14do – em resumo, se afirma e exprime todos os órgãos de sua individualidade (apudFROMM, 1975, p. 45).Para Marx, o homem pode emancipar-se e realizar-se no decurso de seu relacionamentoe identificação com os outros homens e com a natureza desenvolvendo, com isso, apersonalidade individual.Sobre o relacionamento do homem com o mundo, Freire afirma que:[...] o homem, que não pode ser compreendido fora de suas relações com o mundo,de vez que é um “ser-em-situação”, é também um ser do trabalho e da transformaçãodo mundo. O homem é um ser da “práxis”, da ação e da reflexão (1975, p. 28).Para Freire, o homem precisa desenvolver relações com o mundo e com os homensatravés de sua ação, e marca-se pelos resultados de sua própria ação. E, é este envolvimentoque o transforma num indivíduo que pode vir a ser sujeito, ou seja, há um desenvolvimentode sua consciência que pode torná-lo um sujeito que possa fazer opções apropriadas. Éaí que o indivíduo utiliza-se das motivações essenciais ou vitais que o levam a agir e a compreendera relação dessa consciência com o mundo, através da troca de conhecimentos. Porisso, precisa do outro.Esse processo, porém, que acompanha o indivíduo desde o seu nascimento, é social,porque pressupõe a interação, como Voese (2003, p. 155) aponta quando diz que “[...] asprimeiras ações que o homem realiza após nascer correspondem à necessidade vital de apropriar-sede alimento, o que, no entanto, só ocorre pela influência de alguém. Instaura-se, pois,desde cedo, no homem, uma carência vital do outro”.Desse modo, pode-se dizer que já essas primeiras ações são impulsionadas pormotivações e são mediadas por atividades de apropriação que, com o domínio da linguagem,passam a ser mediadas pelo discurso:[...] quando se quiser explicar as motivações das atividades dos sujeitos, primeiro,manter à vista a dupla dimensão de ser natural e ser social do homem e, segundo, assumirque aquilo que diz respeito ao gênero humano [...] só se torna motivação porqueé apropriável através do elemento simbólico, ou seja, o discurso vai ser media-
15ção no processo de orientação das atividades e do desenvolvimento da consciência:por conseguinte, ao lado das múltiplas atividades dos indivíduos, a produção do discursotambém será prática constitutiva do sujeito. (VOESE, 2003, p.158).As atividades vitais, portanto, são motivadas e uma vez que produzem objetivações,novas necessidades e novos vínculos vão surgindo nas relações com os indivíduos. Essasobjetivações posteriormente vão assumindo formas mais genéricas, processo em que oindivíduo vai adquirindo consciência das coisas, das pessoas e de si próprio num processogradativo e em diferentes graus.Voese explicita os diferentes graus de consciência:A consciência do eu, enfim, atua – se é que se pode falar assim – de forma singular,mas sempre muito próximo dos impulsos biológicos, o que, evidentemente, não possibilitaa apropriação da complexidade social e, por isso, limita radicalmente as escolhase o alcance das intervenções na realidade objetiva. Já a atividade mental donós é de caráter diferenciado e gregário (2003, p. 160).Isso leva a crer que o indivíduo mais socializado tem uma maior capacidade deconhecimento, produz mais alternativas e consegue otimizar as escolhas diante de situações eproblemas que encontra no seu dia-a-dia. E essas diferenças de consciência nos dão a entendergraus, concepção que explicita a idéia de desenvolvimento da consciência, e, portanto, possibilitaconcluir que há uma multiplicidade de estágios.A atividade vital e a discursiva atuam paralelamente e são inseparáveis, e os homens-individualidadesdevem ser considerados, por isso, necessariamente, como seres dialógicose solidários, haja vista que a reprodução e a transformação da generidade humana se dáatravés dos processos interativos. Nesses processos interativos o sujeito se constitui tambématravés da internalização dos signos, necessitando do “outro” para que ocorra o seu própriodesenvolvimento.Geraldi afirma que:[...] entende-se que o sujeito se constitui como tal à medida que interage com os outros,sua consciência e seu conhecimento de mundo resultam como “produto sempreinacabado” desse mesmo processo no qual o sujeito internaliza a linguagem e consti-
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