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A semente foi plantada

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Clifford Andrew Welchanteprojeto de lei. Durante a terceira reunião da comissão, Rego Monteiro insistiaque o refino de açúcar e o beneficiamento do café eram atividades industriais,que deveriam ser reguladas pela lei de trabalho industrial, mas Cardoso eMendes Baptista da Silva, que representava os senhores de engenho de açúcarde Pernambuco, rejeitou, vociferando, esta definição. Rego Monteiro tambémtentou ganhar apoio para colocar os sindicatos sob o abrigo de seu ministério,mas a comissão rejeitou sonoramente esta proposta, preferindo a supervisão doMinistério da Agricultura.Um debate que provaria vir a ser importante no futuro próximo envolviaa decisão de retirar o termo “colono” da lei. Cardoso argumentou que os colonosque trabalhavam com café eram tanto chefes quanto colonos, e, portanto,não poderiam certamente pertencer a nenhum dos sindicatos planejados. RegoMonteiro protestou, dizendo que os colonos estavam sujeitos à vontade dos fazendeirose, portanto, eram claramente empregados do dono da terra. Mas opresidente Torres interrompeu a discussão, insistindo que isso não poderia serresolvido, posto que colono <strong>foi</strong> um termo usado para descrever camponeses emmuitos aspectos e que perfizeram uma grande variedade de funções. A maioriaconcordou em deixar o termo fora da proposta. Depois de um mês de trabalho,os membros se parabenizaram por seus esforços e mandaram o anteprojetorevisado para o Presidente Vargas. 38 Três anos se passariam antes que ele reaparecesse.as vias agrária e industrialOs cafeicultores e a administração Vargas não entravam em acordo sobrecomo alcançar o objetivo comum da independência econômica nacional.Ambos concordavam que os ganhos com a exportação agrícola proviam o capitalnecessário para a industrialização do Brasil. Contudo, enquanto Vargas eoutros desenvolvimentistas vislumbravam o domínio inevitável da indústria,os fazendeiros asseguravam firmemente que os produtos agrícolas, e o caféem particular, continuariam a ser a pedra fundamental do futuro do Brasil. 39Alberto Whately, um líder do SRB, e presidente do grupo de fazendeiros deRibeirão Preto, mostrou como os fazendeiros viam a si mesmos no coraçãoda modernização brasileira:38BRASIL. “O problema.” p. 42-78.39Conforme o comentário de um fazendeiro, sem o café, o progresso do Brasil era impossível.Luiz Vicente FIGUEIRA DE MELLO. “Anteprojeto do código rural”. RSRB 23: 271. Marçode 1943. p. 40.112<strong>semente</strong>_rev4.indd 112 4/2/2010 16:11:54

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