lógica<br />

e garantia de quali<strong>da</strong>de e produtivi<strong>da</strong>de.<br />

Com experiência acumula<strong>da</strong> nesse campo, o <strong>IEL</strong><br />

buscou a<strong>da</strong>ptar-se às <strong>no</strong>vas exigências, com a formulação<br />

de projetos de apoio às peque<strong>na</strong>s e médias<br />

empresas e de capacitação de recursos hum<strong>a<strong>no</strong>s</strong> necessários<br />

à gerência. Lançou nessa época o Programa<br />

de Competitivi<strong>da</strong>de Industrial (<strong>IEL</strong>-CI), com duas<br />

111. Capas <strong>da</strong> série Cader<strong>no</strong>s<br />

<strong>IEL</strong>: volume 2 – Programa <strong>IEL</strong><br />

de Competitivi<strong>da</strong>de Industrial<br />

e volume 3 – Realizações <strong>da</strong><br />

Política Nacio<strong>na</strong>l de Interação<br />

Indústria Universi<strong>da</strong>de<br />

(1969-1990)<br />

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