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SEPARAÇÃO 147de nostalgias e ais, como tristes gemidos iraplorativosde almas orphãs, levadas soffredoramente pelo Azul,era rajadas de desamparo — os seus afflictos coraçõesde esposos, tão mansos e serenos ha tempos, alagadosde sol e cantigas, como os campos que os viram nascer,pela primeira vez, ao separar-se, terapestuaramtumultuosamente, em ondas de profunda amargura !Muito tempo, de pé, ante a faixa branca e desertada estrada, por onde vagava, smorzando paraos longes, um doce tremulo melancólico de campesinoscantares, elles ficaram abraçados, sem murmurarpalavra, as pupilas fixas, franzidos, em uma anciãespiritual. Tolhia-os, n'uma immobilidade suprema,um tão estranho embevecimento de maguas, que dirse-iamde mármore, se não fora o selvagem circular dasartérias, onde o sangue escaldava, em violentas pulsaçõesbrutaes. Mas, de repente, um tremor convulsivoabalou-lhes profundamente os nervos, e, era ummovimento rápido e vivíssimo, os seus lábios collaram-sa,vigorosamente, n'um derradeiro beijo, tãointensoe ardente como o primeiro que trocaram emnoivos, talvez, á luz verde das ramagens, ouvindoo ciciar amoroso do vento... E, longamente, as suaslagrimas correram, de envolta com os soluços, comase a immensa affeição de ambos alli se despedaçasse,de uma vez, e para sempre...Depois separarara-se.Então, por instantes, no largo caminho silencioso,apagando-se lentamente em uma névoa defusain,que se estagnava já sob a verdura espessa das margens— estas palavras soluçantes desoladoramenteechoaram, febris, despedaçadas e tremulas :— Adeus !... Volta breve !... Adeus !...A paizagem, agora, enlutara-se completamente.