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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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MORTALIDADE INFANTIL NO MUNICÍPIO DE ALFENAS/MG, 1998-2000:PERFIL DE RISCO E EVITABILIDADE.aproximadamente 13 vezes maior (RR= 12,86; IC 95% 8,41 –19,65) do que entre aquelas que nasceram a termo.Quanto à ida<strong>de</strong> materna, foi constatado que a proporção <strong>de</strong>nascimentos no grupo <strong>de</strong> mães muito jovens (menores <strong>de</strong> 15anos) foi <strong>de</strong> 0,8% e <strong>de</strong> 22,8% entre as d<strong>em</strong>ais adolescentes (15a 19 anos). Somando-se os dois grupos, a proporção <strong>de</strong>gravi<strong>de</strong>z na adolescência passa a ser <strong>de</strong> 23,6%, resultadosuperior ao porcentual nacional <strong>de</strong> 22% <strong>em</strong> 19956. Entre asmães maiores <strong>de</strong> 35 anos a taxa <strong>de</strong> nascimento foi <strong>de</strong> 8%.A distribuição proporcional dos óbitos infantis, segundoida<strong>de</strong> materna, d<strong>em</strong>onstrou que 25,9% das crianças qu<strong>em</strong>orreram eram filhos <strong>de</strong> mães adolescentes (4,9% filhos d<strong>em</strong>ães < 15 anos), 6,2% nasceram <strong>de</strong> mães com mais <strong>de</strong> 35anos e 68% tinham mães entre 20 e 34 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.O risco <strong>de</strong> óbito entre filhos <strong>de</strong> mulheres com ida<strong>de</strong> inferior a15 anos foi 6 vezes maior (RR= 6,4; IC 95% 2,48 – 16,41) queentre os filhos <strong>de</strong> mães <strong>de</strong> 20 a 34 anos, categoria <strong>de</strong> referêncianeste trabalho. Os d<strong>em</strong>ais grupos etários <strong>de</strong> risco, 15 a 19 anos(RR= 0,92; IC 95% 0,53 – 1,58) e 35 e mais anos (RR= 0,74; IC95% 0,29 – 1,83) não influenciaram no risco da mortalida<strong>de</strong>infantil <strong>em</strong> Alfenas. Em estudo realizado <strong>em</strong> Itararé-SP, Bolhlan<strong>de</strong> Mello Jorge 2 encontraram o coeficiente <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantilmais elevado entre os nascidos vivos <strong>de</strong> mães com 35 anose mais.Os porcentuais encontrados <strong>em</strong> Alfenas d<strong>em</strong>onstram a altaincidência da gravi<strong>de</strong>z na adolescência, reconhecidamente umprobl<strong>em</strong>a social e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rando as conseqüênciasque acarretam. Esses achados requer<strong>em</strong> dos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> alfenenses maior investimento <strong>em</strong> medidas educativas epreventivas entre os jovens.Com relação ao número <strong>de</strong> consultas no pré-natal foiobservado que entre o total <strong>de</strong> nascidos vivos, 1,2% das mãesnão fizeram consulta durante a gestação e que 30,9% fizeramaté 6 consultas, estas últimas aten<strong>de</strong>ram portanto, àrecomendação do Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> um mínimo <strong>de</strong> 5consultas. As d<strong>em</strong>ais, 67,9%, fizeram 7 e mais consultas.O risco <strong>de</strong> óbitos entre as crianças cujas mães nãoconsultaram foi 32 vezes maior (RR= 32,38; IC 95% 14,30 –73,32) do que entre os filhos <strong>de</strong> mães que fizeram mais <strong>de</strong> 7consultas (categoria <strong>de</strong> referência). Com relação àquelas quefizeram <strong>de</strong> 1 a 6 consultas, o risco foi <strong>de</strong> 8,9 (RR= 8,93; IC 95%5,00 – 16,00). É questionável o fato <strong>de</strong> que neste último grupoestejam incluídas as mães que fizeram um acompanhamento<strong>de</strong> pré-natal com o número mínimo <strong>de</strong> consulta estipulado peloMinistério da Saú<strong>de</strong>.Po<strong>de</strong>-se justificar essa informação ao consi<strong>de</strong>rarmos que nasDeclarações <strong>de</strong> Nascido Vivo a variável número <strong>de</strong> consultasv<strong>em</strong> pré-codificada e no mo<strong>de</strong>lo antigo da DN o intervalo <strong>de</strong>classe apresentado é muito gran<strong>de</strong>: “nenhuma”; “até 6consultas”; “mais <strong>de</strong> 6”; e “ignorado”. Neste caso,compreen<strong>de</strong>-se que no intervalo entre 1 a 6 consultas estãoincluídas tanto as mães que fizeram 1 consulta como aquelasque freqüentaram o pré-natal com as 5 consultasrecomendadas pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>. Este também foi omotivo da seleção da classe “7 e +” consultas como categoria<strong>de</strong> referência. As mulheres que tiveram filhos pr<strong>em</strong>aturospod<strong>em</strong> também ter influenciado este resultado, uma vez quetiveram menos oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consultar.Além disso, po<strong>de</strong>-se questionar a qualida<strong>de</strong> do pré-nataloferecido, tendo como base estudos realizados <strong>em</strong> Pelotas –RS apontam que, apesar da alta cobertura <strong>de</strong> pré-natalencontrada entre as gestantes, observou-se <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong>cuidados oferecidos a elas. 20É importante <strong>de</strong>stacar que, no momento do levantamento <strong>de</strong>dados para análise da escolarida<strong>de</strong> materna, não foi possívelobter os dados referentes ao ano <strong>de</strong> 1998; <strong>de</strong>ssa forma estavariável foi estudada com os dados dos d<strong>em</strong>ais anos. Outradificulda<strong>de</strong> foi a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> categorizar a escolarida<strong>de</strong>da mãe com maior <strong>de</strong>talhe consi<strong>de</strong>rando que os intervalos <strong>de</strong>classe adotados nos dois mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> DNs eram diferentes.Portanto, esta variável foi categorizada <strong>em</strong> “menos <strong>de</strong> 8 anos”e “8 e mais” anos <strong>de</strong> estudos concluídos.Tabela 3 - Nascidos vivos e mortalida<strong>de</strong> infantil segundoescolarida<strong>de</strong> materna (<strong>em</strong> anos concluídos).Alfenas/MG, 1999 - 2000<strong>Escola</strong>rida<strong>de</strong>(<strong>em</strong> anosconcluídos)< 88 e +TotalNascidos vivos*N %12331295252848,7751,22100,00N361652Óbitos infantis**% RR IC (95%)2,921,242,351,00FONTE: SIM/SINASC - DRS - Alfenas/SMS* Excluídos 77 NV com escolarida<strong>de</strong> materna ignorada e não informada** Excluídos 02 casos com escolarida<strong>de</strong> materna ignorada e não informadaRR 1,0 = categoria <strong>de</strong> referência1,30 - 4,17Em Alfenas o grau <strong>de</strong> instrução materna i<strong>de</strong>ntificadoapresenta um equilíbrio entre os dois níveis <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>,< 8 anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> (ensino fundamental incompleto) e 8e + anos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> (ensino fundamental completo e maisanos <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>).Esta situação é melhor do que a apresentada <strong>em</strong> BeloHorizonte e São Paulo, pois estudos d<strong>em</strong>onstram que 58,2%das mães da coorte <strong>de</strong> nascidos vivos <strong>em</strong> BH não possuíam oensino fundamental completo 15 . Monteiro 11 avaliou a evoluçãoda escolarida<strong>de</strong> materna <strong>em</strong> São Paulo no período <strong>de</strong> 1995/96e encontrou o porcentual <strong>de</strong> 53,5% <strong>de</strong> mães s<strong>em</strong> conclusão doensino fundamental.Com relação à morte evitável constatou-se que, entre os 82óbitos infantis, 54,9% teriam ocorrido por doenças tidas comoevitáveis e <strong>de</strong>stas, 55,6% ocorreram no período neonatal. Poroutro lado, as mortes classificadas atualmente como não120 - Rev. Min. Enf., 7(2):117-23, jul./<strong>de</strong>z., 2003

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