40 anos do IEL na trajetória da indústria no Brasil - CNI
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sário à construção, foi i<strong>na</strong>ugura<strong>da</strong> a Estra<strong>da</strong> de Ferro<br />
Mauá, primeira linha ferroviária <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, que estabeleceu<br />
a ligação entre o Porto <strong>da</strong> Estrela (interior <strong>da</strong><br />
baía <strong>da</strong> Gua<strong>na</strong>bara) e a raiz <strong>da</strong> Serra (Petrópolis). Dez<br />
ferrovias seriam construí<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s vinte <strong>a<strong>no</strong>s</strong> seguintes,<br />
ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o desenvolvimento dessa rede uma<br />
<strong>da</strong>s conseqüências <strong>do</strong> crescimento e <strong>da</strong> diversificação<br />
<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des econômicas.<br />
Em 1874, a antiga Escola Central <strong>do</strong> Rio de Janeiro,<br />
antes volta<strong>da</strong> para as ativi<strong>da</strong>des militares, passou à<br />
alça<strong>da</strong> <strong>do</strong> ministro <strong>do</strong> Império. Com o <strong>no</strong>me de Escola<br />
Politécnica, voltava-se para o ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> engenharia<br />
civil. Um a<strong>no</strong> depois, foi cria<strong>da</strong> a Escola de Mi<strong>na</strong>s<br />
de Ouro Preto, <strong>na</strong> província de Mi<strong>na</strong>s Gerais. Desde<br />
então, o ensi<strong>no</strong> superior <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> iria se desenvolver<br />
com a multiplicação de facul<strong>da</strong>des isola<strong>da</strong>s cria<strong>da</strong>s<br />
por iniciativa estatal.<br />
Nessa época, os imigrantes europeus sentiam-se<br />
atraí<strong>do</strong>s pela prosperi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> café. As convulsões<br />
políticas e sociais que despontaram <strong>na</strong> Itália fizeram<br />
com que milhares de colo<strong>no</strong>s desembarcassem<br />
<strong>no</strong> país em 1876. E outros contingentes logo viriam<br />
se juntar aos itali<strong>a<strong>no</strong>s</strong>. Graças ao café, a capital <strong>do</strong><br />
país civilizou-se, ganhou ilumi<strong>na</strong>ção a gás e bonde,<br />
e experimentou o luxo. E se não foi o Rio de Janeiro<br />
a pátria brasileira mais próspera <strong>do</strong> café, foi de lá<br />
que partiram as sementes que, dissemi<strong>na</strong><strong>da</strong>s pelos<br />
esta<strong>do</strong>s de Mi<strong>na</strong>s Gerais, Espírito Santo, Paraná e São<br />
Paulo, viriam gerar as riquezas e garantir o progresso<br />
e a modernização <strong>do</strong> país.<br />
No <strong>Brasil</strong>, a transição <strong>da</strong> escravidão para o trabalho<br />
livre, o deslocamento <strong>da</strong>s plantações <strong>do</strong> Rio de<br />
Janeiro para São Paulo, a construção de uma infraestrutura<br />
para o escoamento <strong>da</strong> produção e a recuperação<br />
<strong>da</strong> crise inflacionária e especulativa deman<strong>da</strong>ram<br />
tempo. Somente em 1870, quan<strong>do</strong> a ferrovia<br />
cruzou o pla<strong>na</strong>lto paulista e se iniciou a maciça imigração<br />
européia, uma <strong>no</strong>va expansão <strong>da</strong> cafeicultura<br />
brasileira se tor<strong>no</strong>u possível.<br />
A fase <strong>do</strong> capitalismo que se iniciou <strong>no</strong> último<br />
quartel <strong>do</strong> século XIX <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> encontrou setores <strong>da</strong><br />
eco<strong>no</strong>mia cafeeira capazes de promover uma intensa<br />
incorporação <strong>do</strong> trabalho assalaria<strong>do</strong>, em diversos<br />
âmbitos <strong>do</strong> sistema produtivo. Entretanto, a luta pela<br />
industrialização dividia mais uma vez o país: de um<br />
la<strong>do</strong> estavam os grandes proprietários de terra e escravos;<br />
de outro, os que sonhavam com a máqui<strong>na</strong>.<br />
O primeiro grupo repelia a idéia <strong>da</strong> industrialização,<br />
sob a alegação de que o <strong>Brasil</strong> era incapaz de concorrer<br />
com a indústria estrangeira. Os progressistas, por<br />
sua vez, combatiam a escravidão e exigiam a defesa<br />
de <strong>no</strong>ssos interesses comerciais.<br />
Conspiravam contra os defensores <strong>do</strong> surto desenvolvimentista<br />
a ausência de capitais e investimentos<br />
em infra-estrutura, além <strong>da</strong> concorrência com a indústria<br />
européia. Juntavam-se a esses fatores a preca-<br />
9. Construção de ferrovia<br />
Fotografia, 1870<br />
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