40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI
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69. Manisfestação estu<strong>da</strong>ntil<br />
em Paris<br />
Fotografia, março de 1968<br />
ten<strong>do</strong> em vista a industrialização crescente, de formar<br />
o pessoal técnico e de nível operacio<strong>na</strong>l necessário<br />
a movimentar a estrutura econômica; realizar<br />
cursos de formação me<strong>no</strong>s exigentes e mais liga<strong>do</strong>s<br />
ao exercício de determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des.<br />
De forma bastante explícita, o <strong>do</strong>cumento se referia<br />
ao papel desempenha<strong>do</strong> pela indústria <strong>na</strong> formação<br />
de mão-de-obra:<br />
O programa de bolsas de estu<strong>do</strong>s para filhos de operários<br />
(PEBE), que se desenvolve através <strong>do</strong> Ministério<br />
<strong>do</strong> Trabalho, é um embrião <strong>do</strong> esforço que pode ser<br />
feito nessa faixa populacio<strong>na</strong>l. Mas, sem a conjugação<br />
<strong>da</strong> indústria não será possível traçar-se um programa<br />
amplo e váli<strong>do</strong>. Ela será beneficiária imediata <strong>do</strong> esforço<br />
de qualificação profissio<strong>na</strong>l. Deverá, pois, concorrer<br />
para aju<strong>da</strong>r sua realização. Essa conjugação Educação<br />
+ Indústria merece uma ampla atenção em qualquer<br />
planejamento educacio<strong>na</strong>l (IPÊS, 1968, p. 164).<br />
Mas não havia clima para que esses esforços fossem<br />
leva<strong>do</strong>s adiante. No apagar <strong>da</strong>s luzes <strong>do</strong> a<strong>no</strong> de<br />
1968, foi decreta<strong>do</strong> o Ato Institucio<strong>na</strong>l nº. 5, que autorizava<br />
o presidente <strong>da</strong> República a impor o recesso<br />
<strong>do</strong> Congresso Nacio<strong>na</strong>l; intervir <strong>no</strong>s esta<strong>do</strong>s e municípios;<br />
cassar man<strong>da</strong>tos parlamentares; suspender<br />
direitos políticos; decretar o confisco de bens considera<strong>do</strong>s<br />
ilícitos e suspender a garantia <strong>do</strong> habeas<br />
corpus.<br />
Calava-se o movimento estu<strong>da</strong>ntil, celebriza<strong>do</strong><br />
como protesto <strong>do</strong>s jovens contra a política tradicio<strong>na</strong>l,<br />
mas principalmente como deman<strong>da</strong> por <strong>no</strong>vas<br />
liber<strong>da</strong>des. O radicalismo jovem pode ser expresso<br />
<strong>no</strong> lema “É proibi<strong>do</strong> proibir”.<br />
Mas não foi somente <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> que os estu<strong>da</strong>ntes<br />
invadiram as ruas. Por to<strong>da</strong> a parte os alu<strong>no</strong>s contestavam<br />
os méritos <strong>da</strong> universi<strong>da</strong>de, consideran<strong>do</strong>-a<br />
i<strong>na</strong>dequa<strong>da</strong> e obsoleta. E, embora os jovens não tivessem<br />
certeza sobre o que pretendiam construir,<br />
a denúncia foi um serviço importante, e um desafio<br />
para educa<strong>do</strong>res, gover<strong>no</strong>s, empresários e to<strong>do</strong>s<br />
aqueles que tinham uma parcela de responsabili<strong>da</strong>de<br />
<strong>na</strong> construção <strong>do</strong> futuro.<br />
Os protestos estu<strong>da</strong>ntis encontraram eco em diferentes<br />
países <strong>no</strong>s vários cantos <strong>do</strong> planeta. E 1968<br />
passaria para a história como o a<strong>no</strong> <strong>da</strong> juventude,<br />
ou como o a<strong>no</strong> em que os jovens quiseram mu<strong>da</strong>r<br />
o mun<strong>do</strong>.<br />
Em um planeta inician<strong>do</strong> um irreversível e acelera<strong>do</strong><br />
processo de globalização, com as primeiras transmissões<br />
ao vivo pela televisão, via satélite, encurtan<strong>do</strong><br />
extraordi<strong>na</strong>riamente as distâncias entre tempo e espa-<br />
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