CLIPPING DO IBRAC N.º <strong>36</strong>/<strong>2011</strong> 12 a 30 de setembro de <strong>2011</strong>O ESTADO DE SÃO PAULO DE 12 DE SETEMBRO DE <strong>2011</strong>CASOS DO SETOR DE TELEFONIA MOVIMENTARÃO PRÓXIMA SESSÃO DO CADEO polêmico caso da parceria entre a Telefônica e as empresas AbrilCom voltará à pauta <strong>do</strong> Conselho napróxima quarta-feiraO intrinca<strong>do</strong> e polêmico caso de uma parceria entre a então Telesp (atualmente Telefônica) e empresasAbrilCom (TVA Sistema, TVA Sul, TVA Brasil e Comercial Cabo), firmada em outubro de 2006, voltará àpauta <strong>do</strong> Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na próxima quarta-feira, a partir das 10 horas.Na última sessão, o processo foi pivô de um debate entre os conselheiros <strong>do</strong> órgão antitruste que acabou poracirrar ainda mais os ânimos da autarquia em relação à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).Por conta <strong>do</strong> tempo passa<strong>do</strong> entre a operação e o julgamento, neste e em outro caso <strong>do</strong> setor de telefonia, osmembros <strong>do</strong> Cade acusaram a Anatel de demorar para enviar seus pareceres e de apresentar trabalho deinvestigação incompleto. O acor<strong>do</strong> entre Telesp e empresas AbrilCom previa uma operação de compra evenda no intuito de ofertar serviços de telefonia, banda larga e televisão por assinatura. A relatoria é <strong>do</strong>conselheiro Olavo Chinaglia, mas o colega Elvino Men<strong>do</strong>nça pediu vista <strong>do</strong>s autos.A autarquia avaliará também a compra <strong>do</strong>s direitos minerários da Gerval pela Pedra Negra, empresacontrolada pelo Grupo Votorantim. Os direitos referem-se à extração, beneficiamento e comercialização debrita em Pederneiras, interior de São Paulo. Esses direitos, de acor<strong>do</strong> com a Secretaria de AcompanhamentoEconômico (Seae) <strong>do</strong> Ministério da Fazenda, estão inoperantes desde agosto de 2008. A Seae recomen<strong>do</strong>u aoCade a aprovação da operação sem restrições. Chinaglia também é o relator deste processo.LaranjaDois casos <strong>do</strong> setor de suco de laranja também serão aprecia<strong>do</strong>s pelo órgão antitruste na próxima sessão. Um éum contrato de comodato da unidade industrial de produção de suco concentra<strong>do</strong> congela<strong>do</strong> Branco PeresCitrus para a Sucocítrico Cutrale. A planta, localizada em Taquaritinga, São Paulo, está desativada e seráoperada pela Cutrale por um perío<strong>do</strong> de tempo confidencial.De acor<strong>do</strong> com a Seae, a operação é parte <strong>do</strong> esforço da Cutrale em utilizar a capacidade existente edisponível para processar o excedente da safra de laranja atual e permitirá a Branco Peres se desonerar dedespesas de manutenção de uma planta inutilizada. O relator <strong>do</strong> processo é o conselheiro Ricar<strong>do</strong> Ruiz. Dianteda falta de indícios de que a operação prejudicará a concorrência, a Secretaria emitiu parecer recomendan<strong>do</strong> aaprovação da operação sem restrições.Esta também é a recomendação da Seae para o contrato firma<strong>do</strong> entre a Luis Dreyfuss Commodities (LDC) ea Hildebrand Alimentos. O acor<strong>do</strong> prevê que a Hildebrand industrialize as laranjas da outra companhia por umtempo determina<strong>do</strong>, mas também confidencial. "Portanto, não haveria, em tese, consequências negativas parao ambiente concorrencial brasileiro no segmento de suco de laranja", escreveram os técnicos da Seae. Orelator é o conselheiro Chinaglia.O conselheiro Carlos Ragazzo está à frente <strong>do</strong> processo sobre a associação das operações de transportero<strong>do</strong>viário na Ritmo Logística, que agrupará as operações <strong>do</strong> setor da Ouro Verde da ALL Intermodal, comtransporte ro<strong>do</strong>viário, intermodal, serviços de frota dedicada e armazenamento. Com a operação, a ALL passaa deter 65% <strong>do</strong> capital social da Ritmo e a Ouro Verde, 35%. Para a Seae, o processo pode ser aprova<strong>do</strong> semrestrições.EnergiaNa área de energia, o Cade julgará um termo de compromisso entre a Bertin e a MPX que prevê duaspossibilidades de concretização, dependen<strong>do</strong> de diligências nas usinas termoelétricas Joinville e João Neiva.Caso o resulta<strong>do</strong> seja satisfatório, conforme o relatório <strong>do</strong> conselheiro Alessandro Octaviani, a MPX compraráas ações representativas <strong>do</strong> capital social das duas usinas. Se não aprova<strong>do</strong>, a operação consistirá na cessãodas outorgas e <strong>do</strong>s Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regula<strong>do</strong> por Disponibilidade.Outra operação <strong>do</strong> setor de energia está sob a relatoria <strong>do</strong> conselheiro Ragazzo. Trata-se de uma associaçãoentre a Petrobrás Biocombustíveis e a BSBIOS Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil pelo qual aPetrobras torna-se sócia da BSBIOS para atuar na produção de biocombustíveis. As duas empresas já operam,em parceria a usina de Marialva (PR) e, a partir de agora, passam a atuar conjuntamente também na unidadede Passo Fun<strong>do</strong> (RS). Esta unidade está operação desde 2007 e tem capacidade de produção de 160 milhõesde litros de biodiesel por ano.VALOR ECONÔMICO DE 12 DE SETEMBRO DE <strong>2011</strong>Por Alda <strong>do</strong> Amaral Rocha | De São PauloTROCA DE ATIVOS PODE SER OPÇÃO PARA A BRFRua Card oso d e Alm eida 7 8 8 cj 1 2 1 Cep 0 50 1 3 -00 1 São P aulo -SP Tel Fax 0 1 1 3 8 7 2 -2 60 9 / 3 67 3 -6 74 8www.ib rac.org.br email: i b r ac@ibrac.org.b r44
CLIPPING DO IBRAC N.º <strong>36</strong>/<strong>2011</strong> 12 a 30 de setembro de <strong>2011</strong>Fay, presidente da Brasil Foods, descarta eventual troca de ativos no segmento de bovinos: "Nosso negócionão é boi"A BRF Brasil Foods pode recorrer a uma troca de ativos para concretizar a alienação de unidades e marcasprevista no acor<strong>do</strong> acerta<strong>do</strong> há quase <strong>do</strong>is meses com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade). A venda <strong>do</strong> bloco de ativos e a suspensão da marcas Perdigão (por três a cinco anos em algumascategorias) e Batavo, por quatro anos, foram as condições impostas pelo Cade para aprovar a união entrePerdigão e Sadia, que deu origem à BRF."Podemos trocar ativos com qualquer um [empresa] que tenha ativos fora <strong>do</strong> Brasil. Não posso trocar noBrasil porque o Cade não vai deixar", disse José Antônio <strong>do</strong> Pra<strong>do</strong> Fay, diretor-presidente da BRF, ementrevista ao Valor na quinta passada.Segun<strong>do</strong> ele, a troca de ativos poderia ocorrer dentro <strong>do</strong> próprio Brasil se o eventual interessa<strong>do</strong> nas unidadesda BRF fosse de outro setor. O executivo afirmou, porém, que a BRF não pretende ingressar em outrosegmento. Fay também garantiu que não haveria uma troca de ativos no segmento de bovinos. "Bovinos não énosso 'core' e não vai ser", reforçou.Ainda que o executivo não faça menção às empresas que estariam interessadas nos ativos da BRF, no merca<strong>do</strong>só se fala de Marfrig, JBS, Minerva e da americana Tyson Foods. Os três primeiros atuam principalmente emcarne bovina. Já a Tyson é líder em frango nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e tem uma operação ainda pequena de aves noBrasil.Uma eventual troca de ativos no exterior se encaixa perfeitamente na estratégia de internacionalização daBrasil Foods, reforçada após o acor<strong>do</strong> com o Cade. "A internacionalização já era uma estratégia central dacompanhia e agora mais <strong>do</strong> que nunca", comentou.Segun<strong>do</strong> Fay, por meio da internacionalização a BRF poderá repor o que vai perder de faturamento com avenda <strong>do</strong>s ativos e das marcas. "São R$ 2,9 bilhões que saem <strong>do</strong> faturamento ano que vem. Então temos comouma das possibilidades de reposição aquisições fora [<strong>do</strong> Brasil], faturar mais fora <strong>do</strong> Brasil". O valor se refereao impacto da venda de ativos e da suspensão temporária de marcas.Ele observou que compras de ativos dentro <strong>do</strong> Brasil ficaram mais restritas após o acor<strong>do</strong> com o Cade, quevisa criar uma empresa concorrente da BRF no merca<strong>do</strong> brasileiro. "Só posso comprar coisas muito básicas,não posso comprar marca e fora posso comprar o que quiser". O dólar desvaloriza<strong>do</strong> também dá "mais poderde fogo" para adquirir ativos fora <strong>do</strong> Brasil.Atualmente, a Brasil Foods tem duas unidades no exterior, na Holanda e Inglaterra. Mas negocia com achinesa Dah Chong Hong Limited a criação de um joint venture na distribuição de produtos na China e noprocessamento de carnes em fábricas no país. Além disso, a BRF anunciou, em agosto, investimentos de US$120 milhões para construir fábrica de processa<strong>do</strong>s nos Emira<strong>do</strong>s Árabes Uni<strong>do</strong>s.A expectativa da Brasil Foods é de que a alienação <strong>do</strong>s ativos acertada com o Cade ocorra até o fim <strong>do</strong>primeiro semestre de 2012. A empresa contratou o BTG Pactual, que já finalizou a avaliação <strong>do</strong> negócio e temmandato para conversar com eventuais interessa<strong>do</strong>s.Fay não acredita que a crise financeira que afeta EUA e Europa possa adiar a venda <strong>do</strong>s ativos, mas admiteque a negociação pode ficar "mais complicada". Ele disse não acreditar num cenário em que não existacompra<strong>do</strong>r para tais ativos. "Tem que ter. (...) Porque esse é um ativo que tem valor e é uma porta aberta nomerca<strong>do</strong> brasileiro que não tinha mais". A última grande operação envolven<strong>do</strong> carnes de frango e suína foi avenda da Seara para a Marfrig, em 2009.Rua Card oso d e Alm eida 7 8 8 cj 1 2 1 Cep 0 50 1 3 -00 1 São P aulo -SP Tel Fax 0 1 1 3 8 7 2 -2 60 9 / 3 67 3 -6 74 8www.ib rac.org.br email: i b r ac@ibrac.org.b r45