90Nessa perspectiva, em seu diálogo com o professor na apresentação, nos “Modosde Usar” e na apresentação e orientações contidas no Manual do Professor, o livro apresentaalgumas sugestões úteis e coerentes, referentemente à dialogia, mediação e problematizaçãoda realidade, a serem levadas a efeito pelo professor no transcorrer do desenvolvimento dasatividades. Assim, confirma-se o entendimento de que o professor pode articular os conteúdostemáticos do livro com as necessidades reais ou imaginárias dos alunos, para que a prática deleitura não se torne uma atividade improdutiva e desvinculada da realidade. Na relação educadore educando, mediada pelo <strong>texto</strong>, está a possibilidade da problematização e do diálogofazendo emergir dos <strong>texto</strong>s propostos a realidade concreta e próxima do educando e a construçãodo conhecimento a partir dela.Para que isso ocorra, faz-se necessário que o professor se assegure de um embasamentosólido para que consiga explorar, em qualquer tipo de <strong>texto</strong>, as inúmeras possibilidadesde leitura e produção que se pode fazer com o <strong>texto</strong>, visando sempre a realidade do aluno.De modo contrário, poderá estar presente em sala de aula o antidialogismo, com o educadorbancário, conforme a fala de Freire, já citada em momento anterior:Para o educador bancário, na sua antidialogicidade, a pergunta, obviamente, não é apropósito do conteúdo do diálogo, que para ele não existe, mas a respeito do programasobre o qual dissertará a seus alunos. E a esta pergunta responderá ele mesmo,organizando seu programa. (1975, p. 83).Para este autor, o trabalho com o <strong>texto</strong> dependerá da postura do educador, podendoconstituir-se como uma problematização que deverá motivar a interação entre professor ealuno ou bloquear total ou parcialmente essa participação. E para que os alunos realizemcomparações entre sua vida e uma realidade maior, sentindo-se estimulados para novas aprendizagens,todo ensino deve encontrar-se intimamente ligado a situações reais.Os resultados encontrados na análise do conteúdo do livro escolhido para este estudo,em relação à temática e aos tipos de atividades propostas, evidenciam o quanto é impor-
91tante a mediação do professor no processo de aprendizagem. Segundo Vygotsky (1998), somenteatravés das fases e etapas do seu desenvolvimento é que o aluno conseguirá fazer apassagem dos conceitos espontâneos para os conceitos não-espontâneos (científicos). Para queocorra este desenvolvimento, porém, é preciso que o professor, como mediador desse processo,encontre meios que os façam ir ao encontro desse desenvolvimento, já que ele é peça fundamental,principalmente quando se trata da escolha de um <strong>texto</strong> para leitura em sala de aula.Os resultados obtidos confirmam as hipóteses levantadas para a realização do estudo:1.O livro apresenta algumas possibilidades de práticas de dialogia, mediação e problematizaçãoda realidade, mas a visão estruturalista e direcionada para a captação e reproduçãode informações sobrepõe-se; 2. As possibilidades de práticas de dialogia, mediação e problematizaçãoda realidade só podem ser efetivadas adequadamente na dependência da atuaçãoprofissional do docente, de modo que o livro caracteriza-se como docente-dependente, e éinsuficiente para a efetivação dessas possibilidades; 3. A efetivação de algumas das possibilidadesé dependente de condições tecnológicas da escola ou da intermediação do docente comoprovedor dessas condições tecnológicas, sob pena de depreciação da qualidade do livro.Neste sentido, ressalta-se que o professor deve sentir-se livre e capacitado para fazeropções e tomar decisões, considerando a realidade do livro e suas próprias condições, bemcomo sua responsabilidade em promover uma educação que possibilite aos educandos aprofundemsua tomada de consciência da realidade na qual e com a qual estão, através da problematizaçãodo homem-mundo ou do homem em suas relações com o mundo (FREIRE,1975).Assim chega-se à transitividade crítica, em que se interpretam profundamente osproblemas, testam-se e revisam-se os “achados”, numa atitude despida de preconceitos, emque há “receptividade ao novo, não apenas porque novo” e não há recusa ao velho, mas “aceitaçãode ambos, enquanto válidos”. (FREIRE, 1975, p. 61).
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