20Segundo Arend e Orlowski (2006), região po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> a partir do que se preten<strong>de</strong>estu<strong>da</strong>r, que po<strong>de</strong>m ser aspectos econômicos, sociais ou culturais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que exista certaarticulação entre os elementos que compõem o objeto do estudo.Nessa dinâmica, a região Fronteira Oeste do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 1 foi o palco <strong>de</strong> estudose o município <strong>de</strong> Alegrete, o recorte espacial. Na região em estudo, a agricultura familiar estápresente em todos os municípios.Por ser uma região <strong>de</strong> fronteira, i<strong>de</strong>ntificam-se as diferentes regiões culturais a partir<strong>de</strong> alguns atributos: nível <strong>de</strong> coesão <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais; algumas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>sterritoriais mais uniformes e historicamente mais consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>s, outras, sobre i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s maishíbri<strong>da</strong>s, resultantes <strong>da</strong> sobreposição <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> diferentes grupos culturais;referenciais geográficos, espaços <strong>de</strong> referência i<strong>de</strong>ntitária, e históricos que participam ou quepo<strong>de</strong>m participar mais intensamente na construção <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região (BRASIL,2005).Do exposto, fica claro que a região não po<strong>de</strong> ser analisa<strong>da</strong> unicamente como porçãogeográfica, mas como ator social, parte liberativa e <strong>de</strong>cisória no processo <strong>de</strong> planejamento; oEstado é quem postula as normas e a região é a parte que possui o potencial negociativo,através do qual po<strong>de</strong> influenciar nos mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para fazer acordos, resolverconflitos com a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar o impulso externo <strong>de</strong> crescimento econômico em<strong>de</strong>senvolvimento com inclusão social (BRASIL, 2005).Nesse contexto, Corrêa (2000) postula que o processo <strong>de</strong> regionalização <strong>de</strong>corre <strong>de</strong>procedimentos conexos, como o <strong>de</strong>senvolvimento endógeno, consequente <strong>de</strong> fatores como aproprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> terra e as lutas pela conquista, divisão social do trabalho e as dinâmicasprodutivas utiliza<strong>da</strong>s no recorte regional.Cabe, nesse ponto, abor<strong>da</strong>r a conceituação <strong>de</strong> Abramovay (2003), quando cita querurali<strong>da</strong><strong>de</strong> é um conceito <strong>de</strong> natureza territorial e não-setorial. Mostra que três aspectosbásicos caracterizam o meio rural: a relação com a natureza; a importância <strong>da</strong>s áreas não<strong>de</strong>nsamente povoa<strong>da</strong>s e a <strong>de</strong>pendência do sistema urbano. Sendo assim, o bem-estareconômico <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> povoamento não concentrado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica <strong>da</strong>sci<strong>da</strong><strong>de</strong>s próximas e até dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos mais longínquos.Destarte, consi<strong>de</strong>rando o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e área rural, Terluin (2003)1 A Fronteira Oeste é uma <strong>da</strong>s regiões estratégicas do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, <strong>da</strong> Região Sul, do Brasil e no Mercosulque carece <strong>de</strong> incentivo pró-<strong>de</strong>senvolvimento, principalmente, no que se refere ao eficiente, eficaz e efetivo<strong>de</strong>senvolvimento rural sustentável.
21adota, como uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> análise, a região rural, <strong>de</strong>finindo uni<strong>da</strong><strong>de</strong> territorial como umapequena ou média ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ro<strong>de</strong>a<strong>da</strong> por gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong> espaço aberto, com uma economiaregional abrangendo ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais, agrícolas e <strong>de</strong> serviços e uma população com<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> relativamente baixa.Segundo Abramovay (2003), embora existam traços comuns na rurali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o meiorural caracteriza-se por sua imensa diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>; e a instituição <strong>de</strong> estudos variados comrelação a este meio po<strong>de</strong> ser muito importante para as pesquisas relaciona<strong>da</strong>s à dimensãoespacial do <strong>de</strong>senvolvimento.No contexto, Terluin (2003) menciona que o estudo teórico <strong>da</strong>s forças que estão portrás do <strong>de</strong>senvolvimento nas áreas rurais necessita <strong>de</strong> uma disciplina específica, por isso, énecessário recorrer a outras disciplinas que tratam do <strong>de</strong>senvolvimento econômico em regiõesrurais, como a economia regional e o campo multidisciplinar dos estudos rurais 2 .2.2 Desenvolvimento regionalA relevância, a interdisciplinari<strong>da</strong><strong>de</strong>, a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o anseio e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>propiciar <strong>de</strong>senvolvimento 3 <strong>de</strong> regiões fazem com que as abor<strong>da</strong>gens teóricas relaciona<strong>da</strong>s àtemática estejam permanentemente em estudo e constante aprimoramento.Desenvolver, <strong>de</strong> acordo com Ferreira (1999), <strong>de</strong>s + envolver, significa: fazer crescer;fazer que progri<strong>da</strong>; aumente, melhore; se adiante; <strong>da</strong>r origem a; originar; gerar; produzir; tirardo invólucro; <strong>de</strong>senrolar; expandir; tornar-se maior ou mais forte; crescer; esten<strong>de</strong>r-se;prolongar-se. A palavra <strong>de</strong>senvolvimento significa: ato ou efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver(-se);<strong>de</strong>senvolução; adiantamento, crescimento, aumento, progresso (FERREIRA, 1999).A palavra região se originou do latim regione, que, segundo Ferreira (1999), significagran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> terreno; território que se distingue dos <strong>de</strong>mais por possuir características(clima, produção, entre outros) próprias.No que se refere à temática macro pesquisa<strong>da</strong>: <strong>de</strong>senvolvimento, segundo Holan<strong>da</strong>(1975), é um processo <strong>de</strong> transformação social e global, com implicações políticas,sociológicas, econômicas e culturais. Essas transformações trazem varia<strong>da</strong>s características que2 Economia rural, sociologia rural, geografia rural, <strong>de</strong>mografia, entre outros.3 Segundo Esteva (2000) e, Rocha e Padilha (2004), <strong>de</strong>senvolvimento refere-se aos termos: evolução ematuração; o <strong>de</strong>senvolvimento tem sentido <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça favorável, <strong>de</strong> um passo do simples para o complexo. Doinferior para o superior, do pior para o melhor; havendo a indicação <strong>de</strong> que o ser humano está progredindoporque está avançando segundo uma lei universal necessária e na direção <strong>de</strong> objetivos <strong>de</strong>sejáveis.
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