32superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica,em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível queos mediatiza (FREIRE, 1975, p. 83).Pode-se observar que através do diálogo o indivíduo poderá se fazer presente,dominando seu espaço, na medida em que ele também pratica a ação, e pode se revelar indivíduoparticipante de um processo, onde a relação educando e educador melhore, no sentidode que ambos, incompletos, gerem um conhecimento em torno de um problema e encontremsoluções interagindo: o objeto cognoscível os mediatiza, porque através dos conhecimentosdo educador, o educando poderá construir seu próprio conhecimento, assim como através deoutros meios que ele mesmo venha a descobrir através da problematização.Fora deste con<strong>texto</strong> há, segundo Freire, o educador bancário e antidialógico.Para o “educador bancário”, na sua antidialogicidade, a pergunta, obviamente, não éa propósito do conteúdo do diálogo, que para ele não existe, mas a respeito do programasobre o qual dissertará a seus alunos. E a esta pergunta responderá ele mesmo,organizando seu programa. (1975, p. 83).Isso ocorre com o educador que se preocupa mais em cumprir o programa do quefazer com que o aluno participe da aprendizagem, não havendo a troca, o diálogo. Para esteeducador “bancário”, simplesmente há um “depósito” de conteúdos, como se ele fosse perfeito,científico e modelar. Em contrapartida a esse método de ensino, há o dialógico, humanista,cuja concepção se enquadra numa realidade a ser transformada.Nos dias atuais, depara-se ainda com um método de ensino totalmente ultrapassado,pelo qual os alunos não têm o menor interesse e ao qual os professores estão acomodados.Talvez por descrédito até mesmo nos tantos métodos e modelos fracassados. No entanto, Freire,sempre cheio de esperanças, assim se posiciona:A educação autêntica [...] não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A com B,mediatizados pelo mundo. Mundo que impressiona e desafia a uns e a outros, originandovisões ou pontos de vista sobre ele. Visões impregnadas de anseios, de dúvidas,de esperanças ou desesperanças que implicitam temas significativos, à base dosquais se constituirá o conteúdo programático da educação (1975, p. 84).
33Não se pode chegar ao aluno com modelos a serem seguidos; é preciso que se tomeconsciência de que ao aluno não se pode impor uma bagagem como condição e obrigação,mas como situação ou problema, dialogando sempre, fazendo-o buscar, através dos conceitosdominados, outros conhecimentos, com liberdade.O momento deste buscar é o que inaugura o diálogo da educação como prática da liberdade.É o momento em que se realiza a investigação do que chamamos de universotemático do povo ou o conjunto de seus temas geradores (FREIRE, 1970, p. 87).Segundo Freire, esta é uma das razões pelas quais os homens dialógicos e solidáriospodem oferecer aos outros ensinamentos que os façam descobrir, através de sua visão demundo, os níveis de sua percepção da realidade, através de temas geradores, problemáticos. E,conseguindo chegar a este ponto, o indivíduo sente-se livre e consciente de sua existência nomundo, na história, podendo inclusive problematizar e procurar soluções, pois através de suatransformação (passivo para ativo) pode tomar decisões.Ao se separarem do mundo, que objetivam, ao separarem sua atividade de si mesmos,ao terem o ponto de decisão de sua atividade em si, em suas relações com omundo e com os outros, os homens ultrapassam as “situações limites”, que não devemser tomadas como se fossem barreiras insuperáveis, mais além das quais nadaexistisse. No momento mesmo em que os homens as apreendem como freios, emque elas se configuram como obstáculos à sua libertação, se transformam em “percebidosdestacados” em sua “visão de fundo”. Revelam-se, assim, como realmentesão: dimensões concretas e históricas de uma dada realidade (FREIRE, 1975, p. 90).Desse modo, no momento em que os indivíduos conseguirem alcançar essa percepçãocrítica nas suas ações, aparecerá um clima de esperança e confiança, no qual eles poderãosuperar situações-limite e barreiras.O indivíduo, tendo a consciência de si e do mundo que o cerca, certamente entenderáa realidade dessas situações-limite que historicamente se dão, podendo superar obstáculosem sua vida, porque será criativo, crítico e transformador, como diz Freire:É como seres transformadores e criadores que os homens, em suas permanentes relaçõescom a realidade, produzem, não somente os bens materiais, as coisas sensíveis,os objetos, mas também as instituições sociais, suas idéias, suas concepções.(1975, p. 92).
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