80propõem a problematização, nem a elaboração pessoal de novos conhecimentos, visto que asrespostas solicitadas podem ser “copiadas” do próprio <strong>texto</strong>.Este tipo de atividade, por si só, não contempla o que Freire (1975, p. 33) atribui àproblematização: “[...] possibilitar que estes aprofundem sua tomada de consciência da realidadena qual e com a qual estão”. Na verdade, ela se constitui apenas de um resgate das informaçõescontidas no <strong>texto</strong> e mostra-se fechada para o dialogismo e a interação. Não ocorrea problematização nem tampouco o aprofundamento da tomada de consciência da realidade.Para Freire, qualquer esforço de educação popular deve ter o objetivo fundamental de possibilitarque os indivíduos aprofundem sua tomada de consciência da realidade na qual e com aqual estão, através da problematização do homem em suas relações com o mundo e com oshomens, pois a percepção parcializada da realidade restringe a possibilidade de uma ação autênticasobre ela.Dando continuidade ao estudo de Literatura, o autor do livro didático apresenta noitem “Arcadismo em Portugal” um sucinto estudo de Bocage, poeta português:BocageÉ um dos poetas mais populares da literatura portuguesa. Sua obra, Rimas, publicadaentre 1791 e 1853, reúne vários gêneros poéticos, destacando-se os sonetos.Sua vertente erótico-satírica tem uma linguagem obscena e agressiva. Mas tambémescreveu belíssimos poemas líricos cujos temas fundamentais são o amor, a morte, odestino, a natureza, o conflito entre o sentimento e a razão e o egocentrismo.Vários poemas de Bocage antecipam tendências do Romantismo. Esses poemas préromânticosrevelam ora uma submissão total ao amor, ora uma obsessão pela morte.(p. 172).Resumindo-se a essas informações, o autor fornece, entretanto, no item complementar“O Arcadismo na Internet”, um endereço eletrônico onde podem ser encontrados, segundoo autor, “vários <strong>texto</strong>s de Bocage e do Arcadismo português”. Esse item fornece tambémoutros endereços para pesquisa sobre o assunto como: “Ouro Preto e a InconfidênciaMineira”, a “Casa dos Contos, que serviu de prisão para os inconfidentes” e a “página do E-
81xército Brasileiro, onde você poderá saber mais sobre movimentos nativistas e de libertaçãocolonial” (p. 172). Verifica-se, dessa forma, nova indicação de dependência do livro à tecnologia,visto que os conteúdos trazidos à tona pelo livro são apenas delineados.O autor conclui o tópico “Arcadismo em Portugal” com a apresentação de um poemade Bocage, transcrito a seguir:Triste quem ama, cego quem se fia...Nascemos para amar; a humanidadeVai tarde ou cedo aos laços da ternura.Tu és doce atrativo, ó doce formosura,Que encanta, que seduz, que persuade:Enleia-se por gosto a liberdade;E depois que a paixão n’alma se apura,Alguns então lhe chamam desventura,Chamam-lhe alguns então felicidade.Qual se abisma nas lôbregas tristezas,Qual em suaves júbilos discorre,Com esperanças mil na idéia acesas:Amor ou desfalece, ou pára, ou corre;E, segundo as diversas naturezas,Um porfia, este esquece, aquele morre.(BOCAGE, Manuel M. B. du. Poesias. 3. ed. Lisboa, Sá da Costa, 1956, p. 9 In:MAIA, 2000, p. 172).).Como se pode constatar, o poema é carregado de lirismo abordando o conflito entreo sentimento e a razão e as contradições da natureza humana. No entanto, nenhuma atividadeé proposta em relação ao poema, cujo tema atrai certamente o interesse e a atenção doaluno nesta faixa etária, podendo provocar momentos extraordinariamente ricos de problematização,interlocução, debate e desenvolvimento da consciência, além da possibilidade demergulhar no jogo da linguagem exercitando o dom de escrever e de dizer, conforme Larrosa
- Page 4 and 5:
RESUMONeste trabalho, analisam-se a
- Page 6 and 7:
SUMÁRIOINTRODUÇÃO ..............
- Page 8:
8Com base nessa experiência, no co
- Page 11 and 12:
111 O DISCURSOEste capítulo visa a
- Page 14 and 15:
14do - em resumo, se afirma e expri
- Page 16 and 17:
16tui-se como ser social, pois a li
- Page 18 and 19:
18creta. Dessa maneira, o indivídu
- Page 20 and 21:
20ocorrer entre as unidades da lín
- Page 22 and 23:
22O enunciado sempre tem um destina
- Page 24 and 25:
24tinção não proíbe: faz como s
- Page 26 and 27:
26[...]” (idem, p. 107). Vê-se q
- Page 28 and 29:
28Estas proposições estão totalm
- Page 30 and 31: 30As ações com a linguagem visam
- Page 32 and 33: 32superação da contradição educ
- Page 34 and 35: 34Assim, pode-se verificar que, par
- Page 36 and 37: 36as finalidades do ensino da líng
- Page 38 and 39: 38A Proposta Curricular de Santa Ca
- Page 40 and 41: 402 O TEXTO COMO MEDIAÇÃOO texto
- Page 42 and 43: 42“[...] inde-terminar aquilo que
- Page 44 and 45: 44Dá-se o primeiro passo para a fo
- Page 46 and 47: 46Desse modo, quando o homem ouve o
- Page 48 and 49: 48que com ajuda, poderá fazer mais
- Page 50 and 51: 50Os conceitos científicos, pois,
- Page 52 and 53: 52Percebe-se que Freire e Vygotsky
- Page 54 and 55: 54quando se pensa em educação, s
- Page 56 and 57: 56Esse tipo de leitura pode-se cham
- Page 58 and 59: 58língua, que “a leitura é uma
- Page 60 and 61: 60Observa-se que os princípios nor
- Page 62 and 63: 623.2 ANÁLISE DA UNIDADE XXA Unida
- Page 64 and 65: 64c’os pés em mil pedaços.“Di
- Page 66 and 67: 66Constata-se que a primeira estrof
- Page 68 and 69: 68A forma tradicional de estudar o
- Page 70 and 71: 703.2.3 Horizontes do TextoO tópic
- Page 72 and 73: 72tatar como ela é desrespeitada.
- Page 74 and 75: 743.2.4 IntertextualidadeEm “Modo
- Page 76 and 77: 76arcadismo e não vice-versa.A qua
- Page 78 and 79: 78Pode-se observar que as questões
- Page 82 and 83: 82(1998, p. 179), de despedaçar, r
- Page 84 and 85: 84Que diversas que são, Marília,
- Page 86 and 87: 86gramática.No entanto, nos exempl
- Page 88 and 89: 88sobre as possibilidades de respos
- Page 90 and 91: 90Nessa perspectiva, em seu diálog
- Page 92 and 93: 92Diante do acima exposto, conclui-
- Page 94 and 95: 94livro à mediação do professor
- Page 96 and 97: 96REFERÊNCIASBAKHTIN, Mikhail Mikh
- Page 98: ANEXO A - APRESENTAÇÃO DO LIVRO98
- Page 101 and 102: 101
- Page 103 and 104: ANEXO C - GABARITO DAS QUESTÕES DA
- Page 105 and 106: 105
- Page 107 and 108: 107
- Page 109 and 110: 109
- Page 111 and 112: 111
- Page 113 and 114: 113
- Page 115 and 116: 115
- Page 117 and 118: 117
- Page 119 and 120: 119
- Page 121 and 122: 121
- Page 123: Este trabalho foi digitado conforme