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versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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O USO DA BOLA DO NASCIMENTO NA PROMOÇÃO DA POSIÇÃO VERTICALEM PRIMÍPARAS DURANTE O TRABALHO DE PARTOdiferença significativa <strong>em</strong> relação ao uso da ocitocina (p= 1,000)entre os 2 grupos <strong>de</strong> pacientes.Com relação à presença <strong>de</strong> líquido amniótico meconial, 25%das parturientes do grupo bola e 5,6% do grupo controleapresentaram esta variável. De acordo com o teste exato <strong>de</strong>Fisher (p= 0,164), não existe diferença estatística entre osdois grupos.Em primíparas, a duração média do segundo estágio dotrabalho <strong>de</strong> parto freqüent<strong>em</strong>ente relatada é <strong>de</strong>,aproximadamente, 45 minutos 12 . Os limites máximosestipulados são 2 horas para primíparas e uma hora paramultípara. A razão <strong>de</strong>sses limites ocorreu como consequênciada associação entre a duração prolongada do segundo estágiodo trabalho <strong>de</strong> parto e os resultados in<strong>de</strong>sejados, como amortalida<strong>de</strong> perinatal e morbida<strong>de</strong> materna <strong>de</strong>vido ah<strong>em</strong>orragia pós-parto e infecção 16 . A média encontrada nosgrupos A e B foram 45,1 e 40,2 minutos, respectivamente, oque correspon<strong>de</strong>u à média <strong>de</strong>scrita na literatura.A ocorrência <strong>de</strong> lacerações perineais é freqüente,especialmente <strong>em</strong> primíparas 14 . Lacerações <strong>de</strong> primeiro grau àsvezes n<strong>em</strong> necessitam sutura, lacerações <strong>de</strong> segundo grau <strong>em</strong>geral pod<strong>em</strong> ser suturadas com facilida<strong>de</strong> sob analgesia local e,<strong>em</strong> geral, cicatrizam s<strong>em</strong> complicações. A episiotomia érealizada com freqüência, mas a sua incidência é variável.Segundo este estudo, a episiotomia foi realizada pelaenfermeira quando houve indicações, tais como sofrimentofetal, progressão insuficiente do parto e ameaça <strong>de</strong> laceração<strong>de</strong> terceiro grau. O número <strong>de</strong> parturientes que tiveramlaceração <strong>de</strong> segundo grau e necessitaram <strong>de</strong> episiotomia foium pouco menor no grupo que usou a bola do nascimento37,5%, quando comparado com o grupo s<strong>em</strong> bola 38,9%, masnão houve diferença significativa (p = 1,000). O uso da bola donascimento não influenciou a ocorrência <strong>de</strong> lacerações e arealização <strong>de</strong> episiotomia <strong>em</strong> primíparas.Quanto ao peso dos recém-nascidos, a TABELA II mostraque não existe diferença significativa entre os 2 grupos, isto é,as crianças nascidas nos 2 grupos apresentaram medidas <strong>de</strong>pesos s<strong>em</strong>elhantes.ConclusõesA proposta <strong>de</strong>ste estudo foi verificar se o uso da bola donascimento durante a fase ativa do trabalho <strong>de</strong> parto exerciaalguma influência nos resultados maternos, <strong>em</strong> parturientesprimíparas <strong>de</strong> baixo risco.O processo <strong>de</strong> seleção dos grupos através <strong>de</strong> envelopepardo lacrado, escolhido para dividir os grupos, cumpriu o seuobjetivo, já que ambos os grupos foram s<strong>em</strong>elhantes nosfatores que po<strong>de</strong>riam influenciar a evolução do trabalho <strong>de</strong>parto e parto.Atualmente há uma política <strong>de</strong> governo <strong>em</strong> favor dadiminuição do número <strong>de</strong> cesáreas realizadas no Brasil. Essaatitu<strong>de</strong> reflete o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> intervenções a que sãosubmetidas as mulheres no momento do nascimento <strong>de</strong>seus filhos.As alternativas não farmacológicas para o alívio da dordurante o trabalho <strong>de</strong> parto têm sido estimuladas. Com isso,profissionais têm redimensionado a sua prática, tentando cadavez menos intervir no processo do nascimento.A bola do nascimento v<strong>em</strong> sendo utilizada por profissionaisque <strong>de</strong>sejam oferecer às suas clientes alternativas nãofarmacológicas <strong>de</strong> alívio da dor durante o trabalho <strong>de</strong> parto.Embora um percentual <strong>de</strong> 25% das parturientes do grupo dabola tenha se recusado a usar este recurso durante o estudo,constata-se que a bola teve uma boa aceitação pelo grupo eque as mulheres, além <strong>de</strong> ter<strong>em</strong> o hábito <strong>de</strong> permanecer <strong>em</strong>várias posições durante o trabalho <strong>de</strong> parto, fizeram uso dabola, uma média <strong>de</strong> 12% da duração da fase ativa do trabalho<strong>de</strong> parto. Destaca-se que não houve nenhum preparo comantecedência das parturientes estudadas durante o pré-natalno sentido <strong>de</strong> conhecer e experimentar a bola do nascimento.Acredita-se que essa po<strong>de</strong> ser uma das causas que tenhamcontribuído para o pouco t<strong>em</strong>po que elas permaneceram nabola. Este estudo mostrou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver<strong>em</strong>pesquisas que aprofund<strong>em</strong> a avaliação do uso da bola donascimento, b<strong>em</strong> como o preparo das parturientes para asua utilização.Embora os grupos A e B não tenham apresentado diferençassignificativas nos resultados, ambos utilizaram a posição verticalrespectivamente 61% e 55% do t<strong>em</strong>po da fase ativa dotrabalho <strong>de</strong> parto. Consi<strong>de</strong>ra-se importante ressaltar que o local<strong>em</strong> que foi realizado o estudo, o estímulo à posição vertical éuma rotina da assistência <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> e que o fato <strong>de</strong>ambos os grupos ter<strong>em</strong> permanecido boa parte da fase ativanessa posição, respectivamente 61% e 55%, po<strong>de</strong> terinfluenciado nos resultados.O estudo mostrou que o uso da bola do nascimento porparturientes po<strong>de</strong> ser um recurso a mais para o estímulo daposição vertical e <strong>de</strong>ve ser incentivado pelos profissionais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> por tratar-se <strong>de</strong> uma opção a mais <strong>de</strong> conforto para apromoção da posição vertical durante o trabalho <strong>de</strong> parto,consi<strong>de</strong>rada mais fisiológica.O <strong>em</strong>prego da fala constitui-se, também, <strong>em</strong> uma opção quepossibilita à mulher ter maior autonomia sobre o seu própriocorpo e maior domínio sobre o processo do trabalho<strong>de</strong> parto.Esta pesquisa aponta, ainda, para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maisestudos que possibilit<strong>em</strong> a expressão da percepção dasmulheres com relação a essa nova modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> posiçãovertical, trazendo um novo olhar para essa área <strong>de</strong> atuação.138 - Rev. Min. Enf., 7(2):134-9, jul./<strong>de</strong>z., 2003

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