MARES E CAMPOScirculo a perna em triaiigulo,deseiain o vinham unir-se,enclavinhados. A cara, eongcsta o tumida, apoiava-secontra o joelho, o a barba, sedosa e fina, posto quemaltratada, estava sulcada de grossos fios de baba.O eabollo, inculto e longo, todo emmaranhado oruço d'aqtielle triste vegetalisar pelo vicio, d'aquollavida desviada totalmente do bem estar e do trabalho,exhausta já do vigor e brio, dava-lhe á cabeça revoltauni ar disformo e velho. No entanto, bem reparadas,,as feições guardavam ainda um certo clarão juvenil,um tom vago o fugidio d'aqtiella doçura e virilidadeantigas.IIA tia Sabina era mulher dos seus sessenta annos,alta, magra, com os cabellos brancos e um pescoço»fino e comprido, cheio do forte sulcamento das veias.Fallava pouco e baixinho ; era devota, sabia lôr etinha bom coração.Todas as noites, depois de fiar o seu bocado dealgodão, ceiava e ficava por muito tempo defrontede uma velha conimoda, onde havia um registro coloridodo Bom-Jesus-de-Iguape, em pé, com umapalma verde na mão; ficava alli a orar, com o seulongo e em ardido rosário entre os dedos, a passar a»contas, com um movimento rápido dos lábios murchos,que zumbiam levemente, e o olhar, ora vagandopelo teeto, ora fixando a imagem pintada; depoiaia-se metter na cama, mastigando ainda restos derezas.Fora casada vinte annos. O marido havia quatorzemorrera. Era embarcadiço, levava a vida por
NA ROÇA 157fora, em viagens, e a ultima que fizera matara-o, porquedesembarcara doente, em braços, a bem dizermorto, com uma pneumonia.Ella então, necessitada de uma companhia,tomou para si o Cosme, ura rapazinho orphão, magroe amarello, muito timido e desajeitado, com uma cariuhameiga e uns olhinhos grandes e mansos, e quevivia a favor em casa de uma pobre e numerosa fàmiliados Zimbros.O rapazinho não era feio e a tia Sabina, desdeque o tomara, que descobrira n'elle uma bondade —era obediente e calado, muito dócil, alheio a troças,e amigo de fazer as voltas da casa. Por essa razão,tratou logo de dar-lhe umas roupinhas e mandal-otodos os dias á escola, acompanhando-o até á porteira,e recomraendando :— " Sô bem ensinado e bom ; eaprende, meu filho, aprende, que é para seres homem."E ficava ainda depois a olhar de longe o pequeno,que ia caminhando sem se voltar, com o andar presoe atrapalhado, e os pés a doêrem-lhe e a escorregaremdentro dos tamanquinhos novos. Tinha então seisannos.Quando elle voltava, ao meio-dia, e vinha tomara benção, ella, sentada na caixa grande da sala, corao cesto da costura ao lado, apertava-o contra si carinhosamente,e tirava-lhe com meiguice o casaquinhoe o bonet, alisando-lhe para trás o cabello com acaricia das mãos, perguntando-lhe :— Então, soubeste hoje a lição ?E beijava-ó na testa, enternecida.Depois levantava-se ; ia tirar a comida — estendiano chão uma esteira, abria sobre ella uma toalhinhamuito alva e, com a panella ao lado e uma grandecolher de páo, enchia o alguidar do rapaz, que, sen-
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