], r )S MARES E CAMPOStado, as pernas cruzadas, rernechia e amassava o pirão,mastigando em silencio.A' meia tarde, o Cosme voltava de novo á escola.K ao entardecer regressava, só, afastado dos companheiros,que galhofavam d'ellc, dos seus modos, eque, n'ura alarido desenfreado, corriam, jogavam pedradaspara as cercas, onde os cães se iam refugiarlatindo e os passarinhos dobravam nas raraagen»altas.Quando anoitecia, a velha botava-o adiante desi com o catuto na mão,e desciam ambos para a fonte,a buscar água, por entre o cantar metálico dos grillo»c as inquietas brazinhas dos pyrilampos.Assim cresceu o pequeno.Uma oceasião, já com dezoito annos, metteu-selheem cabeça casar.Na casa visinha, do lado do morro, havia umarapariga galante e viva, filha de um pescador dologar, que desde muito andava tentando-o com unsolhos magnificos. A rapariga chamava-se Margarida.Era um demônio ; havia mezes, vinha todos os dia»ao caminho esperar o rapaz quando voltava da rede.Então fazia-o parar, começava a contar-lhe "cousas",a dizer que o amava, estalando-lhe nas bochecha»risadas esplendidas, jogando-lhe beijos com os dedos,entornando-lhe sobre a cabeça um turbilhão depétalas !O Cosme, muito acanhado, pasmava n'ella osseus grandes olhos castanhos, corava ; ficava coramovidoe satisfeito com aquellas declarações e caricias, eria-se, ria-se a valer, sem saber o que dizer, sentindopalavras que lhe passavam na imaginação como faíscas,mas que nunca lhe vinham aos lábios ! Ap 611 ** 8podia dizer, aparvalhadamente :—"Eeu !... E eu!..."
NA ROÇA 15í>Depois, despedia-se e seguia para casa, voltando-sede instante a instante para ella, que ficava depé, no terreiro, a acompanhal-o cora os olhos—impressionado,cheio de scismas, com uma doçura sobre ocoração.E levava todo o tempo a pensar na rapariga,vendo-a, pela imaginação, divina, alegre e resplendente,com as mãos nos quadris, sob o abundanteouro do sol.Havia noites que não dormia, porque necessitavapensar n'ella, tel-a ao pé de si. Achava as horas immensas,intermináveis; e parecia-lhe, tristemente,que não amanheceria mais, que não veria o sol depois.Era uma angustia, uma infinita angustia !Resolveu, então, dizer á tia Sabina que precisavacasar-se, senão não poderia mais viver, morreria...A tia Sabina ouviu-o silenciosa, e, muito demanso, disse:— Tu estás doudo, Cosme ! Não vês que isto éuma falta de juizo, e tu não tens idade nem meios?...— Mas eu quero ; quero, porque já não possomais ! retorquiu o rapaz.E ella, melancolicamente, com os olhos no chão,pôz-se a reflectir, abanando a cabeça... Depois, fitandoo Cosme, que estava em pé, no portal, accrescentou:—O que se ha de fazer ! o que se ha de;fazer !...D'ahi a niezes o rapaz casava. A Margarida, aprincipio, era muito bôa, muito trabalhadeira, e nãodeixava a tia Sabina fazer alguma cousa"sem que ellaa ajudasse. A tia Sabina vivia n'uma satisfação, queria-amuito e chamava-a sempre—"santinha"Mas, decorridos dous annos, a Margarida, que erade um temperamento ardente, irrequieto e revolto,deu em " virar a cabeça " e não fazia mais do que
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