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A VELA DOS NAÜFRAÍiOS 71de ura louro rerabrandtesco, e os cuidados, os temorese as afHicções daquella semana, em que a sua almanão tivera socego, a se debater, á noite, em meio depesadelos horríveis, em que, por vezes, fluctuavam,como n'um quadro estranho de Doré, um casco denavio perdido e a imagem amada do marido, abandonadae naufraga, n'um desespero, sobre as ondasde ura mar hostil...Percorrendo nervosamente o tortuoso atalhovermelho, que se torcia entre a verdura espessa, nãotirava, um instante só, o olhar ancioso de sobre asvagas verdes, onde, agora, um pequeno batelão a remosvogava a toda para terra. Estugava o passo comesforço, para colher as noticias dos próprios marinheiros,fallar-lhes, perguntar-lhes de onde vinham, ose tinham apanhado a tormenta. Mas o atalho deprimia-seahi até cahir na estrada do rei, distante aindamuitas braças dos cônioros, e o batelão, já contra acosta, sumira-se-lhe da vista, que, nesse instante, sóalcançava uma esteira branca de espuma, smorzandosaudosamente para além, sobre o mar ondulante.No porto, um grupo de homens agglomerava-sejá em torno da pequena embarcação, em que vinhamdous tripolantes do hiate e o contra-mestre Pedro,um rapaz dos Morretos, que lidava no mar de menino,e era muito conhecido e estimado em toda aquellavisinhança. De pé, á popa do batelão, o grossothorax possante atacado n'uma ampla camisa deflanella azul, com bello peito esoarlate em fôrma delyra e ornado de bolso, o bonet carregado sobre osolhos, gritou :—Oh gente, cá estamos de novo ! Tudo a salvamento...Felizmente, desta vez, ainda o mar regeitounos!

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