13.07.2015 Views

texto - Unisul

texto - Unisul

texto - Unisul

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

56Esse tipo de leitura pode-se chamar de leitura-estudo-do-<strong>texto</strong>. Aqui, pode-se confrontar palavrasdo outro com as do leitor. E, como a palavra do autor sozinho não produz sentido, a escutado leitor exige uma “atitude produtiva”.Geraldi (1997, p. 173) faz ainda os seguintes questionamentos: “O que nos fazperguntadores? Ou o que apaga em nós as perguntas”? Como resposta a estes questionamentos,Geraldi oferece aos leitores a utopia, assumindo que:O destino do homem é cumprir-se na sua singularidade e [...] lhe compete, na medidado seu próprio destino, uma função continuamente impertinente de construir-se acada momento num ser pertinente. [...]. Menos do que uma decorrência “natural”, areivindicação desta ruptura (entre um discurso explicativo já formulado e a formulaçãode explicações “impertinentemente pertinentes” na tensão de construir sujeito)funda um princípio de sobrevivência: a vida formulada em sobressaltos. (OSAKA-BE apud GERALDI, 1997, p. 173).Pode-se ir ao <strong>texto</strong> nem para perguntar-lhe nem para escutá-lo, mas para usá-lona produção de outras obras, inclusive outros <strong>texto</strong>s, como “pre<strong>texto</strong>”. Por exemplo, a montagemque os diretores de teatro fazem na hora da apresentação ou gravação, os improvisos,sem pressuposições, é o que o faz reaparecer. Assim, no dizer de Geraldi,[...] evidentemente, há pre<strong>texto</strong>s que, não por serem pre<strong>texto</strong>s, se ilegitimam. Talvezo melhor exemplo disto seja a utilização do <strong>texto</strong> que, na escola, se faz para a discussãoda sintaxe de seus enunciados. A ilegitimidade não me parece surgir do estudosintático em si, mas da cristalização de tais análises que se não apresentam comopossíveis, mas como verdades a que só cabe aderir, sem qualquer pergunta. (1997, p.174).Vê-se que o que realmente ilegitima o uso do <strong>texto</strong> é sua utilização para a mera incorporaçãode explicações sintáticas.Pode-se ir ao <strong>texto</strong> sem perguntas previamente formuladas, sem querer escrutinálopor minha escuta, sem pretender usá-lo: despojado, mas carregado de história. Neste caso,é o que se pode chamar de leitura-fruição, ou seja, o que orienta esse tipo de diálogo é a gratuidadede estar com os outros, e com eles se constituir.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!