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40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

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66. Jovens fazem prova de<br />

vestibular em estádio de<br />

futebol, Recife, PE<br />

aparelha<strong>do</strong> para cultivar a investigação científica e tec<strong>no</strong>lógica<br />

(...) faltou-lhe a flexibili<strong>da</strong>de necessária para<br />

oferecer produto universitário amplamente diversifica<strong>do</strong><br />

e capaz de satisfazer às solicitações de um merca<strong>do</strong><br />

de trabalho ca<strong>da</strong> vez mais diferencia<strong>do</strong>. A Universi<strong>da</strong>de<br />

revelou-se desprepara<strong>da</strong> para acompanhar o extraordinário<br />

progresso <strong>da</strong> ciência moder<strong>na</strong>, i<strong>na</strong>dequa<strong>da</strong><br />

para criar o k<strong>no</strong>w-how indispensável à expansão <strong>da</strong> indústria<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e, enfim, defasa<strong>da</strong> sócio-culturalmente,<br />

porque não se identificou com o tempo social <strong>da</strong><br />

mu<strong>da</strong>nça que caracteriza a reali<strong>da</strong>de brasileira (MEC/<br />

MPCG, 1968, p. 21).<br />

Os membros <strong>do</strong> grupo de trabalho consideraram<br />

ain<strong>da</strong> que o movimento estu<strong>da</strong>ntil “teve o mérito de<br />

propiciar uma toma<strong>da</strong> de consciência <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>do</strong> problema<br />

e o despertar enérgico <strong>do</strong> senso de responsabili<strong>da</strong>de<br />

coletiva”.<br />

Apesar de a pressão estu<strong>da</strong>ntil ter desempenha<strong>do</strong><br />

um papel desencadea<strong>do</strong>r, a execução <strong>do</strong> projeto de<br />

modernização <strong>da</strong> universi<strong>da</strong>de ocorreu pela possibili<strong>da</strong>de<br />

de a i<strong>no</strong>vação ser introduzi<strong>da</strong> sem ameaça à<br />

estrutura de poder, pelo necessário ajuste <strong>da</strong> política<br />

educacio<strong>na</strong>l ao modelo econômico e pelo padrão de<br />

desenvolvimento almeja<strong>do</strong> pelas forças interessa<strong>da</strong>s<br />

nessa modernização.<br />

Depois <strong>da</strong>s considerações prelimi<strong>na</strong>res, o <strong>do</strong>cumento<br />

conclusivo, que se estendeu por várias pági<strong>na</strong>s,<br />

propôs algumas medi<strong>da</strong>s, tais como a implementação<br />

<strong>do</strong> sistema departamental, <strong>do</strong> vestibular<br />

unifica<strong>do</strong>, <strong>do</strong> ciclo básico, <strong>do</strong> sistema de créditos, <strong>da</strong><br />

matrícula por discipli<strong>na</strong>, <strong>da</strong> carreira <strong>do</strong> magistério e<br />

<strong>da</strong> pós-graduação. Sobre o relatório, assim se manifestou<br />

Florestan Fer<strong>na</strong>ndes (1974, p. 4)<br />

contém, de longe, o melhor diagnóstico que o gover<strong>no</strong><br />

já tentou, tanto <strong>do</strong>s problemas estruturais com que se<br />

defronta o ensi<strong>no</strong> superior, quanto <strong>da</strong>s soluções que eles<br />

exigem. Se a questão fosse de avanço ‘abstrato’ e ‘teórico’<br />

ou verbal, os que participaram <strong>do</strong>s movimentos pela reforma<br />

universitária poderiam estar contentes e ensarilhar<br />

suas armas.<br />

Enquanto isso, o movimento estu<strong>da</strong>ntil ganhava<br />

força. Com o argumento <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> reprimi<strong>da</strong> e<br />

<strong>da</strong>s insatisfatórias condições de ensi<strong>no</strong>, pressio<strong>na</strong>va<br />

o gover<strong>no</strong> por uma ampla reforma <strong>da</strong> educação superior.<br />

Com base <strong>no</strong>s relatórios <strong>da</strong> Equipe de Assessoria ao<br />

Planejamento <strong>do</strong> Ensi<strong>no</strong> Superior (Eapes), <strong>da</strong> Comissão<br />

Meira Mattos e <strong>do</strong> grupo de trabalho, o Congresso<br />

Nacio<strong>na</strong>l aprovou a Lei nº. 5.5<strong>40</strong>, de 28 de <strong>no</strong>vembro<br />

de 1968, que dispunha sobre a Reforma Universitária.<br />

Apesar de terem si<strong>do</strong> incorpora<strong>do</strong>s à lei, entre outros<br />

determi<strong>na</strong>ntes, a unificação <strong>do</strong> vestibular, o sistema<br />

de departamentos e a pós-graduação, a Reforma de<br />

1968 não conduziu a uma ver<strong>da</strong>deira modernização<br />

<strong>da</strong> estrutura universitária <strong>no</strong> que diz respeito à preparação<br />

de quadros qualifica<strong>do</strong>s para enfrentar os desafios<br />

profissio<strong>na</strong>is impostos pela globalização que já<br />

se prenunciava. O texto <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento tentava conciliar<br />

<strong>do</strong>is padrões de ensi<strong>no</strong> superior: um, identifica<strong>do</strong><br />

com o sistema <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>, admitia como categorias<br />

a competição, a flexibili<strong>da</strong>de, a diversificação e<br />

a descentralização; o outro, mais próximo <strong>do</strong> modelo<br />

francês, e inspira<strong>do</strong> em <strong>no</strong>rmas e padrões sociais<br />

previamente estabeleci<strong>do</strong>s, tinha como referência os<br />

procedimentos e os padrões <strong>no</strong>rmativos igualitários e<br />

universalistas (BOMENY, 1994).<br />

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