MARES E CAMPOSA Mariasinha, que bem notara isso, sendo dos3)rimeiros pares que sentaram-se, amuou a um canto,tomada de ciúmes, e não podendo mais soffrear amagna, recolheu-se á outra sala, com o beicinho atremer, os olhos toldados por uma nevoa de lagrimas.As amigas correram logo, buscando consolal-a.A mãi, que vira tudo do quarto, com os olhoszeladores pregados sempre no Manuel, atravéz dasmarcas da contradança, acudiu immodiatamente,muito branca, n'uraa afrlicção. Desde a madrugada,ao levantar-se, que sentira como uma cousa oppriinir-lheo coração. Pareceu-lho que ia haver contrariedades,um grande desgosto, como a entrada dotinhoso em casa, naquelle dia, tão feliz sempre paratodos. Mas isso fora momentâneo, porque as meninas,- como nunca, levantaram-se trinando na manhã cheiade sol. Depois, lá fora, o céo festinava, magnífico,muito azul e sem mancha ; e a creação, abrindo asazas, no terreiro, acudia ao grão, n'um alvoroço, ocacarejando sob a luz que (squentava. E, já desoppriinidao serena, lavando a louça para o café, á janellada cosinha, pensava na Mariasinha, que ia casar poraquclla semana, e sorria, saturada da felicidade dasoousas, abençoando o destino, como no dia em quelhe puzeram a grinalda e o branco véo nupcial...Mas as amigas,vendo que as lagrimas da raparigapareciam não querer cessai, rebentando, mais freqüentes,sob os mimos (pie a cercavam, entraram a dizer:— Que não fosse tola, elle não estava namorandoa prima, era falso. Lá podia sor ! Olhe que aMariasinha... Também assiw... Que mulher!... Andassepara a sala, que era melhor, e se deixasse•d'aqnillo... Podiam reparar. Era uma vergonha...E lojro naquelle dia, Nossa Senhora !
NA ILHOTA 59O Manuel Lemos, de longe, observava tudo,mas fingia-se alheio, mandando tocar uma walsa ; e,nesse momento, único par na sala, colhia a attençãode todos, volteando rhythmicamente, aos compassosondulantes da musica, com a Joanninha Pinheiro.E era tal a galanteria de ambos, desenrolando, unidose a prumo, pelo soalho, os passos cadentes da walsa,que ninguém mais se arriscou.Quando a gaita cessou, no meio do applausomatuto da sala, todos os rapazes, ainda os mais indifferentes,resmoiam em silencio um despeito surdo,como uma aífronta. E o Chico Rufino, que se tinhapor dansador de fama do logar, chocado com o successodo outro, de pé, na varanda, em meio de um grupode amigos, affirmava com paixão :— Que o Manuel não era grande cousa para adansa, não era... Nem tinha posição capaz : muitoarcado, as pernas abertas que até podia passar umcarro por baixo... Aquillo então é que era a fama ?Olha o pachola ! Raios o partissem, se elle, Rufino,não dansasse dez vezes melhor !... Depois, com aPinheiro quem não dansava... Que não lhe dissessem !Para elle, o Manuel não valia nada... Grande paspalhão!...A Mariasinha, agora mais resignada, voltara ásala. O noivo, que acabava de sentar o par, agradecendo,vietorioso, muito risonho, veiu logo collocar-seao pé delia. E, longamente, se fizeram confidencias,voltados um para o outro, como dons pombos, movendoas cabeças amorosas. Perderam assim quadrilhas,polkas... E a moça, mais consolada, de certo,sorria já com os seus grandes olhos melancólicos.
- Page 1:
wygr
- Page 7:
Jfi. c V€Cf í* a/MARES E CAMPOS
- Page 11:
AO _11->T1!K INCLVTOECADE QUEIROZ
- Page 14 and 15: M Alt rs E cwtrnsem oonjuncto, e tu
- Page 16 and 17: 10 MARES F. CAMPOSIIO seu Santos é
- Page 18 and 19: 12 MARES E i:AMl'(>SSentado n'um ni
- Page 20 and 21: MARKS E CAMPOSd'agua. Aquillo, nem
- Page 22 and 23: l(i—Lá anda a (Oiistança ás vo
- Page 24 and 25: 18água salgada, iam tirando os ná
- Page 26 and 27: 20 M.Ult'N E OAMl'OSO Manuel, todo
- Page 28 and 29: MARES E CAMPOScarro chiando monoton
- Page 30 and 31: 24 MARES Y. i:\virosdar mais passad
- Page 32 and 33: 2(5 MARES E CAMPOSamada, onde ella
- Page 35 and 36: A PESCA DAS TAINHASA MANOEL CCRVELL
- Page 37 and 38: A PESCA DAS TAINHAS 81desenrolava,
- Page 39 and 40: A PESCA DAS TAINHAS 33As primas che
- Page 41 and 42: A PESCA DAS TAINHAS 35As filhas do
- Page 43 and 44: A PESCA DAS TAINHAS 37Iam dar o seg
- Page 45 and 46: A PESCA DAS TAINHAS 39lâminas elec
- Page 47: A PESCA DAS TAINHAS 41O Zé Souza a
- Page 50 and 51: 44 M\m- K I:\MPOSalinhada dos dente
- Page 52 and 53: 46 MARRS E CAMPOSnos cabellos o nos
- Page 54 and 55: 4SMARES K CAMPOSAs moças enfiaram
- Page 56 and 57: 50 MARES E CAMPOSO navio do Manuel
- Page 58 and 59: MARESK CAMPOSum bordo, em tremuras
- Page 60 and 61: ;-)4 MARES K CAMPOStendo-lhe baptis
- Page 62 and 63: • r )t)MMIKS F. c.\Mi'0»tomavam
- Page 66 and 67: fiO M \HKS K C\MPOSIVD'ahi por dian
- Page 69 and 70: OS BOIS CHUCROSA EDUARDOSALAMONDEEr
- Page 71 and 72: OS BOIS CHUCROS 65arranjar, não ac
- Page 73 and 74: os RÓIS CHCCHOS 67Esconderam-se en
- Page 75 and 76: A VELA DOS NÁUFRAGOSAO DR. (IAMA-R
- Page 77 and 78: A VELA DOS NAÜFRAÍiOS 71de ura lo
- Page 79 and 80: A VELA DOS NAUEHAOOS 7$nara de todo
- Page 81 and 82: A VELADOS NÁUFRAGOSlembrou-se que
- Page 83 and 84: A VELA DOS NAUEP.AdOS 77E a viva na
- Page 85 and 86: A VELA IIOS NAPFRACOSTi*"nas e á C
- Page 87 and 88: A VELA DOS NAUFRAÍIOS 81hora mais
- Page 89: A VELA DOS NÁUFRAGOS 83debilmente
- Page 92 and 93: S(íMARES E CAMIMipida, sytnpathica
- Page 94 and 95: 88 MUiEs E cAiirostactear as ramage
- Page 96 and 97: 1HI MARES V. CUIIliSna ultima seman
- Page 98 and 99: 92 MARES K CAMPOScvlindros dourados
- Page 100 and 101: '94 MARKS • CAMPOSDo repente, das
- Page 102 and 103: -90 MARES F. CAMPOSconversa, gritou
- Page 105 and 106: O VELHO SUMARÉS 99E o velho Sumar
- Page 107 and 108: HISTORIA RÚSTICAAO PR.REMÉDIOS MO
- Page 109 and 110: HISTORIA RUSTICA 103
- Page 111 and 112: HISTORIA RÚSTICA 105-A' meia tarde
- Page 113 and 114: HISTORIA RÚSTICA 107pungitivamente
- Page 115 and 116:
O ANDRÉ CANOEIROAO RR. CARLOS FULl
- Page 117 and 118:
O ANDRÉ CANOE1RO1Hterras, para ir
- Page 119 and 120:
O ANDRÉ CANOEIRO 11,3roças voltav
- Page 121 and 122:
O ANDRÉ CANO FIRO 115E atirava-se,
- Page 123 and 124:
O ANDRÉ CANOEIRO 117vezes olhara i
- Page 125 and 126:
O ANDRÉ CANOEIRO 119gracioso de am
- Page 127 and 128:
O ANDRÉ CANOEIRO12Tdaquellas, sob
- Page 129 and 130:
O ANDRÉ CANOEIRO 123lada e monóto
- Page 131 and 132:
O ANDRÉ CANOEIRO 125> formidável
- Page 133:
O ANDRÉ CAN0E1R0 127o largo thorax
- Page 136 and 137:
130 MARES E CAMPOSNunca a ruidosa b
- Page 138 and 139:
1"2 MARES E CAMPOScomo que o grito
- Page 141 and 142:
MISS SARAHA GUILHERME DEMIRANDAFoi
- Page 143 and 144:
MISS SARAM 137IIA casa (pio habitav
- Page 145 and 146:
MISS SARAH 139O ar cheirava balsami
- Page 147 and 148:
MISS SARAH 141impressão ameaçava
- Page 149 and 150:
MISS SARAH 14&despedir-se pela visi
- Page 151 and 152:
SEPARAÇÃOA ALVES DE FARIASFoi uma
- Page 153 and 154:
SEPARAÇÃO 147de nostalgias e ais,
- Page 155:
SEPARAÇÃO 149mar esse âmbito lut
- Page 158 and 159:
152 MARES E CAMPOSE desceram juntos
- Page 160 and 161:
l.>4MARES E CAMPOS«tfeotuosa, enla
- Page 162 and 163:
MARES E CAMPOScirculo a perna em tr
- Page 164 and 165:
], r )S MARES E CAMPOStado, as pern
- Page 166 and 167:
l(il>MARES E CAMPOSpreparar-se e ir
- Page 168 and 169:
lt)2 MVHFS E CAMPOSFosso antes dorm
- Page 170 and 171:
1C4IIID'ahi a tempos, dizia-se por
- Page 172 and 173:
llili MARES E i:\MI-osentiu-se um r
- Page 175 and 176:
MAR GROSSOAO 1>R. RAMIZ fiALVAO-Des
- Page 177 and 178:
MAR GROSSO 171as mãos náufragas,
- Page 179 and 180:
O ALLEMAO DOU DOA IÍEHNAIUMNOVA RE
- Page 181 and 182:
0 ALLEMÃ0 110PDO 175Havia quasi un
- Page 183:
O ALLEMÃO DOUDO 177Um dia depois,
- Page 186 and 187:
ISOMARES E CAMPOSIa etfectuar-se o
- Page 188 and 189:
1X2MM1KS E CAMPOS•olhos rasos d'a
- Page 190 and 191:
1S4MARES E CAMPOSNa canoa grande
- Page 192 and 193:
1SI»MARES F. CAMPOSAo rumor do pro
- Page 194 and 195:
]SKMARES i: CAMPOSsignal ! O tempor
- Page 196 and 197:
190 MARES E CAMPOSacima da borda, p
- Page 198 and 199:
l!l_MARES E CAMPOSda costa, sob as
- Page 200 and 201:
194 MARES E CAMPOSfaça um homem, f
- Page 202 and 203:
196 MARES E c:\MPOSdeitando raáo a
- Page 205 and 206:
A BORDO DO STEAMERA GONZAGADUQU'E.A
- Page 207:
A BORDO DO STEAMER 201Cabe a tarde,
- Page 210 and 211:
204 MARES E CAMPOSMulheres de chal
- Page 212 and 213:
206 MARES E CAMPOSrente e longínqu
- Page 214 and 215:
_I)SMARES E CAMPOSnuamente, aqui e
- Page 217:
I3ST_DTOEPAUSO rnebtre de Redes 7O
- Page 221 and 222:
116 Ruas de S. José e Quitanda 24E
- Page 223 and 224:
— 3 —elogios. .
- Page 225 and 226:
•dores e cancioneiros portugueses
- Page 227 and 228:
•Historia Geral do Paraguay, desd
- Page 229 and 230:
— 9 —brasileiro, por J. J. de C
- Page 235:
BRASILIANA DIGITALORIENTAÇÕES PAR