40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI
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o então presidente Abraham Lincoln promulgou o<br />
Morrill Act, que criou os Land-Grant Colleges, com o<br />
propósito de<br />
não excluin<strong>do</strong> outros estu<strong>do</strong>s clássicos e científicos,<br />
incluin<strong>do</strong> tática militar, ensi<strong>na</strong>r os ramos <strong>do</strong> conhecimento<br />
relacio<strong>na</strong><strong>do</strong>s à agricultura e às artes mecânicas<br />
(...) a fim de promover a educação liberal e prática, <strong>da</strong>s<br />
classes industriais <strong>na</strong>s diversas ativi<strong>da</strong>des e profissões<br />
<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> (TEIXEIRA, 1969, cap. 12).<br />
Com a intenção de dissemi<strong>na</strong>r facul<strong>da</strong>des industriais<br />
e/ou agrícolas por to<strong>do</strong> o território, o gover<strong>no</strong>,<br />
além de transferir imensos terre<strong>no</strong>s federais para os<br />
esta<strong>do</strong>s, permitia que estes vendessem terras devolutas,<br />
desde que aplicassem os recursos assim obti<strong>do</strong>s<br />
<strong>na</strong> educação superior.<br />
Pouco depois, o mun<strong>do</strong> encontraria <strong>na</strong>s teorias<br />
de Karl Marx uma explicação para o necessário desenvolvimento<br />
<strong>da</strong>s forças produtivas. Publica<strong>do</strong> em<br />
1867, O Capital alertava para o fato de que a indústria<br />
capitalista somente poderia subsistir com a condição<br />
de revolucio<strong>na</strong>r incessantemente os instrumentos e<br />
os mo<strong>do</strong>s de produção e, com isso, to<strong>da</strong>s as relações<br />
sociais.<br />
No <strong>Brasil</strong>, a educação para o trabalho não acompanhou<br />
as propostas a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s <strong>na</strong> Europa e <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>s<br />
Uni<strong>do</strong>s <strong>da</strong> América. Oriun<strong>do</strong> de uma matriz<br />
sociocultural diferencia<strong>da</strong>, o país carregava as conseqüências<br />
de ter si<strong>do</strong> uma colônia de exploração,<br />
e não de ocupação, como os EUA. O único referencial<br />
de universi<strong>da</strong>de, instituição proibi<strong>da</strong> <strong>no</strong> país <strong>no</strong>s<br />
tempos coloniais, vinha <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> medieval e escolástico<br />
de Coimbra.<br />
A Proclamação <strong>da</strong> República em 1889 não provocou<br />
mu<strong>da</strong>nças imediatas <strong>na</strong> conjuntura econômicosocial<br />
brasileira. Sob forte ideologia positivista, os<br />
gover<strong>no</strong>s republic<strong>a<strong>no</strong>s</strong> continuaram opon<strong>do</strong> resistência<br />
à criação de universi<strong>da</strong>des. No entanto, as<br />
reformas de 1891 equipararam os estabelecimentos<br />
de ensi<strong>no</strong> secundário e superior ao Ginásio Nacio<strong>na</strong>l<br />
e às facul<strong>da</strong>des manti<strong>da</strong>s pelo gover<strong>no</strong> federal. Em<br />
1901, além de a equiparação ter se estendi<strong>do</strong> ao ensi<strong>no</strong><br />
particular, as escolas poderiam outorgar diplomas<br />
que autorizavam o exercício de certas profissões<br />
regulamenta<strong>da</strong>s em lei. O resulta<strong>do</strong> dessas medi<strong>da</strong>s<br />
foi a grande expansão <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> superior <strong>no</strong> país: de<br />
1891 até 1910, foram cria<strong>da</strong>s 27 escolas superiores.<br />
Além disso, o complexo monta<strong>do</strong> em tor<strong>no</strong> <strong>da</strong><br />
produção cafeeira, que incluía ferrovias, bancos, empresas<br />
exporta<strong>do</strong>ras e uma mecanização crescente,<br />
contribuiria para fomentar a base de um crescimento<br />
industrial, sugerin<strong>do</strong> uma ruptura com as formas<br />
14. Capa <strong>da</strong> primeira<br />
Constituição <strong>da</strong> República,<br />
promulga<strong>da</strong> <strong>no</strong> Rio de<br />
Janeiro em 24 de fevereiro<br />
de 1891<br />
15. Escola de Aprendizes<br />
Artífices de Sergipe<br />
Fotografia<br />
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