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CLIPPING DO IBRAC N.º <strong>36</strong>/<strong>2011</strong> 12 a 30 de setembro de <strong>2011</strong>Por Juliano Basile e Beth Koike | De Brasília e São PauloA opera<strong>do</strong>ra de planos de saúde Amil pode ser obrigada a se desfazer de alguns ativos para ficar com a Medial- maior aquisição feita pela Amil até hoje e que tem como principal acionista o empresário Edson Bueno. Onegócio entre as duas empresas foi fecha<strong>do</strong> em 2009 e agora enfrenta resistência da Secretaria deAcompanhamento Econômico (Seae) <strong>do</strong> Ministério da Fazenda.Segun<strong>do</strong> um parecer da Seae, que deve ser divulga<strong>do</strong> nos próximos dias, a operação entre Amil e Medial "temuma possibilidade significativa de apresentar efeitos líqui<strong>do</strong>s negativos anticompetitivos". Em outras palavras,a secretaria verificou que o negócio aumentou a concentração de merca<strong>do</strong> da Amil, em São Paulo, onde aparticipação da empresa passou de 7,9% para 15%, e advertiu para os riscos a outras empresas <strong>do</strong> setor.A Seae deve recomendar ao Cade que a Amil seja obrigada a vender ativos em Diadema e Mogi das Cruzespara equilibrar a concorrência na região metropolitana de São Paulo. Pelo parecer, a sugestão de venda incluiequipamentos, instalações, corpo técnico e material para a realização de análises clínicas da Medial. Tambémdeve haver a recomendação de venda da carteira de beneficiários da Medial, em Diadema. O compra<strong>do</strong>r deveser uma terceira empresa com menos de 20% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.A Amil informou que não comentará o caso porque não tomou conhecimento <strong>do</strong> parecer. Ontem as ações daAmil recuaram 3,2%, enquanto o Ibovespa registrou queda de 1,3%.O Cade é quem tomará a decisão final. Cabe aos conselheiros aceitar as recomendações da Seae ou não. ASeae pediu à Secretaria de Direito Econômico (SDE) <strong>do</strong> Ministério da Justiça que abra investigação paraverificar se a Amil informou aquisições feitas antes de 1999. Se essa infração for confirmada, a empresa podeser multada.Bueno é o maior consolida<strong>do</strong>r <strong>do</strong> setor, seja por meio da Amil ou como pessoa física. De 2002 para cá, a Amiladquiriu as opera<strong>do</strong>ras Dix, Ampla, Life System, Medial, ASL, Saúde Excelsior e Lincx, as carteiras declientes <strong>do</strong>s convênios da Porto Seguro e da Semic, além <strong>do</strong>s hospitais Clínicas de Brasília, Pró-Cardíaco(BH), Casa de Saúde Lúcia e Samaritano (ambos no Rio). O empresário também é acionista majoritário noshospitais paulistas Nove de Julho e Santa Paula.Há menos de <strong>do</strong>is meses, o Cade pediu informações à Dasa sobre outro negócio: a compra da MD1, rede delaboratórios também criada por Bueno. Foi da<strong>do</strong> um prazo para a companhia apresentar essas explicaçõesCADE DA SINAL VERDE PARA SAÍDA DA NIPPON DA NAMISADe BrasíliaAs trocas de participações acionárias entre companhias que atuam em siderurgia e mineração acenderam umsinal amarelo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste <strong>do</strong> Ministério daJustiça.Ontem, o conselho aprovou a saída da Nippon Steel da Namisa, minera<strong>do</strong>ra de ferro controlada pela Cia.Siderúrgica Nacional (CSN), que detém 60% de participação. Também deixou a sociedade a siderúrgicaSumitomo. Com o negócio, a Nippon não tem mais participações cruzadas com a CSN no setor de mineração,bem como a Sumitomo, que se tornou sócia da Usiminas em uma minera<strong>do</strong>ra de ferro no ano passa<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> atestou o Cade, a saída das japonesas abriu caminho para que a Nippon dispute participações naUsiminas. Segun<strong>do</strong> informações que chegaram aos conselheiros, a companhia japonesa estuda associar-se àGerdau para fazer comprar participações de outros sócios na Usiminas."Esse merca<strong>do</strong> está se movimentan<strong>do</strong> e demandan<strong>do</strong> nossa atenção", disse o relator <strong>do</strong> processo, conselheiroAlessandro Octaviani. Ele elogiou o pedi<strong>do</strong> de informações que foi feito, na segunda-feira, pela Secretaria deDireito Econômico (SDE) à CSN e à Usiminas. A secretaria quer saber qual o impacto na concorrência dasaquisições que a CSN fez na Usiminas e que levou a primeira a ter direito a um assento no conselho deadministração dessa última. Como ambas competem no merca<strong>do</strong> de aços planos, é importante para o Cadesaber de negócios que elas têm entre si.O conselheiro Ricar<strong>do</strong> Ruiz notou que o fim de participações cruzadas entre Nippon e CSN ajuda o órgãoantitruste a verificar a competição entre as empresas no setor de mineração. "Isso ajuda <strong>do</strong> ponto de vistaconcorrencial. É importante termos clareza sobre a posição de cada 'player' para fazermos a análise darivalidade entre eles", explicou Ruiz ao Valor.Com a saída da Nippon da Namisa, o cruzamento entre as empresas desapareceu. "Ao sair decompartilhamentos com a CSN, a Nippon ficou mais livre para investir e pode entrar em sociedade com outrasempresas", disse Ruiz.O Cade ainda não foi comunica<strong>do</strong> oficialmente pelas empresas a respeito de eventuais lances da Nippon pelaUsiminas. Mas, os conselheiros estão acompanhan<strong>do</strong> esses movimentos com atenção. "É importante fazermosa análise sobre a concentração das empresas no setor", concluiu Ruiz.Rua Card oso d e Alm eida 7 8 8 cj 1 2 1 Cep 0 50 1 3 -00 1 São P aulo -SP Tel Fax 0 1 1 3 8 7 2 -2 60 9 / 3 67 3 -6 74 8www.ib rac.org.br email: i b r ac@ibrac.org.b r53