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A semente foi plantada

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Clifford Andrew Welchbalho e no IAA – Instituto de Açúcar e Álcool, e estes usaram suas conexõespara ajustar um acordo para os trabalhadores afastados, que era melhor do quea equipe da Ultab tinha sido capaz de oferecer. Em meados de janeiro, a frenteanunciou que o Ministro do Trabalho, Franco Montoro, e os representantes daIAA, tinham obtido um acordo para os trabalhadores. Estes não só receberiamseus pagamentos, como teriam ajuda dos donos da usina, que concordaram emencontrar trabalho na região para eles. Comparada a outras negociações, a estratégiada Igreja, de resolver o problema de cima para baixo, havia produzidoresultados notáveis, no curto espaço de três meses. 51Padre Celso chegou de volta em Ribeirão Preto logo após o acordo ser anunciado.Padre Celso aprovou o método superficial e paternalista por algum tempo,pois ele parecia funcionar bem. No fim de fevereiro, publicou uma declaração doFrei Celso Maria, o diretor da Fecoesp, que fazia uma interpretação da EncíclicaMater et Magistra, do Papa João XXIII, consistente com a visão paternalistada FSC. “Os protagonistas do progresso econômico e social e da elevação culturalnos meios rurais”, escreveu frei Celso, citando a encíclica “devem ser os própriosinteressados, quer dizer, os lavradores”. Esses protagonistas deveriam se reunir emtimes de fazendeiros e trabalhadores cristãos, assegurando que o “reino da anarquia”terminasse com a orientação neutra da Igreja. Até o fim de abril, o Diário51Sobre o caso Perdigão, vide “Trabalhadores da Perdigão serão pagos: Importante decisão do Institutodo Açúcar e do Álcool – Frente Social Cristã mereceu elogios dos representantes do IAA– Trabalhadores receberam a visita do procurador geral – Outros detalhes sobre o rumorosocaso da Usina Perdigão”. DN. 16 de janeiro de 1962. p. 6. “Ribeirão Preto: 1000 trabalhadoresquerem a posse da Usina Perdigão”. TL. v. 12, n. 106, dezembro de 1961. p. 1. Em seus artigos,tanto a Igreja quanto o PCB trabalharam com representações da consciência dos camponeses:os “agricultores [que] bateram palmas” dos católicos, e os trabalhadores “querendo a posse dausina” dos comunistas. O comentário de MartinS está em seu artigo “Proletariado e InquietaçãoRural”. A solução judiciária defendida pelo sindicato – o principal instrumento oficialde poder do movimento comunistas – oferecia uma alternativa mais lenta em contraste comos meios tradicionais empregados pela FSC, baseados na relação patrão-cliente. Os registros dajunta de trabalho mostram que diversas ações coletivas, envolvendo mais de 300 indivíduos emilhões de cruzeiros, não foram resolvidas até março de 1964. Vide Processos 911/61, 944/61,964/61, 970/61, todos na caixa 139 (listados aqui em parênteses depois do número do processo),e 926/61 (81), 985/61, 986/61 (140), 1027/61 (140) e 1011/61 (99), no arquivo do JT/RP. Este processo, dramático e interessante, merece estudo mais aprofundado. Por exemplo,em July 1961, Diário de Noticias relatou, que os trabalhadores já estavam há seis anos aguardandoo reconhecimento de seu sindicato pelo Ministério do Trabalho. A mesma reportagemafirmou que as ligas camponesas e outros “líderes incompetentes ou aventureiros interessadosunicamente em proveitos pessoais ou políticos” “surgiram como consequência da falta de atençãodo governo para com os problemas dos rurícolas” mas “é certo que tal movimento já trouxeum lado positivo e que é justamente ter agitado um problema tão importante e tão oportuno”.Welson GASPARINI. “Sindicalização e Reforma Agrária para o trabalhador” DN, 6. 4 de julho,1996. p. 6.330<strong>semente</strong>_rev4.indd 330 4/2/2010 16:12:15

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