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texto - Unisul

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27ções dialógicas se realizam paralelamente. Estas reflexões apontam para as questões do ensino,em termos de viabilização (ou não) de relações dialógicas na sala de aula.Pode-se observar esta preocupação em Geraldi quando, ao considerar o estudo dalinguagem como posto de observação e compreensão para as questões do ensino, menciona osprincípios de que:[...] a questão da linguagem é fundamental no desenvolvimento de todo e qualquerhomem; de que ela é condição sine qua non na apreensão de conceitos que permitemaos sujeitos compreender o mundo e nele agir; de que ela é ainda a mais usual formade encontros, desencontros e confrontos de posições; porque é por ela que estas posiçõesse tornam públicas, é crucial dar à linguagem o relevo que de fato tem: não setrata evidentemente de confinar a questão do ensino da língua portuguesa à linguagem,mas trata-se da necessidade de pensá-lo à luz da linguagem (1997, p. 4).Para este autor, é através da linguagem que o indivíduo consegue compreender omundo, o que leva a refletir também a questão da língua portuguesa, a qual deveria ter o seuensino centrado à luz de uma apropriada teoria da linguagem.Ao pensar a linguagem a partir do processo interlocutivo, cabe pensar o processoeducacional e considerar que quanto à questão da concepção da linguagem, é preciso admitir:a) que a língua (no sentido sociolingüístico do termo) não está de antemão pronta,dada como um sistema de que o sujeito se apropria para usá-la segundo suas necessidadesespecíficas do momento de interação, mas que o próprio processo interlocutivo,na atividade de língua, a cada vez a (re)constrói;b) que os sujeitos se constituem como tais à medida que interagem com os outros,sua consciência e seu conhecimento de mundo resultam como “produto” deste mesmoprocesso. Neste sentido, o sujeito é social, já que a linguagem não é o trabalhosocial e histórico seu e dos outros e é para os outros e com os outros que ela se constitui.Também não há um sujeito dado, pronto, que entra na interação, mas um sujeitose completando e se construindo nas suas falas;c) que as interações não se dão fora de um con<strong>texto</strong> social e histórico mais amplo; naverdade, elas se tornam possíveis enquanto acontecimentos singulares, no interior enos limites de uma determinada formação social, sofrendo as interferências, os controlese as seleções impostas por ela. Também não são, em relação a estas condições,inocentes. São produtivas e históricas e como tais, acontecendo no interior e nos limitesdo social, constroem por sua vez limites novos (GERALDI, 1997, p. 6).

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