12.01.2015 Views

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

nização de empresários <strong>do</strong> Rio de Janeiro e de São<br />

Paulo, cujo objetivo era “defender a liber<strong>da</strong>de pessoal<br />

e <strong>da</strong> empresa, ameaça<strong>da</strong> pelo pla<strong>no</strong> de socialização<br />

<strong>do</strong>rmente <strong>no</strong> seio <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> João Goulart”, por meio<br />

de um “aperfeiçoamento <strong>da</strong> consciência cívica e democrática<br />

<strong>do</strong> povo” (ABREU, 2001 p. 2.790).<br />

50. Matéria <strong>da</strong> revista<br />

Manchete sobre o<br />

afastamento de João Goulart<br />

<strong>da</strong> Presidência <strong>da</strong> República,<br />

11 de abril de 1964<br />

A filosofia política <strong>do</strong> Ipês via a reforma modera<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> sistema econômico e político <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> como uma<br />

necessi<strong>da</strong>de imperiosa, através <strong>da</strong> qual seria possível<br />

neutralizar o avanço comunista <strong>no</strong> país. Basea<strong>da</strong> <strong>na</strong><br />

encíclica Mater et magistra, <strong>do</strong> papa João XXIII, e <strong>no</strong><br />

programa <strong>da</strong> Aliança para o Progresso, de iniciativa <strong>do</strong><br />

gover<strong>no</strong> <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong> <strong>no</strong> começo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de<br />

1960, a orientação segui<strong>da</strong> pelo instituto também refletia<br />

a visão <strong>da</strong> Escola Superior de Guerra (ESG) sobre a<br />

reali<strong>da</strong>de brasileira <strong>da</strong> época. (ABREU, 2001, P. 2790)<br />

Outra organização que fazia oposição ao gover<strong>no</strong><br />

era o Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Ação Democrática (Ibad),<br />

fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em maio de 1959 por Ivan Hasslocher. Fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong><br />

por contribuições de empresários brasileiros e<br />

estrangeiros, o Ibad intensificou suas ativi<strong>da</strong>des em<br />

1962 por intermédio <strong>da</strong> Ação Democrática Popular<br />

(Adep), sua subsidiária, que interveio ativamente <strong>na</strong><br />

campanha eleitoral <strong>da</strong>quele a<strong>no</strong>.<br />

João Goulart, que se negava a aban<strong>do</strong><strong>na</strong>r a estrutura<br />

sindical que havia aju<strong>da</strong><strong>do</strong> a construir, era visto<br />

como um alia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res contra a classe<br />

patro<strong>na</strong>l. A polarização de classes fez com que o gover<strong>no</strong><br />

fosse marca<strong>do</strong> por conflitos de várias ordens:<br />

enquanto os alia<strong>do</strong>s defendiam reformas econômicas<br />

de longo prazo, as chama<strong>da</strong>s reformas de base,<br />

os opositores acreditavam que a única saí<strong>da</strong> era primeiramente<br />

frear o crescimento, pagar as dívi<strong>da</strong>s<br />

e sanear as fi<strong>na</strong>nças públicas, para depois voltar a<br />

investir <strong>no</strong> crescimento.<br />

O processo de democratização, que fez eclodir as<br />

manifestações pelas ruas <strong>da</strong>s principais ci<strong>da</strong>des brasileiras,<br />

demonstrava o fortalecimento <strong>do</strong>s organismos<br />

de representação <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res urb<strong>a<strong>no</strong>s</strong><br />

e <strong>da</strong>s centrais que congregavam os trabalha<strong>do</strong>res<br />

rurais, cuja sindicalização havia si<strong>do</strong> regulamenta<strong>da</strong><br />

em junho de 1963. A agitação popular, encara<strong>da</strong><br />

como sinônimo de perigo e subversão, levou os<br />

conserva<strong>do</strong>res a se articularem em tor<strong>no</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de<br />

em Defesa <strong>da</strong> Tradição, Família e Proprie<strong>da</strong>de<br />

(TFP) e <strong>da</strong> Frente Patriótica Civil-Militar, articulação<br />

que teve como ápice a Marcha <strong>da</strong> Família com Deus<br />

pela Liber<strong>da</strong>de.<br />

As inúmeras greves motiva<strong>da</strong>s não ape<strong>na</strong>s por<br />

reivindicações salariais, mas pela aprovação <strong>da</strong>s<br />

reformas de base, contribuíram para desestabilizar<br />

ain<strong>da</strong> mais o gover<strong>no</strong>. O quadro de instabili<strong>da</strong>de<br />

política precipitou a ação <strong>da</strong>s Forças Arma<strong>da</strong>s, que,<br />

apoia<strong>da</strong>s <strong>no</strong> pressuposto de garantia <strong>da</strong> segurança<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, desencadearam o golpe de 1964. Na <strong>no</strong>ite<br />

de 1º de abril, o Congresso aprovou uma resolução<br />

que declarava vago o cargo de presidente, e que<br />

este seria ocupa<strong>do</strong> interi<strong>na</strong>mente pelo presidente<br />

<strong>da</strong> Câmara, Ranieri Mazzilli.<br />

65

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!