26[...]” (idem, p. 107). Vê-se que até mesmo a própria negociação de sentidos não é algo acabadoe pronto, mas é apenas um passo para que se possa dialogar e concretizar objetivos.E, como se pode sentir e vivenciar esses “choques” nas mudanças que ocorrem nodia-a-dia, Freire (1992, p. 53) salienta que: “As sociedades que vivem esta passagem, estatransição de uma para outra época, estão a exigir, pela rapidez e flexibilidade que as caracterizam,a formação e o desenvolvimento de um espírito também flexível”.Por isso, diante do grande número de informações que chegam a cada minuto, a-través dos mais variados meios de comunicação, é impossível que algum profissional da áreada educação insista em manter um rótulo de “sabe tudo”. Hoje, existem alunos informados,que sabem e querem dar opiniões sobre os mais variados assuntos e, por isso, é preciso que osprofissionais em educação também sejam flexíveis.Freire denomina de “consciência transitivo-ingênua” a situação em que o indivíduochega a temer a liberdade, mesmo que já creia ser livre. Quando ocorre a massificação, o“antidiálogo”, o indivíduo acaba se anulando, tornando-se objeto e não sujeito, ou seja, um sertotalmente acomodado. Mesmo a acomodação exigindo uma dose mínima de criatividade, aintegração, pelo contrário, exige um máximo de razão e consciência. Este autor concebe queser crítico significa também manifestar permeabilidade diante de todas as situações. E, quantomais críticos diante dos problemas tanto sociais como pessoais, mais os indivíduos conseguirãodiscutir ou se impor diante de toda e qualquer situação.1.3 DISCURSO DIALÓGICO E ENSINONas páginas anteriores, falou-se sobre o homem e o discurso, e o discurso e a dialogia,quando então se pensou a essência humana e entendeu-se que a solidariedade e as rela-
27ções dialógicas se realizam paralelamente. Estas reflexões apontam para as questões do ensino,em termos de viabilização (ou não) de relações dialógicas na sala de aula.Pode-se observar esta preocupação em Geraldi quando, ao considerar o estudo dalinguagem como posto de observação e compreensão para as questões do ensino, menciona osprincípios de que:[...] a questão da linguagem é fundamental no desenvolvimento de todo e qualquerhomem; de que ela é condição sine qua non na apreensão de conceitos que permitemaos sujeitos compreender o mundo e nele agir; de que ela é ainda a mais usual formade encontros, desencontros e confrontos de posições; porque é por ela que estas posiçõesse tornam públicas, é crucial dar à linguagem o relevo que de fato tem: não setrata evidentemente de confinar a questão do ensino da língua portuguesa à linguagem,mas trata-se da necessidade de pensá-lo à luz da linguagem (1997, p. 4).Para este autor, é através da linguagem que o indivíduo consegue compreender omundo, o que leva a refletir também a questão da língua portuguesa, a qual deveria ter o seuensino centrado à luz de uma apropriada teoria da linguagem.Ao pensar a linguagem a partir do processo interlocutivo, cabe pensar o processoeducacional e considerar que quanto à questão da concepção da linguagem, é preciso admitir:a) que a língua (no sentido sociolingüístico do termo) não está de antemão pronta,dada como um sistema de que o sujeito se apropria para usá-la segundo suas necessidadesespecíficas do momento de interação, mas que o próprio processo interlocutivo,na atividade de língua, a cada vez a (re)constrói;b) que os sujeitos se constituem como tais à medida que interagem com os outros,sua consciência e seu conhecimento de mundo resultam como “produto” deste mesmoprocesso. Neste sentido, o sujeito é social, já que a linguagem não é o trabalhosocial e histórico seu e dos outros e é para os outros e com os outros que ela se constitui.Também não há um sujeito dado, pronto, que entra na interação, mas um sujeitose completando e se construindo nas suas falas;c) que as interações não se dão fora de um con<strong>texto</strong> social e histórico mais amplo; naverdade, elas se tornam possíveis enquanto acontecimentos singulares, no interior enos limites de uma determinada formação social, sofrendo as interferências, os controlese as seleções impostas por ela. Também não são, em relação a estas condições,inocentes. São produtivas e históricas e como tais, acontecendo no interior e nos limitesdo social, constroem por sua vez limites novos (GERALDI, 1997, p. 6).
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