54quando se pensa em educação, só se pode imaginá-la nestas condições, ou seja, em que hajaplena comunicação; tarefa de todo educador, daquele que consegue se pôr como um sujeitocognoscível para depois de conhecer, falar para seus comunicandos. Para Freire (idem, p. 69),“[...] a educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é transferência de saber,mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados”.Visto desta forma o processo de comunicação humana e o de produção de conhecimento,eles não podem estar distantes das relações socioculturais, e desta forma educador eeducando são ambos sujeitos cognoscentes diante dos objetos cognoscíveis, que os mediatizam,ou seja, em comum respeito, ambos vão aprendendo, problematizando, criando uns comos outros meios para se entender no mundo e com o mundo, para que não haja apenas o “assistencialismo”.“Esta é a razão pela qual o educador continua aprendendo e, quanto maishumilde seja na “re-ad-miração” que faça através da “ad-miração” dos educandos, mais a-prenderá”. (FREIRE, 1975, p. 82).Na visão de Freire, a educação torna-se um fator fundamental na transformação dohomem, na sua criticidade diante dos fatos, na sua valorização enquanto ser participante deuma sociedade. E é através desta educação que o homem torna-se realmente “sujeito”. “Aeducação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análiseda realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa”. (1975, p. 96).Somente através do diálogo, da valorização da pessoa e de sua cultura, o homempassa a aceitar-se e a querer também acompanhar as mudanças, começando por ele mesmo.Por exemplo: o analfabeto apreende criticamente a necessidade de aprender a ler e a escrever.É nesse momento que o papel do professor, como portador de uma teoria, passa a ser o deusá-la em conjunto com a experiência do “outro”, para que possa haver comunicação.Freire, Larrosa e Voese apresentam a mesma visão diante de todo o exposto acima.Os três autores traçam contribuições importantíssimas para que ocorram mudanças no
55ensino, embasadas no diálogo, no respeito, na liberdade e na solidariedade. Estabelecem que oprincípio norteador de toda mudança de atitude é o diálogo e a interação, sendo que todo conhecimentorequer um problema, uma pergunta e, principalmente, a liberdade para que o sujeitoconsiga chegar até a resposta construindo, com isso, o próprio conhecimento.Para Larrosa (1998, p. 174) o <strong>texto</strong> “é como um presente”, que se dá para umapessoa querida, o diálogo para Freire abre caminhos para que professores e alunos interajame, para Voese, os processos interativos são fundamentais: é preciso encontrar caminhos quelevem os alunos ao uso do <strong>texto</strong>, despertando-lhes o interesse pela leitura.Os <strong>texto</strong>s podem ser uma das estratégias pedagógicas que possibilitam ao alunodesenvolver habilidades para tornar-se um “leitor” e oferecer-lhe condições para o processocognitivo e social, de modo que a leitura, por se integrar ao processo de produção, deve servoltada para a experiência (real ou imaginária) dos alunos. E como todo leitor é diferente dooutro e vive uma realidade diversificada, terá uma interpretação diversa da de outrem, já que ainterpretação dependerá da “bagagem” adquirida anteriormente ou de uma ideologia de vida.É neste sentido que a leitura incide sobre “o que se tem a dizer” porque lendo a palavrado outro, posso descobrir nela outras formas de pensar que, contrapostas àsminhas, poderão me levar à construção de novas formas, e assim sucessivamente.(GERALDI, 1997, p. 171).Em vista desse entendimento de leitura, Geraldi estabelece várias maneiras segundoas quais pode-se ir ao <strong>texto</strong>.Pode-se ir ao <strong>texto</strong> em busca de uma resposta à pergunta que tenho. Neste caso,pergunta-se ao <strong>texto</strong>. É o “querer saber mais” a razão que leva a buscar em outros <strong>texto</strong>s suasposições, suas respostas, e ao compreender de maneiras variadas, fazer uso destas compreensões,mesmo que de forma limitada.Pode-se ir ao <strong>texto</strong> para escutá-lo, ou seja, não para retirar dele uma respostapontual a uma pergunta que lhe é prévia, mas para retirar dele tudo o que ele possa fornecer.
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