12.01.2015 Views

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

oferta (<strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des); apoiar fi<strong>na</strong>nceiramente a<br />

manutenção e ampliação de cursos universitários de<br />

interesses <strong>da</strong>s empresas; realizar cursos em forma cooperativa<br />

entre empresas e universi<strong>da</strong>des (<strong>IEL</strong>, 1984).<br />

Do relatório <strong>do</strong> Grupo de Trabalho <strong>da</strong> Reforma<br />

Universitária, constou a seguinte recomen<strong>da</strong>ção:<br />

Ten<strong>do</strong> em vista a necessi<strong>da</strong>de de maior integração entre<br />

a universi<strong>da</strong>de e os programas de desenvolvimento,<br />

recomen<strong>da</strong>-se a aprovação <strong>da</strong>s sugestões formula<strong>da</strong>s<br />

através <strong>da</strong> <strong>CNI</strong>, para efeito <strong>da</strong>s principais formas<br />

de cooperação a serem presta<strong>da</strong>s pelo empresaria<strong>do</strong><br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (apud <strong>IEL</strong>, 1984, p. 12).<br />

A deman<strong>da</strong> pela reforma <strong>do</strong> sistema de ensi<strong>no</strong><br />

superior brasileiro permeou to<strong>da</strong> a déca<strong>da</strong> de 1960<br />

e, transcenden<strong>do</strong> o espaço estu<strong>da</strong>ntil e acadêmico,<br />

respondia às transformações socioeconômicas ocorri<strong>da</strong>s<br />

<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> <strong>no</strong>s perío<strong>do</strong>s anteriores. Havia, <strong>no</strong> entanto,<br />

duas compreensões diferentes <strong>da</strong> reforma de<br />

ensi<strong>no</strong> e <strong>do</strong> papel <strong>da</strong>s instituições universitárias. Enquanto<br />

para os estu<strong>da</strong>ntes era necessário democratizar<br />

o acesso ao ensi<strong>no</strong> e colocar a universi<strong>da</strong>de diretamente<br />

a serviço <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des, para a classe<br />

produtora era necessário modernizar a universi<strong>da</strong>de<br />

a fim de torná-la um fator de desenvolvimento econômico.<br />

No entanto, a despeito <strong>do</strong> caráter autoritário <strong>do</strong><br />

processo que precedeu a reforma de 1968, as mu<strong>da</strong>nças<br />

instituí<strong>da</strong>s <strong>na</strong> universi<strong>da</strong>de logo começaram<br />

a apresentar resulta<strong>do</strong>s: a implementação de políticas<br />

que combi<strong>na</strong>vam fi<strong>na</strong>nciamento de infra-estrutura<br />

e formação de pesquisa<strong>do</strong>res permitia que, ca<strong>da</strong><br />

vez mais, o paradigma <strong>da</strong> indissociabili<strong>da</strong>de ensi<strong>no</strong>pesquisa<br />

gerasse centros de excelência <strong>no</strong> campo <strong>da</strong><br />

ciência e <strong>da</strong> tec<strong>no</strong>logia.<br />

Mesmo assim, continuava frágil o vínculo universi<strong>da</strong>de-empresa:<br />

“<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> dever-se-ia orientar a criação<br />

e expansão de centros de informação em articulação<br />

com as universi<strong>da</strong>des, úteis tanto às empresas e<br />

aos gover<strong>no</strong>s quanto aos pesquisa<strong>do</strong>res e educa<strong>do</strong>res”<br />

(LOPES apud IPÊS, 1968, p. 126). Até então a produção<br />

de ciência e tec<strong>no</strong>logia <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> havia parti<strong>do</strong> de iniciativas<br />

<strong>do</strong> gover<strong>no</strong>, com uma tími<strong>da</strong> participação <strong>do</strong><br />

setor priva<strong>do</strong>. Como resulta<strong>do</strong> dessa política e <strong>da</strong> estratégia<br />

de importação de tec<strong>no</strong>logia, esse desenvolvimento<br />

ficava a cargo <strong>da</strong>s universi<strong>da</strong>des e centros<br />

de pesquisa que priorizaram a pesquisa básica. Com<br />

isso, o debate em tor<strong>no</strong> <strong>da</strong> importância <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des<br />

de pesquisa ficou, por muito tempo, circunscrito<br />

aos muros <strong>da</strong> academia, deixan<strong>do</strong>-se de la<strong>do</strong> o setor<br />

empresarial, componente capaz de transformar ciência<br />

e técnica em riqueza.<br />

O próprio gover<strong>no</strong> reconhecia que, apesar <strong>do</strong>s<br />

grandes progressos <strong>no</strong> tocante à substituição de<br />

importações, o país não havia reuni<strong>do</strong> condições<br />

necessárias para garantir um desenvolvimento autosustentável.<br />

O Programa Estratégico de Desenvolvimento<br />

indicava a necessi<strong>da</strong>de de complementar<br />

essa fase: primeiramente pela a<strong>da</strong>ptação de tec<strong>no</strong>logia<br />

importa<strong>da</strong>, e depois por meio de um gradual<br />

processo de avanço tec<strong>no</strong>lógico autô<strong>no</strong>mo.<br />

Enquanto isso o <strong>Brasil</strong>, embora contasse com um<br />

próspero parque industrial, continuava dependente<br />

<strong>do</strong> k<strong>no</strong>w-how desenvolvi<strong>do</strong> por empresas estrangeiras.<br />

Conscientes disso, os industriais, apostan<strong>do</strong> <strong>no</strong><br />

futuro, decidiram promover a aproximação <strong>do</strong> saber<br />

e <strong>do</strong> fazer.<br />

93

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!