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NA ROÇA 165—levara toda a noite a metter-lhe oaraniinholas nocasco, não se despegando, um instante só, das saias darapariga, até que "o raio da sem vergonha" deixoutudo por elle... A tia Sabina, que lá estava no bomlogar, é que lhe fallou ás direitas, quando elle disseque queria casar :—"Estás doudo, Cosme ! Tu nãotoas juízo ! "...N'isso, o Cosme, acordando d'aquello entorpecimento,ouviu ainda algumas palavras, e, com urafuzil de cólera nos olhos vermelhos, rosnou :— Oh Matheus, oh raio ! Que diabo estás tuahi a dizer ? Deixa lá isso, homem ! O que foi, foi...O Matheus calou-se ; e elle tomou a encostara cabeça sobre os joelhos.Lá fora a chuva cahia em bategas ; e fuzis contínuos,acompanhados de estrondos, abriam na escuridãosúbitos clarões de fogo rubro-violaceo, que deixavamvêr, pela porta entreaberta, uma paizagemphantastica e lugubre de opera mágica.O Matheus então foi até á porta, fincou os olhosna negrura espessa, como quem quer vêr algumacousa ; olhou para o alto : completamente escuro ! —e exclamou:— Temos água !E, voltando-se para dentro, com os braços cruzadosno peito e os largos hõmbros encolhidos peloarrepio da humidade :— Quem é lá de cima ? Na primeira estiada,prompto ! Quem se vae, vae ! Isto agüenta atêdia...E encostou-se de novo ao balcão, cora os olhospregadosna molhadura nesgada que o sudoeste estendiapelo soalho, entrando de travéz.Pelo morro do Zefira, que ficava logo adianto.

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