De acordo com o MDP para o 1 ọ ano do Ensino Fundamental de 9 anos, essas realizações esuas consequências são perpassadas pela mediação exercida pelo professor. É fundamental,nesse processo de mediação 6 , perguntar-se o que significa favorecer as conquistas infantis.Incentivar a exploração do ambiente à sua volta, ampliando oportunidades; oferecer apoioem tal tarefa; comemorar as conquistas, mesmo que pareçam pequenas; tentar entender omodo como veem e percebem os acontecimentos são formas de favorecer as aprendizagensdas crianças. Ao contrário, propor algo que esteja muito além ou aquém das suas capacidades;realizar a atividade pela criança; não propor a ela desafios; olhá-la com base na referência adulta;ter expectativas negativas com relação aos seus limites e possibilidades; não ter disponibilidadepara com ela interagir são maneiras de dificultar sua aprendizagem e seu crescimento.Ao elaborar o MDP, todos os envolvidos no processo estão atentos a essas questões.A INFLUÊNCIA <strong>DO</strong> AMBIENTE E <strong>DO</strong> ESPAÇO DA SALA DE AULA PARA AS INTERAÇÕES E AÇÕES EDUCATIVASO espaço, assim como o ambiente que nele se constitui, reflete o que se pensa, o que sequer e o que se pode fazer nele. Em uma casa, a organização do espaço indica o modo de vidade quem a habita, suas preferências, interesses e hábitos. Da mesma forma, em uma escolaessa organização revela a concepção educacional e a postura pedagógica dos professoresque nele trabalham.O professor italiano Enrico Battini, da área de Arquitetura, citado por Forneiro 7 escolheu umestilo, até mesmo poético, para explicitar o que entende sobre a relação entre a criança e oespaço: “Para a criança, o espaço é o que sente, o que vê, o que faz nele. Portanto, o espaçoé sombra e escuridão; é grande, enorme, ou, pelo contrário, pequeno; é poder correr ou ter deficar quieto, é esse lugar onde ela pode ir para olhar, ler, pensar”.No 1 ọ ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a sala de aula e a escola devem se constituirem um ambiente singular e revelador da identidade daquele grupo – professor e crianças – queo ocupa. Por isso, o MDP traz indicativos para que cada professor possa ter subsídios necessáriospara a organização desse espaço singular.Em relação ao ambiente e ao espaço, devemos nos perguntar: nossas salas de aula sãoestimulantes? Favorecem a interação das crianças entre si e, ainda, com o professor, por disporde modo flexível as carteiras e cadeiras? Ou, ao contrário, impõem às crianças, o tempotodo, que só visualizem a nuca e as costas dos colegas, nas carteiras enfileiradas umas atrásdas outras? As paredes da sala são entendidas como espaços para receber as produções dascrianças? Ou seja, estão a serviço da expressão e das aprendizagens infantis? Ou apenas oprofessor tem acesso a elas para escolher o que e quando colocar e tirar delas? As paredestestemunham a transformação, evolução e renovação dos aprendizados das crianças e dosencaminhamentos pedagógicos adotados?A organização e reorganização do espaço da sala de aula visa a proporcionar um ambienteque, além de propício às muitas aprendizagens sociais, motoras e cognitivas, também se mostreagradável para crianças, professores e pais, possibilitando relações prazerosas e o desejode permanecerem nesse espaço.6O conceito de mediação vem da concepção vygotskyana de natureza humana, na qual a cultura e o grupo socialsão considerados elementos constitutivos de cada indivíduo. Ver: VYGOTSKY, Liev Semiónovitch. A formação socialda mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.7FORNEIRO, L. I. A organização dos espaços na Educação Infantil. In: ZABALZA, M. A. Qualidade em EducaçãoInfantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. p. 231.6Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
É necessário criar um ambiente seguro e, simultaneamente, estimulante, quepermita à criança aventurar-se nele, descobrindo-o e, ao mesmo tempo, descobrir--se e descobrir o outro. Essa possibilidade é crucial para que a criança vá seconstituindo agente de seu processo de aprendizagem e desenvolvimento e, gradativamente,vá se tornando capaz de satisfazer suas necessidades sem precisarde assistência constante do adulto.Ao organizar áreas diferentes e variar o tamanho delas na sala ou no pátio,o professor está favorecendo que as atividades sejam realizadas ora em grupospequenos, ora em duplas, individualmente ou pela turma inteira. Reforçando queas interações criança/criança são tão importantes quanto as adulto/criança e que aorganização dos ambientes pode favorecer ou dificultar essas interações. Assim, oimportante é o princípio da flexibilidade para dispor móveis e acessórios nos espaçosutilizados.Também no 1 ọ ano do Ensino Fundamental de 9 anos, o espaço cumpre sua funçãoà medida que puder ser local de brincadeiras e das várias expressões da criança.Para ser significativo e envolvente, é importante que disponha de uma atmosfera lúdica,cultural e estética em suas diferentes dimensões, comportando diferentes materiais, brinquedos,livros, revistas, gibis, jogos, acessórios e objetos diversos. Faz-se necessário queesses materiais estejam acessíveis às crianças na sala de aula, a fim de que sejam utilizadospor elas de modo independente e autônomo.Da mesma forma, é preciso ocorrer o contato com espaços da comunidade e com a natureza,pois os espaços externos, em áreas abertas ou cobertas, podem ser tão ou mais propíciospara as descobertas e experiências infantis.BRINCAR: UM MO<strong>DO</strong> ESPECIAL DE DIALOGAR COM OS CONHECIMENTOSO brincar é uma ação privilegiada no desenvolvimento humano, principalmente na infância.É importante lembrar que os adultos também podem e, muitas vezes, devem brincar.Em livro totalmente dedicado ao brincar, Janet Moyles 8 enfatiza que professores, principalmenteos envolvidos na educação/cuidado de crianças pequenas, têm de entender o quesignifica brincar. Precisam estar convencidos de que o brincar tem méritos não de atividadesecundária, para ser realizada pelas crianças depois de terminarem seu “trabalho”, mas de atividadeprincipal, fazendo referência a Leontiev 9 . É necessário que todo professor seja capaz deargumentar e justificar a importância do brincar seja na Educação Infantil ou nas séries iniciaisdo Ensino Fundamental. Para isso, ele deve ter para si próprio um conceito, uma ideia consistentesobre o brincar, com rigor acadêmico. As situações didáticas presentes no MDP têm, pois,o brincar como pressuposto norteador para os encaminhamentos metodológicos propostos.A brincadeira nos espaços escolares, aos olhos desavisados de quem está observando defora, pode ser percebida como atividade antipedagógica, dando a impressão de desorganização,dispersão e bagunça por parte das crianças e falta de planejamento e de manejo porparte do professor. É possível haver o risco desse tipo de julgamento em uma visão tradicionale, mais que isso, em uma visão equivocada do ensino.8MOYLES, Janet R. Só brincar?: o papel do brincar na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.9Ver: LEONTIEV, Alexei N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: VYGOTSKY,Liev Semiónovitch.; LURIA, Alexander R.; LEONTIEV, Alexei N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem.São Paulo: Ícone/Edusp, 1988. p. 59-84. Ver também: LEONTIEV, Alexei N. Os princípios psicológicosda brincadeira pré-escolar. In: VYGOTSKY, Liev Semiónovitch.; LURIA, Alexander R.; LEONTIEV, AlexeiN. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/Edusp, 1988. p. 119-142.7
- Page 1: 1 ọ ano - 1 ọ volumelivro do pr
- Page 4 and 5: oCumento introDutóRioORIENTAÇÕES
- Page 8 and 9: Por que, afinal, deve-se dar oportu
- Page 10 and 11: CONHECIMENTOS PRIVILEGIADOSConsider
- Page 12 and 13: Durante esses anos, eles vêm cumpr
- Page 14 and 15: ColagemTécnica de ilustração que
- Page 16 and 17: UNIDADES DE TRABALHO presentes no M
- Page 18 and 19: Portanto, para a distribuição das
- Page 20 and 21: A ESTRUTURA DAS ORIENTAÇÕES METOD
- Page 22 and 23: de se cuidar, se relacionar e se co
- Page 24 and 25: na composição musical, assim como
- Page 26 and 27: ______. Arca de Noé 2. Zona Franca
- Page 28 and 29: mais do que a simples aparência. A
- Page 30 and 31: Além de observar e descrever os at
- Page 32 and 33: Do mesmo modo como feito para os ei
- Page 34 and 35: • Noções matemáticas devem ser
- Page 36 and 37: O calendário deve ser confeccionad
- Page 38 and 39: Como jogar:É necessário que os al
- Page 40 and 41: Descrição do material:• Confecc
- Page 42 and 43: Mais do que codificar (escrever) e
- Page 44 and 45: Considerando a perspectiva que disc
- Page 46 and 47: Crachás/Cartões com nomesAo inici
- Page 48 and 49: ROLETA DAS LETRASMateriais necessá
- Page 50 and 51: Outra variação para esse jogo ser
- Page 52 and 53: Fazer várias tiras, contendo palav
- Page 54 and 55: ainda, solicitar às crianças que
- Page 56 and 57:
enunciados terem relação com duas
- Page 58 and 59:
EVANS, David; WILLIAMS, Claudete. C
- Page 60 and 61:
PACOVSKÁ, Kveta. O reizinho das fl
- Page 62 and 63:
COSTA, Marta Moraes da. Metodologia
- Page 64 and 65:
______. O guia dos curiosos. São P
- Page 66 and 67:
• Valorização da limpeza e apar
- Page 68 and 69:
• Percepção, identificação e
- Page 70 and 71:
• Realização de pequenas tarefa
- Page 72 and 73:
Grandezas e medidas• Exploração
- Page 74 and 75:
Os fenômenos da natureza• Partic
- Page 76 and 77:
quadrinhos, anúncios, jornais, cam
- Page 78 and 79:
• Valorização de suas conquista
- Page 80 and 81:
• Respeito e cuidado com os objet
- Page 82 and 83:
• Escrita de palavras e frases co
- Page 84 and 85:
Apreciação musical• Escuta de o