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SONHO GRANDE

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em-nascidos ou não – zessem fortuna. Dois deles caram bilionários com a venda<br />

da instituição para o suíço UBS por 2,6 bilhões de dólares em 2006: Gilberto Sayão e<br />

André Esteves. Com a saída de Fernandes, eles se tornaram os principais nomes do<br />

banco e detinham, cada um, 30% da instituição. A venda garantiu a Esteves, um<br />

carioca nascido no bairro de classe média da Tijuca e formado em matemática, uma<br />

projeção global. O ex-operador se mudou para Londres com a família para chefiar o<br />

departamento de renda fixa do UBS.<br />

Uma vez exposto ao mercado nanceiro mundial, Esteves começou a arquitetar<br />

seu próximo passo. A crise de 2008 afetou profundamente o UBS – e o brasileiro<br />

enxergou uma oportunidade para tentar comprar o controle global do banco suíço.<br />

Uma das fontes de nanciamento que Esteves buscou para levar a empreitada<br />

adiante foi Jorge Paulo Lemann. Depois de alguma análise, Jorge Paulo recuou. A<br />

malsucedida tentativa de adquirir quem o havia comprado colocou Esteves numa<br />

saia justa com os suíços. Em 2008 ele teve de voltar ao Brasil. Fundou então o BTG,<br />

sigla que ocialmente signica Banking and Trading Group, mas que no mercado<br />

nanceiro ganhou uma interpretação mais simbólica: Back to the Game (em<br />

português, de volta ao jogo). Um ano depois de fundar o BTG, Esteves recomprou o<br />

Pactual por um valor muito abaixo do que havia vendido aos suíços.<br />

No BTG, André Esteves replicou a cultura baseada em meritocracia e sociedade.<br />

Trabalhador compulsivo, polêmico, arrojado e com trânsito invejável junto ao<br />

governo, em menos de quatro anos Esteves fez do BTG Pactual o maior banco de<br />

investimentos do Brasil, atuando em mercados tão diferentes quanto private equity,<br />

administração de fortunas e varejo (essa última atividade, resultado da compra do<br />

Panamericano, uma instituição atolada em dívidas). Para muitos que acompanham<br />

de perto a ascensão meteórica do banco, talvez Esteves esteja acelerando rápido<br />

demais.<br />

O estilo de Gilberto Sayão é um bocado diferente. Sem nenhuma intenção de sair<br />

do Rio de Janeiro, onde sempre morou, ele continuou à frente da Pactual Capital<br />

Partners (PCP), o fundo de private equity que administrava o dinheiro dos sócios do<br />

banco. Quando as amarras do acordo de venda para os suíços acabaram, Sayão<br />

fundou a Vinci Partners, uma administradora de recursos que hoje tem mais de 15<br />

bilhões de reais sob gestão. Boa parte desse dinheiro é investida em empresas de<br />

diferentes setores, da moda ao agronegócio. Ter nas mãos um banco novamente é<br />

algo que Sayão diz não fazer parte dos seus planos.

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