38problema se relaciona com a produção. Na estância tradicional, com superabundância <strong>de</strong>terras, não há incentivo para investimentos com objetivo <strong>de</strong> melhorar o rendimento do solo.A passagem <strong>da</strong> pecuária extensiva para a intensiva significa, economicamente, asubstituição <strong>da</strong> terra por capital na função <strong>de</strong> produção (SINGER, 1968).A região <strong>da</strong> campanha, como também é conhecido o recorte geográfico pesquisado,permaneceu vincula<strong>da</strong> ao setor primário <strong>da</strong> produção: pecuária extensiva e agricultura <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s plantações e esparsas agroindústrias.Para que a colonização pu<strong>de</strong>sse prosseguir, Singer (1968) mencionou que era precisoum meio <strong>de</strong> transporte terrestre <strong>de</strong> maior eficiência que o carro <strong>de</strong> boi; assim, a estra<strong>da</strong> <strong>de</strong>ferro veio resolver o problema. Em 1874 foi inicia<strong>da</strong> a construção <strong>da</strong> ferrovia que, partindo <strong>de</strong>Porto Alegre, alcançou São Leopoldo e Novo Hamburgo em 1876, Taquara em 1903 e Canelaem 1924. Outra linha importante começou a ser construí<strong>da</strong> em 1877, ligando a margem doTaquari a Cachoeira em 1883, a <strong>Santa</strong> Maria em 1884 e a Alegrete e Uruguaiana em 1907.O Rio Gran<strong>de</strong> do Sul mostra, com gran<strong>de</strong> clareza, a contradição em que se <strong>de</strong>bate aagricultura nacional, entre o modo <strong>de</strong> apropriação <strong>da</strong> terra e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s forçasprodutivas. Essa contradição, agrava<strong>da</strong> por fatores externos <strong>de</strong> mercado, estimula-se nos doispólos - minifúndio e latifúndio - <strong>da</strong> estrutura <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> terra. O modo vigenteconserva o minifúndio, e o latifúndio <strong>de</strong> outro (SINGER, 1968).A acentua<strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> fundiária, segundo Prado Junior (1978),caracteriza a generali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> estrutura agrária brasileira, sendo reflexo <strong>da</strong> natureza <strong>de</strong> nossaeconomia, que se perpetuou até nossos dias.No meio rural, aparecem gran<strong>de</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e a agricultura familiar. Nesta po<strong>de</strong>-seobservar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a miséria absoluta até estabelecimentos produtivos e eficientes econômica etecnicamente (SOUZA, 2000).Nessa linha, Guanziroli (2001) postula que a agricultura familiar tem capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>a<strong>da</strong>ptação a ambientes em transformação, tendo mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar-se com mercados.Em suma, a região analisa<strong>da</strong> - Fronteira Oeste do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul - é uma regiãoi<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> pela presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais, constituí<strong>da</strong>s pela distribuição <strong>da</strong>ssesmarias, que <strong>de</strong>ram origem às estâncias <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> gado. Paralelamente, existe umnúmero significativo <strong>de</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s familiares que juntas ocupam uma pequena áreaterritorial.
39Figura 01- Localização <strong>da</strong> região Fronteira Oeste do Rio Gran<strong>de</strong> do SulFonte: NGP/<strong>UNISC</strong>, 2012
- Page 2 and 3: 2Paula Terezinha Oliveira da SilvaA
- Page 4 and 5: 4Dedico ao meu pai, Paulo; à minha
- Page 6 and 7: 6“Eu não vou mais precisar de mu
- Page 8 and 9: 8ABSTRACTTHE FAMILY AGRICULTURE AND
- Page 10 and 11: 10LISTA DE TABELAS01 Estabeleciment
- Page 12 and 13: 12PRONERAPROVAPRSSAFSEAFSIPAFSISANS
- Page 14 and 15: 141 INTRODUÇÃOPara esta construç
- Page 16 and 17: 16municípios de Santana do Livrame
- Page 18 and 19: 18Em relação às técnicas de pes
- Page 20 and 21: 20Segundo Arend e Orlowski (2006),
- Page 22 and 23: 22podem exercer influência de form
- Page 24 and 25: 24aspectos naturais, econômicos e
- Page 26: 263 FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
- Page 29 and 30: 293.2 A função social da propried
- Page 31 and 32: 31Os requisitos da função social
- Page 33 and 34: 33É fato que, a propriedade rural
- Page 35 and 36: 354 CARACTERIZAÇÃO DA FRONTEIRA O
- Page 37: 37aproximada de 13 mil hectares e a
- Page 41 and 42: 41Segundo os escritos de Corrêa (2
- Page 43 and 44: 43Figura 02 - Divisão administrati
- Page 45 and 46: 45Os dados da Tabela 02 demonstram
- Page 47 and 48: 47Do ponto de vista agrário, a reg
- Page 49 and 50: 49Tabela 07 - Estabelecimentos e á
- Page 51 and 52: 515 AGRICULTURA FAMILIAR E FUNÇÃO
- Page 53 and 54: 53com a atividade que vai ser explo
- Page 55 and 56: 55Sendo assim, existem várias estr
- Page 57 and 58: 575.1.2 Programa Nacional de Fortal
- Page 59 and 60: 59O Pronaf Custeio e Comercializaç
- Page 61 and 62: 61política agrícola 43 , a situa
- Page 63 and 64: 63Para Wanderley (2001), agricultur
- Page 65 and 66: 65legislação sanitária, previden
- Page 67 and 68: 67como espaço destinado meramente
- Page 69 and 70: 69Tabela 10 - Utilização das terr
- Page 71 and 72: 71Tabela 12 - Utilização das terr
- Page 73 and 74: 73capital da República Sul-Riogran
- Page 75 and 76: 75várias espécies de animais silv
- Page 77 and 78: 77Figura 06 - Pirâmide Etária do
- Page 79 and 80: 79Figura 08 - Docentes por série n
- Page 81 and 82: 81Figura 10 - Estabelecimentos de s
- Page 83 and 84: 83Figura 12 - Produto Interno Bruto
- Page 85 and 86: 85e prevenção de queimadas e util
- Page 87 and 88: 87Figura 13 - Plantações cultivad
- Page 89 and 90:
89regional pesquisado, bem como, cl
- Page 91 and 92:
91No que se refere à quantidade de
- Page 93 and 94:
93Com referência à faixa etária
- Page 95 and 96:
95Cabe mencionar, que alguns dos es
- Page 97 and 98:
97Com referência ao financiamento
- Page 99 and 100:
99financiamentos para aquisição d
- Page 101 and 102:
101Ainda com relação às polític
- Page 103 and 104:
103meio de transporte para escoar a
- Page 105 and 106:
105Mesmo existindo a dualidade: gra
- Page 107 and 108:
107Com relação à análise da fun
- Page 109 and 110:
109i) com relação à disponibilid
- Page 111 and 112:
111que existem poucas cooperativas
- Page 113 and 114:
113REFERÊNCIASABRAMOWAY, Ricardo.
- Page 115 and 116:
115______. Em busca do esquivo dese
- Page 117 and 118:
117CALDAS, Eduardo de Lima. Desenvo
- Page 119 and 120:
119FOME ZERO. Programa Fome Zero. D
- Page 121 and 122:
121IBGE. Disponível em:. Acesso em
- Page 123 and 124:
123MDS. Ministério do desenvolvime
- Page 125 and 126:
125SCHNEIDER, Sérgio. Agricultura
- Page 127 and 128:
127WANDERLEY, Maria de Nazareth B.
- Page 129 and 130:
12914- Há posto de saúde próximo