CAPÍTULO 2. ANÁLISE ESTRUTURAL <strong>DE</strong> CUSTOSNeste capítulo veremos como, com base nas informações que ocontador obtém a partir do processo rotineiro de contabilização, pode-se, comum pequeno esforço adicional, gerar algumas informações que são muito úteispara os gestores das pequenas e microempresas clientes.2.1. ESTRUTURA <strong>DE</strong> CUSTOSQuanto o Contador realiza o processo de contabilização, ele obtém umconjunto de informações, que mesmo sendo simples, podem ser utilizadas pararealizar algumas análises de interesse dos gestores das pequenas emicroempresas. Assim, supondo que se tenha acesso a todas as informaçõessobre receitas e gastos, pode-se elaborar um quadro que mostre por períodode tempo a importância e a evolução das principais contas de custos edespesas com relação às receitas.Neste quadro os custos podem ser classificados por função (produção,comerciais, administrativos, financeiros e tributários) e por variabilidade (fixos evariáveis). A análise da evolução de cada conta ao longo do tempo, suaimportância com relação às receitas, a importância dos custos e despesas porfunção, possibilitam alertar os gestores da evolução desfavorável de algumitem ou grupo de custos ou despesas ao longo do tempo. Além disso o quadropermite verificar o resultado do período e sua tendência.% sobreItens de Custos R$ Faturamento % acumuladoMatéria prima (sem impostos creditáveis) 221.347,00 19,75 19,75ICMS (débito) 163.007,68 14,55 34,30IPI (débito) 101.879,80 9,09 43,39COFINS (débito) 77.428,65 6,91 50,30Energia elétrica 35.945,00 3,21 53,51Salários e Encargos Sociais - operadores produção 35.834,00 3,20 56,71Comissões sobre vendas 35.657,93 3,18 59,89Serviços produtivos de terceiros 29.043,00 2,59 62,48Fretes de entrega de produtos 21.027,00 1,88 64,36Salários e Encargos Sociais - serviços gerais produção 19.750,00 1,76 66,12Juros financiamento de capital de giro 19.076,00 1,70 67,82Salários e Encargos Sociais – administração 17.065,00 1,52 69,34Salários e Encargos Sociais - supervisores produção 16.900,00 1,51 70,85Total de custos 994.208,23 88,7 88,710Faturamento 1.120.677,80 100,0Resultado 126.469,58 11,3Quadro 2.1. Industrializa. Média mensal de custos e despesas conforme importânciano faturamento. Período: janeiro; abril 20XX.<strong>MANUAL</strong> <strong>DE</strong> TÉCNICAS E PRÁTICAS <strong>DE</strong> GESTÃO ESTRATÉGICA <strong>DE</strong> CUSTOS NAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS33
O Quadro 2.1 mostra a importância de cada item de custo ou despesacom relação ao Faturamento. Observa-se que poucas contas chegam arepresentar 70% do Faturamento. Sobre essas contas os gestores devemprestar mais atenção.Foi visto na Seção 1.9 do Capítulo 1 como os custos se comportam emdiferentes níveis de atividades (quantidade produzida, quantidade de horastrabalhadas etc.). Para analisar esse comportamento, os custos foramdiscriminados em dois grupos: variáveis e fixos.São considerados variáveis os custos decorrentes do nível deatividades. Observe na Figura 7 do Capítulo 1 a reta representativa do custovariável. Se o volume de atividades for nulo, ou seja, nada for trabalhado, nãohá o consumo de recursos que geram os custos variáveis (matéria prima e mãode obra direta, por exemplo). No entanto, o montante que representa os custosvariáveis é dependente do volume de atividades. Quanto maior o volume deatividades, maior o consumo de recursos variáveis. Também, neste gráfico,observa-se que o custo variável por unidade trabalhada não se altera. Istoporque cada unidade trabalhada consome a mesma quantidade de recursos(quilos de matéria prima, horas de mão de obra direta, por exemplo).Observa-se na Figura 8 do Capítulo 1 que a reta representativa doscustos fixos permanece constante, independentemente do volume deatividades que a empresa esteja trabalhando. Isto porque, os recursos que dãoorigem aos custos fixos são aqueles dimensionados para suportar umadeterminada capacidade produtiva (prédios, máquinas, mão de obra indiretaetc.). Ainda neste gráfico, observa-se que o custo fixo por unidade trabalhadadiminui à medida que o nível de atividades aumenta, uma vez que o custo deum mesmo montante de recursos é distribuído por níveis de atividadesmaiores.IMPORTANTE: Em relação aos recursos que geram os custos fixos, deve-seter em mente que, se o nível de atividades oscilar dentro de certo intervalo decapacidade instalada, esses recursos não precisam ser redimensionados, demodo que os custos fixos permanecerão constantes. Entretanto, caso ademanda aumente e a empresa pretenda atendê-la, há a necessidade deinvestir em novos recursos, como a aquisição de máquinas, aluguel deinstalações, contratação de supervisores etc. Estes novos recursos farãoaumentar os custos fixos. Situação oposta pode ser possível caso a demandadiminua e o nível de atividades se estabilize em patamar inferior. Neste caso, aempresa pode alienar máquinas, instalações, demitir funcionários etc., o quedetermina um montante de custos fixos menor.Entender o comportamento desses custos torna possível aos gestoresidentificar o ponto de equilíbrio da empresa identificar a margem de segurançaoperacional e a alavancagem operacional da empresa. Adicionalmente, tal<strong>MANUAL</strong> <strong>DE</strong> TÉCNICAS E PRÁTICAS <strong>DE</strong> GESTÃO ESTRATÉGICA <strong>DE</strong> CUSTOS NAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS34
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