22po<strong>de</strong>m exercer influência <strong>de</strong> forma relevante no <strong>de</strong>senvolvimento regional.Ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional, na ótica <strong>de</strong> Boisier (1989), <strong>de</strong>ve ser <strong>da</strong><strong>da</strong>atenção especial ao conjunto <strong>de</strong> procedimentos formadores do processo <strong>de</strong> planejamento do<strong>de</strong>senvolvimento regional, observando-se sistemas <strong>de</strong> organização econômica, <strong>de</strong> estilos <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento e dos conceitos dominantes sobre o <strong>de</strong>senvolvimento econômico. Sendoassim, o <strong>de</strong>senvolvimento regional po<strong>de</strong> se tornar perceptível a partir do resultado interativo<strong>da</strong> tría<strong>de</strong>: ativação social, política econômica e alocação <strong>de</strong> recursos.Boisier (1996) complementa seu raciocínio quando menciona que são seis oselementos interativos que po<strong>de</strong>m elevar a uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque o <strong>de</strong>senvolvimentoregional: atores, cultura, instituições, recursos, procedimentos e o entorno. Esses elementosreunidos em um projeto coletivo po<strong>de</strong>m possibilitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma região nos trêsâmbitos: social, político e econômico.O <strong>de</strong>senvolvimento regional, na concepção <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong> (2002), necessita <strong>da</strong>participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> local no planejamento contínuo <strong>da</strong> ocupação do espaço e nadistribuição dos frutos do processo <strong>de</strong> crescimento. Resta claro, portanto, que o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ve ser visto como um complexo <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças etransformações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m econômica, política e, principalmente, humana e social. Esse<strong>de</strong>senvolvimento também po<strong>de</strong> vir a ser <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> crescimento e incrementos positivosno produto e na ren<strong>da</strong>, transformados para satisfazer as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do ser humano como asaú<strong>de</strong>, educação, habitação, transporte, alimentação, lazer, <strong>de</strong>ntre outras.De acordo com <strong>Oliveira</strong> e Lima (2003), o <strong>de</strong>senvolvimento está associado à permissãodo uso ou <strong>de</strong> acesso aos recursos disponíveis, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo assim, <strong>da</strong> participação regional nouso dos recursos disponibilizados pelas diferentes esferas políticas.Em complementação, os recém citados autores mencionam que <strong>de</strong>senvolvimento estárelacionado aos efeitos <strong>da</strong>s políticas macroeconômicas e setoriais, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> ação dogoverno central, com consequências que po<strong>de</strong>m ser positivas ou negativas à região emanálise. A política econômica po<strong>de</strong> ser positiva no que se refere ao processo <strong>de</strong> crescimentoeconômico, indo no mesmo sentido ou, em direção oposta, impedindo esse crescimento. Oprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões toma<strong>da</strong>s pelo Estado, que sãoexógenas à região.Os autores <strong>Oliveira</strong> e Lima (2003) também mencionam que o <strong>de</strong>senvolvimentoregional <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> ativação social <strong>da</strong> população local, <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a região criar umconjunto <strong>de</strong> elementos políticos, institucionais e sociais, capazes <strong>de</strong> direcionar o crescimento<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado por forças exógenas para atingir o <strong>de</strong>senvolvimento.
23A terceira instância, segundo os autores, ao contrário <strong>da</strong>s duas primeiras, é endógena eestá associa<strong>da</strong> ao aumento <strong>da</strong> autonomia <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong> região; ao aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>regional para reter e reinvestir o exce<strong>de</strong>nte gerado pelo processo <strong>de</strong> crescimento; a umapermanente e crescente melhora social, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>; e à preservação do meio ambiente.O <strong>de</strong>senvolvimento regional ou local, <strong>de</strong> acordo com <strong>Oliveira</strong> e Lima (2003), é<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> conciliação <strong>da</strong>s políticas que impulsionam o crescimento com os objetivoslocais. A organização <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> local po<strong>de</strong> transformar o crescimento em <strong>de</strong>senvolvimentopara a região.A<strong>de</strong>mais, em tese, no entendimento <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong> e Lima (2003), a solução dosproblemas regionais e a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m do fortalecimento <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong>s instituições locais, pois são estas que transformam o impulso externo <strong>de</strong>crescimento em <strong>de</strong>senvolvimento.Os autores <strong>Oliveira</strong> e Lima (2003) colocam que falar em <strong>de</strong>senvolvimento significadialogar permanente, com participação efetiva <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s locais, pois, caso contrário,estar-se-á sempre reproduzindo as imagens viciosas do “bom civilizado” explorando o “mauselvagem”. É importante mencionar que nenhuma aju<strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira po<strong>de</strong> retirar ou negar adigni<strong>da</strong><strong>de</strong> do aju<strong>da</strong>do, isto é, a aju<strong>da</strong> emancipatória necessita propiciar a ampliação <strong>da</strong>capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do aju<strong>da</strong>do a criar e elevar sua autoestima. E para que isto se efetive, é precisoapren<strong>de</strong>r que uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sustentável é aquela que satisfaz suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sem diminuiras perspectivas <strong>da</strong>s gerações futuras 4 .O objeto <strong>da</strong> política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional é a promoção <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população em qualquer território. A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>sescolhas formula<strong>da</strong>s por essa população. E para o sucesso <strong>de</strong>ssa política é necessário que sefaça dos agentes que estão nos territórios parceiros <strong>de</strong> primeira gran<strong>de</strong>za, participantesefetivos na concepção, implementação e execução <strong>da</strong> mesma.Neste contexto, Etges (2003), conceitua <strong>de</strong>senvolvimento regional como um processo<strong>de</strong> construção, amparado na potencialização <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s endógenas.Como <strong>de</strong>senvolvimento regional é temática implícita <strong>de</strong>sta pesquisa e para facilitar oentendimento, buscaram-se conceituações basilares como a que nos é ensina<strong>da</strong> por Arend eOrlowski (2006), quando postulam que o <strong>de</strong>senvolvimento regional visa um <strong>de</strong>senvolvimentomais voltado às especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> local, buscando integrar <strong>de</strong> forma interdisciplinar os4 Lester Brown do WorldWatch Institute.
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