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38 MARES K CAMPOStante c doce de uma fogueira. Abi acoom mudaram-setodas, e mais as da Luiza Théa, que iam chegando,em duas pequenas canoas que havia, emquanto osrapazes ficaram á porta, encostados ao esteio grandeda frente.O Delfino já tinha dado ordens para que fossemá Rua Velha arranjar os carros para a conducção dopeixe.As rodes já estavam a enxugar, recolhidas aosvaraes. E as canoas grandes de voga carregavam,promptas a seguir para a cidade, pela madrugada.Mas o Zé Souza, que seguira tenazmente do mar,da alta popa da sua canoa, em um ódio surdo, occultoe opprimido no peito como o explosivo das bombas,o triumpho do rival, sentindo o coração amautissimoagonisar e gemer, n'um despedaçamento supremo, naminaria daquella paixão que era a alegria e oencanto de toda a sua vida—mal largara o trabalho,viera encostar-se sorrateiramente a uma das empenasdo rancho, do lado dos fundos, a espreitar, por entrea tiririca espessa do tecto achaletado e baixo, afim demelhor certificar-se daquella immerecida traição queo alanceava e torturava tanto.E vendo a maneira por que o. rapaz e ella se entreolhavame sorriam, cheios de ternura, á chammasaudosa daquelle fogo, que estava para alli a arder,entrou a sentir um grande dolorimento e uma grandesaudade do tempo em que tora tão querido e tãoamado por ella, que, muitas vezes, se encontravamsósinhos, aos abraços e beijos, á sombra dos laranjaesmurmurosos.Accommetteu-o então uma horrível afflicção, quetraspassava-lhe o peito com um regelamento de gumeafiado, quasi a sensação arripiaute e mortal de mil

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