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texto - Unisul

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22O enunciado sempre tem um destinatário (com características variáveis, ele pode sermais ou menos próximo, concreto, percebido com maior ou menor consciência) dequem o autor da produção verbal espera e presume uma compreensão responsiva.Este destinatário é o segundo (mais uma vez, não no sentido aritmético). Porém, aforaeste destinatário (o segundo), o autor do enunciado, de modo mais ou menosconsciente, pressupõe um superdestinatário superior (o terceiro), cuja compreensãoresponsiva absolutamente exata é pressuposta seja num espaço metafísico, seja numtempo histórico afastado. (O destinatário de emergência) (BAKHTIN, 1997, p. 356).Este “superdestinatário superior (o terceiro)”, com sua atitude responsiva (que poderáser resultado de uma maior ou menor consciência), poderá ainda estar situado em muitasdireções, de modo ilimitado, acima de todos os participantes, isto é, através de uma percepçãovariada de mundo e com sua compreensão responsiva, adquire uma identidade concreta variável(Deus, a verdade absoluta, o povo, o julgamento da história, a ciência, etc.). Vê-se que oalcance de uma comunicação poderá variar conforme o nível da esfera social dos participantesda interação, haja vista que a palavra poderá ir além do que podemos controlar.Um diálogo, pois, pode dar-se em diferentes esferas sociais que diferem entre siquanto à forma de estruturação e de condução da interação. E, quando se fala de esferas sociais,uma merece especial importância no desenvolvimento da aptidão interativa: a do cotidiano.Heller, quando analisa a vida cotidiana, esclarece a importância dessa esfera da vida dohomem devido às motivações que aí se originam: “A vida cotidiana é a vida de todo homeminteiro, ou seja, o homem participa na vida cotidiana com todos os aspectos de sua individualidade”.(1972, p. 17). Segundo Heller, a vida cotidiana reflete o meio social e, por isso, não éapenas heterogênea, mas igualmente hierárquica, isto é, se modifica constantemente em funçãodas diferentes estruturas econômico-sociais.Na verdade, o indivíduo desde o seu nascimento já está inserido nesta cotidianidadee estabelece contato com a heterogeneidade social, o que é imprescindível para que ocorrao crescimento da consciência, pois na relação com grupos, família, comunidade, etc., estabelecem-seos contatos do indivíduo com os costumes que o orientarão na sua atividade. “Ohomem aprende no grupo os elementos da cotidianidade”. Assim, Heller (1972, p. 21) carac-

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