52As políticas públicas, <strong>de</strong> acordo com Rodrigues (2010), resultam <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> política,envolvem mais <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão política e requerem várias ações estratégicas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s aimplementar objetivos <strong>de</strong>sejados.Políticas públicas são ações <strong>de</strong> Governo, portanto, são revesti<strong>da</strong>s <strong>da</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong>soberana do po<strong>de</strong>r público; dispõem sobre “o que fazer”, ações, “aon<strong>de</strong> chegar”, metas ouobjetivos relacionados ao estado <strong>de</strong> coisas que se preten<strong>de</strong> alterar, e “como fazer”, estratégias<strong>de</strong> ação (RODRIGUES, 2010).Dando prosseguimento ao raciocínio, po<strong>de</strong>-se mencionar que a agricultura familiarpossui gran<strong>de</strong> importância socioeconômica. Esse entendimento supra-agrícola do ruralpermite que a agricultura familiar, em sua diversificação e multifuncionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, possa serreconheci<strong>da</strong> como agente e protagonista do <strong>de</strong>senvolvimento regional, territorial esustentável.Dessa forma, nesse universo rural, os atores são percebidos como elementos-chave nasdiversas políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> proteção ambiental, havendo necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>inserção e participação <strong>de</strong>les nas políticas públicas.No Brasil, uma série <strong>de</strong> políticas públicas passou a ter como foco a agriculturafamiliar, tendo como marcos a criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e aconsoli<strong>da</strong>ção do Programa Nacional <strong>de</strong> Fortalecimento <strong>da</strong> Agricultura Familiar, além dosesforços no campo <strong>da</strong> Reforma Agrária. Se, por um lado, tais ações representam oatendimento às reivindicações <strong>da</strong>s organizações <strong>de</strong> trabalhadores rurais e movimentos sociaisdo campo, por outro, relacionam-se a um novo olhar para a agricultura familiar, associando-acomo agente estratégico rumo a um <strong>de</strong>senvolvimento regional e territorial. A gran<strong>de</strong> maioria<strong>de</strong>ssas políticas e programas <strong>de</strong>senvolvidos tem forte interface com o tema educaçãoambiental (MDA, 2012).A agricultura familiar, segundo Ferreira (2008), <strong>de</strong>sempenha papel fun<strong>da</strong>mental para ocrescimento <strong>da</strong> economia e <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos agricultores. E as políticaspúblicas exercem função importante no seu fortalecimento e valorização. Para isto, énecessário que os agricultores familiares conheçam essas políticas e <strong>de</strong>las se apropriem para oreal <strong>de</strong>senvolvimento do segmento. São diversos os programas e políticas para agricultoresfamiliares e os mais importantes são:a) Crédito Rural do Pronaf: O Programa Nacional <strong>de</strong> Fortalecimento <strong>da</strong> AgriculturaFamiliar é um programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário que disponibiliza créditomais simplificado e visa o aumento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> familiar, criação <strong>de</strong> novos postos <strong>de</strong> trabalho,além <strong>de</strong> estimular a produção <strong>de</strong> alimentos. Existem vários tipos <strong>de</strong> financiamento <strong>de</strong> acordo
53com a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que vai ser explora<strong>da</strong>: Pronaf Jovem, Pronaf Mulher, Pronaf Agroindústria,agroecologia, Pronaf Florestas, Pronaf Cota-parte, Pronaf Custeio <strong>de</strong> Agroindústriasfamiliares e <strong>de</strong> Comercialização <strong>de</strong> Agricultura Familiar (MDA, 2012).b) Seguro <strong>da</strong> Agricultura Familiar (SEAF): po<strong>de</strong> ser também conhecido comoPROAGRO. Foi criado para que o agricultor possa <strong>de</strong>senvolver a sua lavoura com segurança,funcionando, também, como um seguro <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> (MDA, 2012).c) Programa <strong>de</strong> Garantia <strong>de</strong> Preços <strong>da</strong> Agricultura Familiar (PGPAF): é um Programaque garante aos agricultores familiares, que tem financiamento no âmbito do Pronaf, ain<strong>de</strong>xação do financiamento a um preço <strong>de</strong> garantia igual ou próximo do custo <strong>de</strong> produção enunca inferior ao estabelecido na Política Geral <strong>de</strong> Preços Mínimos (MDA, 2012).d) Turismo e Agricultura Familiar: é uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que ocorre na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produçãodos agricultores familiares que mantêm as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas típicas <strong>da</strong> agriculturafamiliar, dispostos a valorizar, respeitar e compartilhar seu modo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, o patrimôniocultural e natural, ofertando produtos e serviços <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e proporcionando bem estar aosenvolvidos (FERREIRA, 2008).e) Programa <strong>de</strong> Aquisição <strong>de</strong> Alimentos <strong>da</strong> Agricultura Familiar (PAA): este programafoi criado pela Lei n.º 10.696, <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003, e envolve seis Ministérios Brasileiros:Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Desenvolvimento Agrário;Agricultura Pecuária e Abastecimento; Planejamento, Orçamento e Gestão; Fazen<strong>da</strong> eEducação. O programa foi regulamentado pelo Decreto n.º 7.775, <strong>de</strong> 04 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2012.O PAA 36 é integrante do Sistema Nacional <strong>de</strong> Segurança Alimentar 37 (SISAN), e temcomo finali<strong>da</strong><strong>de</strong>: a) incentivar a agricultura familiar, promovendo a sua inclusão econômica esocial, com fomento à produção com sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao processamento, à industrialização<strong>de</strong> alimentos e à geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>; b) incentivar o consumo e a valorização dos alimentosproduzidos pela agricultura familiar; c) promover o acesso à alimentação, em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>,quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> necessárias às pessoas em situação <strong>de</strong> insegurança alimentar enutricional, sob a perspectiva do direito humano à alimentação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e saudável; d)36 Marco legal: Programa <strong>de</strong> Aquisição <strong>de</strong> Alimentos foi criado pelo art. 19 <strong>da</strong> Lei n.º 10.696, <strong>de</strong> 02 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2003 e é uma <strong>da</strong>s ações do Fome Zero (MDS, 2012).O Fome Zero é uma estratégia impulsiona<strong>da</strong> pelo governo fe<strong>de</strong>ral para assegurar o direito humano à alimentaçãoa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> às pessoas com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso aos alimentos. Tal estratégia se insere na promoção <strong>da</strong>segurança alimentar e nutricional buscando a inclusão social e a conquista <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia <strong>da</strong> população maisvulnerável à fome. Disponível em: . Acesso em: 05 jul. 2012.37 O SISAN foi criado pela Lei n.º 11.346, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006, com vistas em assegurar o direito humanoà alimentação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.
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