12.01.2015 Views

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

13. Alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> pátio <strong>da</strong> Escola<br />

Profissio<strong>na</strong>l Masculi<strong>na</strong>,<br />

São Paulo<br />

Fotografia, déca<strong>da</strong> de 1910<br />

de mão-de-obra, cuja precarie<strong>da</strong>de era compensa<strong>da</strong><br />

pelo baixo preço (PRADO JÚNIOR, 1976). À medi<strong>da</strong> que<br />

crescia o número de estabelecimentos industriais,<br />

consoli<strong>da</strong>vam-se as relações capitalistas de produção.<br />

O aspecto filantrópico presente <strong>na</strong>s iniciativas<br />

associa<strong>da</strong>s ao ensi<strong>no</strong> <strong>do</strong>s ofícios foi sen<strong>do</strong> parcialmente<br />

substituí<strong>do</strong> por um discurso basea<strong>do</strong> <strong>na</strong> racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> produção, ou seja, <strong>no</strong> cálculo <strong>do</strong>s custos<br />

e benefícios <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> para a formação <strong>da</strong> força<br />

de trabalho. Ao mesmo tempo, o ensi<strong>no</strong> <strong>do</strong>s ofícios,<br />

antes desti<strong>na</strong><strong>do</strong> aos me<strong>no</strong>res me<strong>no</strong>s favoreci<strong>do</strong>s, foi<br />

sen<strong>do</strong> transferi<strong>do</strong> para os filhos <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res,<br />

sem que, <strong>no</strong> entanto, ocorressem mu<strong>da</strong>nças significativas<br />

<strong>no</strong> sistema educacio<strong>na</strong>l vigente:<br />

A proposta de um ensi<strong>no</strong> profissio<strong>na</strong>l para as massas, de<br />

mo<strong>do</strong> a moralizá-las e a desenvolver a produção para<br />

transformar a socie<strong>da</strong>de sem ‘quebrar suas molas’ foi,<br />

talvez, o núcleo de to<strong>do</strong> o pensamento elabora<strong>do</strong> <strong>no</strong><br />

<strong>Brasil</strong> Imperial sobre o assunto (CUNHA, 2000, p. 157).<br />

Desde o fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> século XVIII, havia entre os cientistas<br />

e empresários <strong>do</strong>s países mais desenvolvi<strong>do</strong>s a<br />

idéia de que se a indústria e o Esta<strong>do</strong> não voltassem<br />

suas atenções para a ciência, o crescimento industrial<br />

não se sustentaria. Na época, as instituições de<br />

pesquisas científicas não tinham propostas objetivas<br />

e as universi<strong>da</strong>des encontravam-se muito distantes<br />

<strong>do</strong>s requerimentos <strong>da</strong> indústria.<br />

Mas a resposta à necessi<strong>da</strong>de de gerar conhecimentos<br />

úteis ao setor produtivo não foi a mesma para<br />

to<strong>da</strong>s as <strong>na</strong>ções que se industrializavam. Na Inglaterra,<br />

a Royal Society of Arts priorizou o intercâmbio<br />

de conhecimentos produzi<strong>do</strong>s em escolas técnicas<br />

e laboratórios particulares, muitos <strong>do</strong>s quais sedia<strong>do</strong>s<br />

em fábricas. Na França, tentou-se desenvolver a<br />

pesquisa em escolas técnicas e universi<strong>da</strong>des, com a<br />

mediação <strong>do</strong> Instituto <strong>da</strong> França, o que levou a uma<br />

burocratização <strong>do</strong>s meios de informação e impediu o<br />

seu êxito. A Alemanha optou por vincular a pesquisa<br />

ao ensi<strong>no</strong>, construin<strong>do</strong> um modelo posteriormente<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> por muitos países. A pesquisa científica sistematiza<strong>da</strong><br />

e a oferta satisfatória de pesquisa<strong>do</strong>res<br />

foi um <strong>do</strong>s fatores que levaram a indústria alemã a<br />

passar ao primeiro pla<strong>no</strong> <strong>na</strong> escala mundial.<br />

Nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, país em franco processo de<br />

industrialização, o gover<strong>no</strong> empenhava-se <strong>na</strong> construção<br />

de “uma <strong>no</strong>va civilização que dependia basicamente<br />

<strong>da</strong> escola <strong>na</strong> preparação <strong>do</strong>s americ<strong>a<strong>no</strong>s</strong> para<br />

as muitas ocupações” (BOMENY, 2001, p. 79). Em 1862<br />

24

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!