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O ANDRÉ CANOEIRO 117vezes olhara iiivestigadoramente o céo, que se cobriano alto de flocos brancos espessos. Eram os primeirossignaes do sul, prestes a cahir. E, após haver destravadoas sebes e os fueiros, com os bois pela corda,em direcção ao pasto, emquanto os outros carros fastavam para a porta do engenho, ia pensando comsigo: — " E' verdade, ainda mais esta ! Vento pelaproa ! Vou tel-o do fino, não ha que vêr... "E, voltando, sem mesmo dar "boas noites" e pedira benção ao velho Elyseu, como sempre fazia, malpegara a sua camisola de baeta vermelha, que deixaran'uma das empenas do engenho, tomara ás pressas oatalho que levava ao caminho, gritando de longe paraos amigos, ás voltas com a mandioca no terreiro :— Oh, rapazes !por hoje não contem mais commigo.Tenho muito que fazer. Vou para longe, paraa outra banda. Mas, de madrugada, se Deus quizer,hei de estar por aqui rente...E sumiu-se, no meio dos vassouraes das areias,marginando alli a estrada até o Rio do Meio.Quando entrou em casa—uma meia-agua situadaem um recanto da larga praia branca, que viravapara a Caeira—o mar surgiu, diante delle, na suavastidão immensa, todo plano e era calma, mas comessa reluzencia espelhante e argentea, onde se arrastamesfuminhadas negras e frêmitos rápidos deaguaceiros, que precede os grandes ventos.Mas o André era um canoeiro como não haviasegundo em aquellas redondezas, e se estava contrariadoera só porque a viagem agora ia custar-lhe odobro do tempo. Quanto ao mais, "o fim do mundoque fosse", como costumava dizer, não lhe raettiamedo. Era memorável alli e em toda a costa catharinense,a travessia louca que elle realisara, sósinho

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