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40 MVRES E C\Ml'OSDelfino, por outro lado, despachava a multidão decompradores de peixo, repartia o quinhão dos ajudantese dos camaradas, jubiloso o risonho, continuamentea bracejar o a fallar, na sua grandeanimação, daquella pesca opulenta.Na escuridão, ora mais condensada, havia ummovimento ruidoso, uma completa confusão desilhouettes que se cruzavam phantasticamente, comoem ura pesadelo dantesco.E através de tudo, ouvia-se, de vez em quando,um intenso rosnar de cães esfomeados, que disputavamo sustento.Era uma lufa-lufa. Todos queriam ser simultaneamenteservidos. Uns apossavam-se dos quinhõesdos outros e vice-versa. Ninguém se entendia.O Delfino então protestava, oppunha-se :—Que esperassem, os diabos ! Que esperassem...As raparigas e os rapazes acudiam á matinada,iam deixando o rancho, quando o Zé Souza saltoude repente de um canto, segurou o rival pela garganta,metteu-lhe um joelho no peito, saciidindo-olonge, por cima de um montão de peixe. Em seguidacavalgou-o, crivando-lhe n cara de punhadashercúleas, sob as quaes o sangue cspirrava, emjorros...Todos então correram, gritando :— Não o mates ! Não o mates !E seguraram o Zé Souza, que debalde se debatia,rosnando :— Deixem-me ! Deixem-me ! Quero ensinareste cão !O Amaro e o Delfino intervieram também :— Tu estás doido, ó Zé ? Toma juízo. Tu nãotens vergonha'.'...

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