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texto - Unisul

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23teriza o indivíduo como sendo ao mesmo tempo particular e genérico, sendo que a particularidadese refere a seu ser isolado, que não pode existir fora do genérico, ou seja, na medida emque o indivíduo consegue planejar suas atividades, leva em consideração as esferas sociaismais distantes de seu cotidiano, o que implica que as motivações (necessidades, carências)superem, muitas vezes, dimensões pessoais e assumam as do gênero humano.Também enquanto indivíduo, portanto, é o homem um ser genérico, já que é produtoe expressão de suas relações sociais, herdeiro e preservador do desenvolvimentohumano; mas o representante do humano-genérico não é jamais um homem sozinho,mas sempre a integração (tribo, demos, estamento, classe, nação, humanidade) –bem como, freqüentemente, várias integrações – cuja parte consciente é o homem ena qual se forma sua “consciência de nós” (HELLER, 1972, p. 21).Vê-se que, mesmo na cotidianidade, o genérico está presente e participa da construçãoda individualidade, podendo o indivíduo ter ou não a noção da necessidade de negociaçãodas diferenças de sentidos geradas pela heterogeneidade social.Para Heller, “a característica dominante da vida cotidiana é a espontaneidade”.Com isso, constata-se que os atos realizados pelos indivíduos são marcados fortemente pelaesfera da cotidianidade pois, segundo Heller (1972, p. 40), “ a condução da vida supõe, paracada um, uma vida própria, embora mantendo-se a estrutura da cotidianidade; cada qual deveráapropriar-se a seu modo da realidade e impor a ela a marca de sua personalidade”.Isto posto, verifica-se que numa dada sociedade, com assimetria de relações, observam-seuniversos discursivos diferenciados, devidos aos mais diversos mecanismos, pelaarticulação e retomada dos produtos herdados do passado e pela própria história de cada indivíduoafetando, inclusive, a produção do universo discursivo do presente.Quando o indivíduo estabelece, por sua vez, contato com a esfera social que se situapara além do cotidiano, ele se depara com costumes e, especialmente, com rituais de interação,ou seja, com determinadas regras e mecanismos de controle comentados por Geraldi:a) Mecanismos externos de controle – é a distinção entre a razão e a loucura: maissutil, esta distinção faz do discurso do “não-normal” um discurso inexistente. A dis-

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