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PAGINA SIMPLES 131ditando naquillo, medroso, acocorado junto ao brazidoconfortável e clareante, de mãos abertas, voltadaspara a quentura, de olhos arregalados de attenção,pregados na mãi, que pbraseava o enredo complicadodas lendas nocturnas com entonação phantastica epenetradora, esparramada sobre um velho pedaço deesteira, fazendo rodar e zunir dextramente o fuso,entre os dedos, na branca fiagem do algodão.Capinava também seu bocado, todos os annos,aguilhoado pelas palavras maternas, que, ás vezes,perdiam o habitual carinho delicioso, e, aggressivas eásperas, num sibilar cortante, impelliam-n'o ao trabalho,desenhando-lhe cruamente aos olhos assombrados,o pavoroso quadro das misérias futuras, emque negrejava sinistramente o phantasma espectral dafome e a dcnsidão algida e sem lume das longas noitesde inverno. Eram pequenos trechos de terra, em baixadashumidas, ou no declive secco dos morros, ondeelle, nas manhãs festivaes de cstio, em que o sol jorravavivamente do Azul, invadido de repente doalegria e ardor, num fluido límpido e subtil de castapoesia idealisadora, capinava activamente, cantando,sob a poeira de ouro da luz.Pelo tempo das tainhas, em Junho, costumavair á praia ajudar a puxar as redes, que cercam, emgrandes lanços opulentos, quando sobre a plannraolympica e ondulante do mar, além, rola uma ennevoadanostalgia infinita e vão sangrando feéricamente,como em apotheoses de mágica, esses faustosos, deslumbrantesoccasos do Sul.A mãi desde a madrugada começava a lidar, amovimentar o tear até á noite; e aquelle bater continuodo apparelho, que se ouvia ao longe, á luz amornentadorae vivissima de um forte sol de aldeia, era

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