44Dá-se o primeiro passo para a formação de conceitos quando agrupam-se objetosdesorganizados ou “amontoados”.Essa primeira fase abrange três estágios distintos: o primeiro estágio na formaçãodos amontoados sincréticos apresenta para o homem o significado de uma determinada palavra.É uma manifestação do estágio de tentativa e erro no desenvolvimento do pensamento;durante o segundo estágio, a composição do grupo é em grande parte determinada pela posiçãoespacial dos objetos experimentais, isto é, por uma organização do campo visual puramentesincrética; durante o terceiro estágio da primeira fase da formação de conceitos, a imagemsincrética assenta-se numa base mais complexa: compõe-se de elementos tirados de gruposou amontoados diferentes que já foram formados da maneira descrita acima.A fase que se segue abrange muitas variações de um tipo de pensamento chamadode “pensamento por complexos”. Quando se chega a este estágio, já se superou parcialmenteo egocentrismo. Esse estágio é longo e persistente e o desenvolvimento do homem tem suasraízes na experiência prática em que as coleções de coisas complementares formam um conjuntoou um todo.O “complexo de coleções” baseia-se nas relações entre os objetos observados naexperiência prática. É um agrupamento de objetos com base em sua participação na mesmaoperação prática em sua cooperação funcional.O “complexo em cadeias” seria uma junção dinâmica e consecutiva de elos isoladosnuma única corrente, em que a transmissão de significado ocorre de um elo para outro. Ocomplexo em cadeias não possui núcleo, há relações entre elementos isolados, e mais nada.O “complexo difuso” é caracterizado pela fluidez do próprio atributo que une seuselementos. Grupos de objetos ou imagens perceptualmente concretos são formados por meiode conexões difusas e indeterminadas.
45O “complexo de pseudoconceitos” realiza-se na idade pré-escolar e predominasobre todos os outros conceitos. Desse modo, a comunicação verbal com os adultos torna-seum poderoso fator no desenvolvimento dos conceitos.Verifica-se, com isso, que encontrar uma pessoa com pseudoconceitos não é tãoraro, já que os adultos também recorrem a essa forma de pensamentos na vida cotidiana; somenteem fases mais avançadas é que se progredirá até a formação de conceitos verdadeiros.Bakhtin assim se posiciona quanto a este estudo:O adolescente formará e utilizará um conceito com muita propriedade numa situaçãoconcreta, mas achará estranhamente difícil expressar esse conceito em palavras, e adefinição verbal será, na maioria dos casos, muito mais limitada do que seria de esperara partir do modo como utilizou o conceito. (BAKHTIN, 1998, p. 99).Em seguida, o adolescente depara-se com um outro problema, quando tenta aplicarum conceito que se formou numa situação específica a um novo conjunto de objetos ecircunstâncias, em que os atributos sintetizados no conceito aparecem em configurações diferentesda original. Ainda assim, o adolescente é capaz de realizar essa “transferência” numestágio bastante precoce do seu desenvolvimento, ou seja, os processos que levam à formaçãode conceitos evoluem ao longo de seu desenvolvimento.Como o emprego da palavra é parte integrante dos processos de desenvolvimento,conserva-se assim sua função diretiva na formação dos conceitos verdadeiros, aos quais essesprocessos conduzem.Para Bakhtin (1998, p. 104), quando o homem aprende uma palavra nova, o seudesenvolvimento mal começou, assim como, no entendimento desse autor, “[...] a palavra éprimeiramente uma generalização do tipo mais primitivo; à medida que o intelecto da criançase desenvolve, é substituída por generalizações de um tipo cada vez mais elevado”.Isto quer dizer que no desenvolvimento das várias fases da vida, também há o desenvolvimentoe aperfeiçoamento da linguagem.
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