13.07.2015 Views

A semente foi plantada

A semente foi plantada

A semente foi plantada

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Clifford Andrew WelchOs meados do mês de junho foram chaves no processo de conclusão daguerra. A retirada dos Billar e seus aliados na floresta <strong>foi</strong> seguida em Londrinapelo “prisão preventiva” de todo o grupo de apoio em um raide lançado namadrugada do dia 17 de junho. O Comitê de Zona Norte do Paraná do PCBplanejava um comício político em um bairro da classe operária no domingodia 17. Mas, a polícia, assustada com o sucesso de uma assembleia similar nodia 13 na Praça Rocha Pombo, não o deu permissão. O Comitê resolveu fazero comício no dia 17 “de qualquer jeito” e sua vontade de quebrar a lei criouuma justificativa para a ação da polícia na madrugada. Em fato, a polícia estavaarmando um assalto ao Comitê como parte de sua estratégia de isolar e acabarcom a resistência em Porecatu. Só que, a desculpa do comício ilegal veio poucosdias depois da chegada em Londrina do Delegado Eduardo Louzadas da Rocha,especialista no controle dos comunistas do Deops do Estado de São Pauloe encarregado como chefe máximo da operação em Porecatu pelo governadorparanaense. Foi sorte, então, que além dos conhecidos líderes do Comitê, pessoascomo Jacinto e Dr. Newton Câmara, também pegaram um tal de PedroFerreira da Silva que, só no fim de julho, <strong>foi</strong> revelado como Celso Cabral deMelo, o famoso “Capitão Carlos”. Em agosto, Louzadas podia escrever que depoisdos presos “<strong>foi</strong> possível dedicar especial carinho à outra parte do problema,que era o que se poderia dizer o aspecto de execução, constituído pelos bandosarmados de Porecatu”. 71Com a supressão do grupo de apoio, a polícia poderia agir ainda maisimpunemente em Porecatu, desde que eles tivessem o controle sobre todos osacessos à área. Os apoiadores foram isolados da zona de conflito, e o governo acercou. Em 21 de junho, um combóia de 12 veículos, com 100 soldados e 15delegados do Deops, seguiram o Paralelo 38 até Vila Progresso, onde o Louzadasestabeleceria o quarto-geral da operação militar na casa do jagunço FaudNacle. Antes de chegar na vila, uma comunidade de apoio para os resistentes,enfrentaram obstáculos na estrada. Sob comando de Louzadas, soldados foramcolocados ao longo do Paranapanema para bloquear a retirada dos resistentespelo rio, e soldados do Paraná apertaram o nó da forca. Fizeram suas entradasno mato e em cada sítio ou acampamento, deixaram cinco soldados para seguraro território capturado. Enfrentado por uma ofensiva tão agressiva, os resistentespraticaram táticas típicas de guerrilheiros: ficaram pulando de um lugarpara outro, tentando evitar captura e esperar novas oportunidades para melhorarsua posição e talvez retomar a ofensiva.71Outros presos incluíam Flavio Ribeiro, Lázara Araújo Paiva, Helena Pereira da Silva, MelcíadesPereira da Silva, Almo Saturnino, Bento Paiva, Gerson Monteiro de Lima e Alberto Manoel.FELISMINO. “Cartada final”. WELCH e GERALDO. Lutas camponesas. p. 122-123.PRIORI, A revolta camponesa, 273-279.186<strong>semente</strong>_rev4.indd 186 4/2/2010 16:11:59

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!